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Norma de Desempenho - Parte 6: Sistemas hidrossanitários

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A sexta e última parte da NBR-15.575 compreende os sistemas prediais de água fria e de água quente, de esgoto sanitário e ventilação, além dos sistemas prediais de águas pluviais. Esses são responsáveis diretos pelas condições de saúde e higiene exigidas em uma habitação, assim como no apoio a todas as funções humanas ali desenvolvidas, como alimentação, higiene pessoal, condução de esgotos e águas servidas, entre outras, devendo ser incorporadas à construção. Visa garantir a segurança dos usuários contra acidentes, como o caso de queimaduras oriundas de instalações de água quente, devendo se harmonizar com a deformabilidade das estruturas, interações com o solo e características físico-químicas dos materiais de construção.

No tocante aos conceitos e definições, inicia-se pela corrente de fuga pelo aparelho elétrico de aquecimento de água, como sendo a corrente errática que os aparelhos elétricos podem transmitir aos usuários; fonte de abastecimento de água, sistema de fornecimento de água para a habitação; ponto de utilização, extremidade à jusante do subcanal de onde sai a água para uso; protetor elétrico, dispositivo que limita a temperatura da água aquecida, que não pode ser alterada pelo usuário; refluxo de água e outros líquidos, proveniente de fontes diversas do abastecimento previsto, para o interior da tubulação relativa a essa fonte; retrossifonagem, refluxo de água servida derivado de um recipiente, como reservatório ou aparelho sanitário, para o interior de uma tubulação, devido à sua pressão ser inferior à pressão atmosférica.

Além desses termos, temos também a separação atmosférica, separação física entre o ponto de utilização ou de suprimento e o nível de componentes associados ao ponto de utilização, como reservatórios e aparelhos sanitários, cujo meio é preenchido por ar; sistema de aquecimento instantâneo de água, sistema em que a água se aquece pela passagem por fonte de aquecimento, de forma instantânea, como chuveiros, torneiras e aquecedor de passagem; sistema de aquecimento de água por acumulação, sistema onde a água é aquecida e armazenada para posterior utilização, como boilers e aquecedores de acumulação; sistema de aterramento, conjunto de peças condutoras em que é feita a ligação elétrica com a terra; sistema hidrossanitário, sistemas hidráulicos prediais responsáveis pelo suprimento de água potável e de reuso, por coletar e afastar os esgotos sanitários, bem como coletar e dar destino às águas pluviais; tubulação, conjunto de componentes formado por tubos, conexões, válvulas e registros utilizados na condução de água potável, reuso de esgoto ou águas pluviais; calha, canal que recolhe as águas das coberturas e a conduz ao tubo de queda.

Ao tratar da segurança estrutural são abordados requisitos referentes à resistência mecânica dos sistemas hidrossanitários e das instalações, para tubulações suspensas, enterradas e embutidas, e requisitos para solicitações dinâmicas dos sistemas hidrossanitários, avaliando a sobpressão máxima no fechamento de válvulas de descarga e quando da parada de bombas de recalque, altura manométrica máxima e resistência a impactos de tubulações aparentes. Já a segurança contra incêndio trata do combate a incêndio com água ou com extintores, seja pela reserva de água para combate a incêndio ou tipo e posicionamento de extintores, seja na forma de evitar propagação de chamas entre pavimentos.

No tocante à segurança no uso e operação é abordado o risco de choques elétricos e queimaduras em sistemas de aquecimento em eletrodomésticos e eletroeletrônicos, risco de explosão, queimaduras e intoxicação por gás e utilização segura pelos usuários, além da temperatura de utilização da água. Trata ainda da estanqueidade das instalações dos sistemas hidrossanitários de água fria e água quente, das instalações de esgoto, águas pluviais e água das calhas, bem como do desempenho térmico, acústico, lumínico e da durabilidade e manutenibilidade.

No tópico destinado à saúde, higiene e qualidade do ar, o assunto é tratado sob o prisma da contaminação, seja da água, a partir dos componentes das instalações, biológica da água, na instalação de água potável, em sistema predial ou por refluxo de água; seja do ar ambiente, por meio da geração de gás emitida por equipamentos ou odores provenientes das instalações de esgoto. Esse tópico também aborda os requisitos de funcionalidade, acessibilidade, conforto tátil e antropodinâmico e adequação ambiental.

Do ponto de vista prático, destacamos que os sistemas hidrossanitários não devem provocar golpes e vibrações que afetem a estabilidade estrutural; os aparelhos elétricos de aquecimento devem prever dispositivos de alívio e de segurança com corte de energia, em caso de superaquecimento; as peças manipuladas pelos usuários não podem ter cantos vivos ou superfícies ásperas e as instalações devem fornecer água na pressão, vazão e volume compatíveis com o uso, além de manter a capacidade funcional durante a vida útil de projeto, desde que submetidas à manutenção periódica.

*Engenheiro e advogado, sócio da Precisão Consultoria e autor do livro Guia de negócios imobiliários - Como comprar, vender ou alugar seu imóvel

E-mail para esta coluna: coluna@precisaoconsultoria.com.br

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