Aconchego

Valor acessível e versatilidade impulsionam uso do tecido na decoração

Material tem ganhado adeptos no design de interiores de imóveis por causa da gama de aplicações e do preço competitivo. Da parede aos móveis, eles mostram que dão pano para manga

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postado em 21/10/2012 11:30 / atualizado em 22/10/2012 12:01 Júnia Leticia /Estado de Minas

Aplicado nas paredes, o material é uma solução barata e rápida de renovar um cômodo da casa, misturando texturas e estampas. Mesmo em áreas molhadas, como banheiros e lavabos, ele pode ser usado - Eduardo de Almeida/RA Studio. Aplicado nas paredes, o material é uma solução barata e rápida de renovar um cômodo da casa, misturando texturas e estampas. Mesmo em áreas molhadas, como banheiros e lavabos, ele pode ser usado

Quem quer renovar sala, quarto e até mesmo o lavabo, uma boa solução é usar tecidos como revestimento. Com um simples toque em sofás, paredes e na cabeceira de uma cama, o recurso é capaz de transformar o ambiente. E não faltam opções de estampas e texturas surpreendentes, tramadas com fibras sintéticas ou naturais. Linhos, sedas, sarjas, couros e algodões ganham padronagens exclusivas, lavagens especiais e aplicações artesanais.

                                                                    Veja mais fotos de tecidos

A versatilidade do recurso é destacada pela professora do curso de design da Fumec Patrícia Abreu. “Eles podem ser usados em quase todas as partes da casa. Nas paredes, estofados, cortinas, mantas, almofadas, entre outros. O importante é que o tecido escolhido seja indicado para o local: impermeáveis em áreas molhadas, laváveis em locais muito usados e de cores firmes em áreas com luz intensa para evitar o desbotamento”, explica.

Patrícia Abreu, professora de design da Fumec, diz que é possível levar os tecidos para vários ambientes do lar
 - Eduardo de Almeida/RA Studio. Patrícia Abreu, professora de design da Fumec, diz que é possível levar os tecidos para vários ambientes do lar


Ao se empregá-los, deve-se observar a sintonia das padronagens com o estilo pretendido na decoração. “Nas paredes, eles podem substituir os papéis de parede, desde que não seja em áreas molhadas. É importante também que o tecido tenha tratamento antichamas e não seja colocado em lugar exposto ao sol”, acrescenta Patrícia.

Quanto aos mais indicados na decoração, a professora não faz restrição de uso. Para ela, todos são bem-vindos. “Para os sofás, seda, linho, chenile, camurça, entre outros. Nas áreas externas, as lonas podem ser uma boa opção. Em paredes pode ser qualquer tipo, mas os mais grossos correm menos risco de a cola aparecer”, indica.

Os tecidos são capazes de conferir, ainda, aconchego à decoração, como indica o arquiteto Rodrigo Aguiar. “Tanto os linhos, que têm toque mais macio e dão um ar rústico e sofisticado aos ambientes, quanto as sedas, cheniles e voais, que deixam os espaços bem bonitos e alinhados”, acredita.

Eduardo de Almeida/RA Studio.


O emprego do revestimento é tão variado quanto o número de opções de tecidos no mercado. “Os linhos, assim como as musselines e voais, são excelentes tecidos para ser usados cortinas. As sedas, cheniles e sarjas podem ser revestimentos de cadeiras, poltronas e sofás. Os couros ecológicos e naturais também entram em cabeceiras de camas, painéis e estofados, e, por serem fáceis de limpar, são muito procurados”, explica Rodrigo.

MOBÍLIA Os tecidos também podem ser uma solução econômica e prática para renovar o visual da casa. Para isso, o designer de interiores da Lider Rafael Cândido sugere a troca do revestimento de sofás por um mais atual e estilizar cadeiras com versões estampadas e coloridas. “Além disso, podem-se revestir móveis, como cômodas, aparadores e nichos, e objetos como a cúpula de alguma luminária, um porta-retratos. Em paredes, pode fazer as vezes do papel de parede ou criar formas.”

