Cores e sabores: é hora de ousar na decoração da cozinha

Para muitos, a cozinha é o melhor lugar da casa. Onde as pessoas se encontram, se aconchegam, se divertem em torno da sagrada experiência gastronômica. Por isso, cada vez mais esse é um ambiente que recebe atenção especial na hora da decoração. Funcionalidade e beleza têm de andar juntas para que o espaço seja sempre convidativo e receba todos bem. Hoje, ela é descolada, impactante e, mesmo as tradicionais, se destacam pela personalidade. Com a evolução dos materiais, há opções para todos os estilos e muitas novidades.

Sem essa de cozinha sem graça, sem um toque de cor ou um detalhe que chame a atenção. Com tanta variedade, o elemento surpresa pode ser uma faixa decorativa, uma parede diferente das outras, um ladrilho colorido, um porcelanato inovador, um granito que salte aos olhos, azulejos inusitados, pastilhas de vidro, uma cor forte de tinta. Enfim, novas texturas e padrões nos revestimentos para piso e paredes.

Hoje, a tecnologia já chegou até a cozinha, portanto, há lindos materiais fáceis de aplicar, instalar, limpar e conservar. Vai depender da escolha certa para o lugar certo, o que torna tudo mais divertido. Até os eletroportáteis coloridos passaram a fazer parte da decoração com cafeteiras, torradeiras, batedeiras, liquidificadores, mixers e máquinas de fazer pão coloridos e com designs incríveis, ora retrô ora contemporâneo.

Com maior impacto visual, os revestimentos merecem atenção especial. Ladrilhos, mosaicos, pastilhas de vidro, mármore, porcelanato, madeiras, cimento queimado, cerâmicas, azulejos, pedras... Com tanta oferta, é essencial equilíbrio para criar contrastes interessantes, sem pesar o ambiente. Cláudia Aragão, arquiteta do escritório Casatelier, destaca o uso do porcelanato que imita o ladrilho hidráulico, que é menos poroso, com aparência lisa, não gruda sujeira, gordura, e é ideal para cozinha e área gourmet.


Cláudia Aragão é adepta do uso das cores sem medo. Ela assegura que a cozinha pode ser supercolorida e tudo depende do perfil do cliente. “Não tem problema a mistura, desde que haja harmonia. Ao criarmos um projeto, imaginamos a paleta tendo como inspiração os pássaros, as borboletas, enfim, a natureza. Com essa brincadeira, nós da Casatelier ganhamos o título de maximinimalistas. Gostamos de abusar da mistura e asseguramos que não cansa.”

Por outro lado, Cláudia Aragão entende quem prefere tons sóbrios. Aí, a recomendação é ter “pitadas de cor e contrastes, como armários brancos casados com outros de madeira, revestimentos diferentes, como os de bandeira, que pode ser o ponto-chave do projeto. Se tiver um balcão para lanche rápido na cozinha, pode escolher cadeiras de personalidade no design e na cor, ou mesmo investir em um armário colorido. As cores preferidas dos clientes, que não os assustam, são o amarelo e o azul”.


Enfim, são inúmeras as possibilidades. O estilo retrô está em alta, assim como o preto e o branco ou o efeito zigue-zague do revestimento. “Na área da cozinha onde não terá gordura, outra opção é pintar a parede e não revesti-la. O que será mais fácil de trocar se cansar. Pode usar, inclusive, papel de parede. Tenho usado muito o porcelanato e os azulejos voltaram com força (modelos que parecem bordados em pied-de-poule ou zigue-zague), assim como as pastilhas 10x20 de uma cor só, que lembram cozinhas antigas e também contrastam com a cor do armário.” Cláudia Aragão destaca ainda que existem revestimentos como se fossem plotagem, próprios para cozinha, seja numa faixa em cima da pia ou nos armários. Fica bacana.

GEOMETRIA

Para a designer de interiores Laura Santos, a tendência para a nova cozinha está na escolha de revestimentos de porcelanato com volumetria, com estampas que remetem ao antigo ladrilho, mas com padronagem mais moderna, sem a pegada rústica e rebuscada do antigo ladrilho hidráulico, e com estampas geométricas. Esses revestimentos dão ideia do papel de parede de forma mais funcional, levando cor e vida aos projetos. São altamente resistentes, não mancham com gordura ou produtos mais abrasivos porque têm tecnologia que possibilitam a durabilidade.


Quanto à cor, Laura Santos indica a base neutra para a cozinha com cinza, preto, branco e bege. “Como é um lugar frequentado diariamente, prefiro neutralizar o ambiente e entrar com a cor no detalhe. Quero lembrar que a ideia de que o preto diminui o espaço é mito. A diferença está na textura, ou seja, o fosco entristece, os demais dão ar sofisticado para o ambiente.”

Materiais como pisos, armários, forros, paredes e azulejos ajudam a conferir personalidade a qualquer cozinha. Há algumas regras básicas. Caso não se sinta segura, procure ajuda profissional na hora da escolha.