O bairro, que fica na Região Noroeste de Belo Horizonte, entre as avenidas Carlos Luz, Pedro II e Américo Vespúcio, se mistura com o São Cristóvão, sendo separado pelas ruas José Bonifácio e Arariba. O local foi um dos primeiros a ser ocupado fora do traçado inicial de Belo Horizonte, dentro da área demarcada pela Avenida do Contorno, e recebeu milhares de famílias de operários que chegavam à capital em busca de emprego. Dos anos de 1940 a 1960, o transporte coletivo para a região era feito principalmente por bondes, que paravam no Bonfim.
Quem vive ou trabalha no bairro agora é atendido por três linhas de ônibus, o que facilita a chegada e saída para o Santo André. Nas ruas centenárias, como a Pedro Lessa, que no passado era cruzada pelo bonde, novos edifícios convivem com casarões antigos, formando uma paisagem eclética. O comércio é diversificado, principalmente nas ruas Capitólio e Mendes de Oliveira, mas os espaços de lazer ao ar livre estão restritos às praças Doze e Quinze.
Para os moradores antigos, o Santo André é lugar de tranquilidade, onde dá para andar seguro sabendo que o índice de assaltos e furtos está muito abaixo do de outras regiões da cidade. O supervisor de vigilância e instrutor de futebol Marconi Simões da Costa nasceu no bairro e atualmente mora na região com a esposa e dois filhos. "Escolhi o Santo André para ficar perto da família, dos amigos e do Centro da cidade. Daqui dá para ir para a Praça Sete a pé e há acesso para todos os lugares da cidade". Ele vê com otimismo o futuro do bairro, principalmente por causa das obras de urbanização das vilas do entorno e programas de habitação já em andamento.
MERCADO Quanto ao perfil econômico, segundo o Censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2000, o bairro se classifica como popular, com chefes de família apresentando renda mensal de até cinco salários mínimos. Pela pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG), o valor médio do aluguel praticado no bairro em novembro do ano passado era de R$ 529,75 para apartamentos e de R$ 726,32 para casas.
O estudo da Fundação Ipead mostra que o valor do metro quadrado em edifício com padrão médio de acabamento era de R$ 2.417. Apartamentos de dois quartos na região, segundo a pesquisa, custavam em outubro do ano passado R$ 71.351, e o de três quartos, R$ 138.581. Para Marconi Simões, a compra de apartamento no bairro foi facilitada pelo valor, considerado por ele acessível. "Aqui dá para morar bem sem pagar valor muito alto".