Para usar e abusar do recurso, Rafael Cândido diz que a maioria dos tecidos pode ser usada, mas faz algumas ressalvas. “Devemos ter cuidado com tecidos que contenham seda em sua composição, pois podem aparecer manchas. O ideal é consultar um especialista na hora da compra, para não errar”, aconselha.

Outro cuidado é com relação à coordenação de cores e texturas com os demais elementos da decoração, como tintas, tapetes, madeiras e outros revestimentos, como chama a atenção a arquiteta Angélica Araújo. “Principalmente quando há mais de uma estampa na composição. Devemos ter bom senso nas escolhas e eleger um tom da estampa e repeti-lo em outros elementos para que a mistura fique interessante. Em geral, são usadas em alguns detalhes como almofadas e mantas.”

"O tecido traz personalidade para a peça ou ambiente onde está inserido" - Rafael Cândido, designer de interiores


DA ESTAMPA ÀS CORES VIVAS


Variedade de tecidos permite decoração que se encaixa no estilo dos moradores, mas especialistas ensinam identificar características de cada material e evitar problemas em casa

Personalização é a palavra-chave quando o assunto é decoração com tecidos. No entanto, é preciso cuidado para não se perder entre tantas opções e o resultado ser o contrário do que se desejava: um ambiente poluído e desagradável. “Caso a estampa chame muito a atenção, o tecido pode ser colocado em apenas uma parede ou da metade para cima em todas elas. No caso de estofados, tecidos com estampas muito grandes podem ser equilibrados com peças lisas”, sugere a professora do curso de design da Fumec Patrícia Abreu.

Caso opte por uma única peça estampada, como poltrona ou cadeira, a arquiteta Angélica Araújo diz que um toque de cor e ousadia podem dar um charme especial a um ambiente de base mais neutra. “Vale a pena investir num tecido de qualidade ou estampas exclusivas. Feito isso, os resultados obtidos são sensações de conforto, calor e aconchego, aliados à praticidade e à beleza. Com tecidos pode-se conseguir tudo: do básico ao luxo”, ressalta.

Quando se pensa em fazer um projeto em que são empregados tecidos, além de ter de conjugar adequadamente a estampa e a textura, o designer de interiores da Lider Rafael Cândido diz que se deve pensar onde o revestimento ficará. Tomados esses cuidados, os resultados obtidos são diferenciação e originalidade. “O tecido traz personalidade para a peça ou ambiente onde está inserido. Ter em casa algo exclusivo e com um revestimento que é a sua cara é uma forte tendência na decoração.”

Eduardo de Almeida/RA Studio.


Para deixar o ambiente mais leve, o designer de interiores aconselha a escolha de cores claras e estampas mais simples, como florais menores ou arabescos. “Para deixar mais alegre, opte por cores mais ousadas e estampas marcantes, como xadrez, listras, formas geométricas, entre outras. Mas é importante ter muito cuidado com a mistura delas”, adverte.

Apesar de alguns pensarem que esta é uma novidade na decoração, o arquiteto Rodrigo Aguiar conta que os tecidos voltaram a ser procurados como revestimento de parede. “Remetem-nos ao tempo em que, de tão importantes, eram o ponto de partida para a decoração de todo o ambiente. Os tecidos em geral são as grandes vedetes da decoração”, revela.

Para quem gosta de seguir tendências, a sugestão de Angélica Araújo é investir em opções que trazem cor e proporcionam a sensação de calor nos ambientes. “Variando dos tons neutros e passando pelos tons coral, e nas gamas de azul e verde. Outra tendência é o uso de tramas naturais e bordados artesanais que remetem às nossas raízes”, indica.

DIFERENÇAS É importante, ainda, saber utilizar os tecidos de acordo com cada ambiente. “Para os quartos e salas temos opções variadas, como linhos, sarjas, cheniles e sedas. Hoje, existem também os tecidos tecnológicos, que podem ser lavados na máquina, não encolhem e facilitam a manutenção. Para as cozinha e banheiros, prefira os tecidos vinílicos e de área externa, como couro ecológico, que são fáceis de limpar e resistentes”, diz Rodrigo.

