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Mercado imobiliário

O crescimento do PIB passa pela construção

O grande desafio neste momento é garantir os investimentos previstos e estimular a alocação de novos recursos no setor

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Nos últimos anos vimos um crescimento da economia brasileira em ritmo acelerado e acompanhado de grandes conquistas na questão social. Esse desenvolvimento foi em boa parte sustentado pelo avanço da construção, que é intensivo em mão de obra, movimenta uma extensa cadeia industrial e de serviços, além de provocar o comércio e os investimentos públicos nas novas áreas urbanizadas.

Este ano, o Brasil vem sentindo os reflexos da crise internacional e da maior precaução dos empresários na hora de decidir novos investimentos. Contudo, no mercado interno brasileiro há grandes oportunidades para que possamos construir nossas riquezas mesmo com cenário externo menos favorável. E, nesse contexto, a construção civil exerce papel de fundamental importância.

Contrariando as estimativas do mercado, a taxa de crescimento da economia brasileira no segundo trimestre cresceu 1,5% na comparação com os três primeiros meses do ano, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De janeiro a junho, a soma de todos os bens e serviços produzidos no país atingiu a marca de R$ 1,2 trilhão.

Esse resultado foi puxado pelo setor da construção civil, que cresceu 3,8% no segundo trimestre. Foi a maior expansão desde o segundo trimestre de 2010. Na comparação com o mesmo período de 2012, o setor registrou crescimento ainda maior, de 4%.

Assim, fica claro o peso do setor para o desenvolvimento do Brasil. Por isso, é preciso ter ciência de que um plano de expansão da economia nacional passa, necessariamente, pela construção, setor que mais emprega. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, do saldo positivo de 146.638 vagas com carteira assinada de janeiro a julho no país, 16,16% foram no setor.

Em Minas, segundo levantamento da Assessoria Econômica do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), com base nos números do Caged, no mesmo período, o saldo foi de 22.817 vagas, com participação de 15,8% da construção. Mas o dado de maior destaque é o da Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde a participação da construção no saldo de empregos de janeiro a julho foi de 52,95%, mais da metade.

As obras para os eventos esportivos têm motivado investimentos em áreas como mobilidade urbana, infraestrutura e também no mercado imobiliário, na medida em que dá nova dinâmica a outras regiões das cidades. Outro motor é a segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida, que entregou de maio de 2011 a abril deste ano cerca de 1,2 milhão de unidades e cuja previsão até o próximo ano é de que as contratações cheguem a 2,4 milhões de unidades no país.

No entanto, o grande desafio neste momento é garantir os investimentos previstos e estimular a alocação de novos recursos no setor. Um fato positivo é o recorde de financiamentos com recursos da poupança no primeiro semestre deste ano, cujos desembolsos somaram R$ 49,6 bilhões, crescimento de 34% em relação ao mesmo período de 2012.

Contudo, enquanto no Brasil a relação crédito imobiliário/PIB é de 7,4%, no Reino Unido ela chega a quase 85%. Na Alemanha, a proporção está em 45,3%. Por isso, acreditamos que manter a expansão do crédito imobiliário é essencial. Novas medidas para maior acesso a financiamentos e redução nos juros devem ser implementadas pelo governo para ajudar a sustentar o crescimento do setor e do país nos próximos anos.

* Vice-presidente de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG)

E-mail para esta coluna: comunicacao@sinduscon-mg.org.br

Tags: crescimento

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