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Blocos na rua

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O carioca Monobloco é um dos mais conhecidos blocos de carnaval brasileiros e, com o compositor Sérgio Sampaio, lançou em 1972 o emblemático Eu quero é botar meu bloco na rua. Possivelmente hoje, domingo de carnaval, milhares de pessoas deverão cantar:

“Eu quero é botar meu bloco na rua

Brincar, botar pra gemer

Eu quero é botar meu bloco na rua

Gingar para dar e vender”

Em Belo Horizonte, centenas de blocos estão trazendo a alegria para a cidade. Pessoas se conhecem, as ruas dos bairros se tornam palco de uma grande folia e marcam momentos de generosas sensações de prazer, com gargalhadas, brincadeiras, música e dança.

Porém, as últimas vezes que saímos juntos às ruas foram nas manifestações políticas, e nelas o que marca é a indignação e a tristeza. Os gritos não são de carnaval, são de raiva. E os pedidos não são de paqueras, são de socorro, a alegria está na esperança de mudanças.

Surpreendeu-me que de todos os blocos da capital apenas dois: Sai Zica e o Bloco do Pixuleco, foram nomeados com algo que lembra questões difíceis, que estamos sofrendo na atualidade. Apesar de outros três nos fazerem pensar: A culpa é dele, Bloco Fúnebre e Bloco da Saudade...

Particularmente, se hoje eu fosse hoje escolher um bloco (ou uma manifestação) que tivesse um apelo político ou econômico, escolheria um cujo mote principal fosse contra a volta da CPMF.

Na última semana, a presidente Rousseff compareceu ao Congresso Nacional apelando para que fosse aprovada a proposta da volta da contribuição provisória como forma de estancar um pouco o sangramento dos cofres públicos e compensar as pedaladas e a grande farsa eleitoreira que fez o PT continuar no poder. Foi vaiada numa demonstração clara de falta de apoio (e de educação) dos parlamentares presentes.

Afinal, especialmente depois de tantos escândalos e desmandos, voltar a cobrança do tributo, seria um confisco nos bolsos dos cidadãos, mais uma vez. Uma medida que chega ao absurdo num país com uma das mais altas cargas tributárias, um dos maiores índices de corrupção e uma das piores gestões públicas do mundo.

Para o mercado imobiliário, em especial, a cobrança da CPMF é ainda mais temerária, tendo em vista os altos valores que são negociados.

Zero vírgula qualquer coisa impacta consideravelmente no preço e nos planos de quem precisa construir, comprar ou vender um imóvel, principalmente porque os impostos no Brasil vêm em cascatas.

No mês passado, assistimos à massa paulistana lutando pelo passe livre, centavos que mereceram protestos e, infelizmente, violência nas ruas de São Paulo contra o aumento das passagens de ônibus.

O Brasil está prestes a ser “surpreendido” com a aprovação da CPMF e não vejo grandes movimentos das entidades de classes, da oposição e da população contra mais esta aberração.

Passada a grande festa brasileira, vamos lutar contra a grande farra dos políticos com nosso dinheiro. É hora de nos unirmos e nos mobilizarmos e cantarmos o restante da música do Sérgio Sampaio:

“Eu, por mim, queria isso e aquilo

Um quilo mais daquilo, um grilo menos disso

É disso que eu preciso ou não é nada disso

Eu quero todo mundo nesse carnaval...”

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