Angélica Araújo também indica o couro ecológico e os tecidos próprios, como o sunbrella e acquablock, para áreas como cozinha e banho, por serem laváveis. De acordo com ela, essas opções ficam ótimas em varandas e áreas de piscina e sauna. “Já nos quartos e na sala temos mais liberdade para utilizar aqueles com mais riqueza de texturas, como os veludos, linhos e cheniles.”

Como regra, Patrícia Abreu diz que tecidos mais finos, como seda, linho e shantung, deveriam ser usados em áreas nobres, como salas e quartos. “Varandas, decks e outras áreas molhadas devem ter tecidos mais grossos, laváveis e impermeáveis. O acompanhamento de um designer de interiores ou de um arquiteto lhe dará a certeza da melhor escolha dos materiais.”

Eduardo de Almeida/RA Studio.
OS ATRATIVOS


Confira algumas características que favorecem o uso de tecidos na decoração

» Economia e praticidade
Com a simples troca do revestimento em móveis e adornos ou a colocação em paredes é possível renovar os ambientes.

» Versatilidade
Eles podem ser usados em quase todas as partes da casa. Nas paredes, estofados, cortinas, mantas, almofadas, entre outros.

» Aconchego
Tanto os linhos, que têm toque mais macio e dão um ar rústico e sofisticado aos ambientes, quanto as sedas, cheniles e voais deixam os espaços bem bonitos e alinhados.

» Personalização
Com os tecidos é possível criar ambientes únicos, que refletem a personalidade dos moradores, pois são mais fáceis de ser trabalhados do que outros materiais de decoração.

INSTALAÇÃO REQUER CUIDADOS

Para que a aplicação seja acertada, com ou sem a ajuda de um profissional, há dicas que devem ser seguidas. Afinal, ninguém quer, depois da difícil tarefa de escolher entre tantas opções e investir na compra, esbarrar em um resultado que não seja agradável devido à colocação inadequada.

Apesar de todos os tecidos poderem ser aplicados em paredes, independentemente da composição, Patrícia Abreu diz que o ideal são os mais grossos, para não correr o risco de a cola transpassar para frente do tecido. “Com isso, tecidos finos, como gaze de linho e cambraia, devem ser evitados.”

Para um melhor acabamento, pode-se primeiro colar uma espuma fina antes da aplicação do tecido, como sugere a professora de design. “Outra opção para deixar o tecido com menos flexibilidade é usar uma camada de adesivo. A parede também deve estar livre de umidades e nivelada, para não ocasionar ondulações, e o tecido pode ser aplicado diretamente utilizando-se cola fórmica”, diz Patrícia.

 

Para o arquiteto Rodrigo Aguiar, linhos, sarjas, cheniles e sedas são opções 
para salas e ambientes de estar - Eduardo de Almeida/RA Studio. Para o arquiteto Rodrigo Aguiar, linhos, sarjas, cheniles e sedas são opções para salas e ambientes de estar
 


É necessário atenção, ainda, com a manutenção de ambientes que têm tecidos. “Deve-se utilizar o aspirador de pó uma vez por semana. Para limpar manchas, o ideal é usar pano úmido e sabão neutro, tanto na manutenção de estofados quanto de paredes revestidas de tecido. Existem também alguns tipos de impermeabilizantes que podem ser aplicados para facilitar a limpeza”, explica a professora.

Apesar de o revestimento exigir poucos cuidados, é preciso atenção a alguns aspectos, segundo o arquiteto Rodrigo Aguiar. “A lavagem deve ser feita a seco e é preciso evitar exposição direta ao sol, porque com o tempo podem ficar com aparência desgastada e velha.”

LIMPEZA Nesse aspecto, a arquiteta Angélica Araújo diz que espaços com crianças e animais também merecem cuidado especial na escolha. “Hoje, encontramos uma grande variedade de tecidos que já vêm impermeabilizados, o que protege e aumenta a durabilidade. O uso de aspirador e lavagem a seco também são recomendados. No caso dos couros naturais, deve-se fazer uma hidratação com produto específico e garantir a beleza do material.”

Por isso, na hora de escolher o revestimento é preciso ficar atento, ainda, à sua durabilidade. “O mais importante é primar pela qualidade dos tecidos. Às vezes, optar por um material com preço melhor pode acarretar maiores custos com manutenção ou reposição do tecido”, alerta Angélica Araújo.

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