Casa, galeria ou ateliê?

Artista plástico transforma residência em BH em espaço para expor obras de arte

Imóvel no Bairro São Bento está sendo preparado para receber visitação pública uma vez por semana

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postado em 18/08/2014 13:13 / atualizado em 18/08/2014 17:54 Sandra Kiefer /Estado de Minas
São cerca de 40 esculturas e140 telas espalhadas por todos os cômodos e jardins do imóvel. Artista diz que sua proposta é desmitificar a relação das pessoas com a arte - Beto Magalhães/EM/D.A Press São cerca de 40 esculturas e140 telas espalhadas por todos os cômodos e jardins do imóvel. Artista diz que sua proposta é desmitificar a relação das pessoas com a arte
Com jardins repletos de obras de arte contemporânea, expostas ao tempo e aos olhares de curiosos, a casa atrai a atenção de quem passa pelo Bairro São Bento, especialmente dos adeptos da pista de cooper da Avenida Bento Simão, onde a residência está instalada. É impossível ficar indiferente à pantera de cor vibrante que escala a parede da frente. Se estiver aberta, a porta principal deixará entrever uma poltrona amarela, com dois quadros de grandes proporções na parede do fundo, que parecem belos.

A partir do dia 31, o mistério sobre o que há no interior da mansão e do seu ocupante, que se mudou para o local há cerca de três meses, promete ter fim. Trata-se do artista plástico Glauco Moraes, que, diante do interesse despertado entre os moradores da região, decidiu abrir as portas da casa, transformada em uma espécie de galeria particular. “Vou abrir a primeira casa com jeito de galeria, onde o artista mora dentro do lugar. As pessoas vão poder conhecer um ateliê”, define ele, que reúne algo em torno de 40 esculturas e 140 telas, entre trabalhos de sua autoria e outros consignados pelas mãos dos próprios colegas. Além de Vânia Braga (a das panteras), estão lá obras de Inimá di Paula, Miguel Gontijo e Solange Raso.
Beto Magalhães/EM/D.A Press
Nos bastidores, Glauco Moraes é tido como corajoso, no mínimo, por exibir obras de arte de alguns milhares de reais sem a proteção de muros altos. Ao saber disso, o artista expõe suas razões, que são várias. Primeiro, explica ter escolhido alugar a casa em uma das ruas mais seguras do bairro, por contar com sistema privado de vigilância, além de ter distribuído câmeras em cada um dos cômodos. “Na verdade, não estou simplesmente fazendo uma exposição das peças. Estou me expondo. Se não concordasse com isso, não seria artista”, diz ele, que instalou 10 holofotes nos jardins.

INFLUÊNCIA DE AMIGA

Dono da Escola de Artes Maison, Glauco Moraes revela ter, mais uma vez, recebido influências da amiga e pintora Yara Tupinambá, que dá aulas há mais de 10 anos na escola dele, com exclusividade. Ela é feliz morando no Bairro Vila Paris, contíguo ao São Bento. Até pouco tempo, Moraes atravessava a cidade diariamente para caminhar ao lado de Yara, na Bento Simão. “Acredito que quando a intenção é boa, o universo conspira a favor. Minha vontade maior é divulgar as obras dos meus colegas e as minhas também”, afirma ele, que calcula já ter em torno de 40% dos trabalhos consignados por colecionadores e artistas, entre famosos e anônimos.
"Na verdade, não estou simplesmente fazendo uma exposição das peças. Estou me expondo. Se não concordasse com isso, não seria artista" - Glauco Moraes, artista plástico
A outra missão a que se propõe Glauco Moraes é a de desmitificar o papel das artes plásticas. Ele quer provar que a arte genuína (todos os trabalhos têm certificado de autoria) cabe em qualquer espaço. “As pessoas de classe alta, leigas ou não, idolatram muito a obra de arte. Quero quebrar isso. Recebo arquitetos e decoradores em minha casa que só sabem dizer ‘Que lindo! Ela pode ser grande, pequena ou colorida, que só vai acrescentar, não precisa nem combinar com os móveis”, defende. Ele critica o fato de as pessoas investirem R$ 20 mil em um sofá de couro, que vai estragar com o passar dos anos, e se recusarem a gastar o mesmo valor em um quadro, que tende a valorizar.
Beto Magalhães/EM/D.A Press
Em breve, a Casa Dourada (nome criado por Saulo Carrilho, relações públicas do artista) estará aberta à visitação pública aos sábados. Quem estiver interessado em conhecer desde já os trabalhos, sozinho ou em grupo, poderá marcar uma visita guiada por intermédio de Mateus Gontijo, coordenador da Escola de Arte Maison (3261-1225). Ou, se preferir, basta olhar para o 'jardim de esculturas', democraticamente aberto a qualquer hora do dia ou da noite.
Beto Magalhães/EM/D.A Press

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