Acessibilidade e automação já começam a figurar na lista de prioridades das construtoras

Empresas estão preocupadas em atender a demanda do morador idoso ou com dificuldade de locomoção

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postado em 29/09/2011 12:00 Celina Aquino /Estado de Minas
Ao comprar apartamento, Jorge Tadeu Neves levou em consideração a facilidade de locomoção que a mãe teria - Beto Novaes/EM/D.A Press Ao comprar apartamento, Jorge Tadeu Neves levou em consideração a facilidade de locomoção que a mãe teria

Na hora de comprar um apartamento para a mãe, de 85 anos, o professor universitário Jorge Tadeu Neves foi criterioso. Ele procurava um lugar que tivesse boa localização e acessibilidade. Apesar de o mercado para idosos ainda ser restrito, ele não demorou a encontrar o que queria: em apenas um mês fechou o negócio. O prédio fica em uma rua plana, perto de uma área comercial, sem nenhuma escada na entrada e com elevador. A única adaptação necessária foi a barra no box dos dois banheiros. “Sei que muitos acidentes ocorrem dentro de casa, pois a pessoa vai perdendo a mobilidade. Ela pode escorregar, cair e quebrar a perna”, pondera Jorge.

Essa preocupação não é exclusividade de Jorge. O diretor comercial da Lar Imóveis, Luciano Guimarães, conta que quem compra para um idoso morar, costuma se preocupar primeiro com a localização. Depois, prioriza um prédio com elevador e área de convivência. Para esse tipo de público, também é importante dar preferência para apartamentos mais amplos e bem arejados. “O idoso passa a maior parte do tempo dentro de casa. Então, ele quer morar em um ambiente mais confortável, que lhe proporcione qualidade de vida e segurança. Sempre que possível, vai optar por imóvel que, entre outras qualidades, tenha acessibilidade, mesmo que pague mais caro", afirma.

Luciano observa que muitos prédios em Belo Horizonte estão investindo em reformas para eliminar escadas e incluir rampa de acesso, mas ainda não são suficientes para atender a demanda. “As construtoras precisam se conscientizar de que essa fatia de mercado está aumentando. Elas se preocupam com área de lazer, sala de ginástica, área gourmet e se esquecem da acessibilidade”, pontua.

O arquiteto Jacques Lazzarotto defende que as construtoras devem planejar todos os seus imóveis com projeção para serem adaptados, pois fica mais caro para o proprietário reformá-lo depois. “O Brasil está envelhecendo e agora você chega à terceira idade com saúde e lucidez. Se todos tivermos consciência de que é preciso pensar desde cedo em um ambiente acessível, o gasto vai ser bem menor”, opina. Geralmente, o investimento em reforma corresponde a 25% do valor do imóvel. Se as adaptações já forem projetadas na planta, elas vão gerar custo de apenas 10% do que se pagou pelo apartamento.

DIFERENCIAL

A RKM Engenharia é um exemplo de construtora que oferece aos clientes projeto arquitetônico com acessibilidade. Ao fechar o negócio, o comprador tem a opção de aumentar a largura do corredor, abaixar as bancadas e armários, instalar barras de apoio, aumentar o tamanho do box e colocar piso antiderrapante, principalmente nas áreas molhadas, como banheiro e cozinha. Outra adaptação requisitada é a automação. O morador pode abrir as cortinas, acender as luzes e ligar o som por meio de um único controle remoto.

“Ainda é muito pequeno o número de pessoas que se preocupam com isso na hora da compra, mas a gente sempre lembra ao cliente que pode ser um diferencial para o apartamento dele. É preferível ter um imóvel adaptado, mesmo que não seja preciso no momento”, diz a diretora da RKM, Adriana Bordalo.

Na área comum, a construtora se preocupa também com a inclusão, além da acessibilidade. Evita instalar escadas na entrada dos prédios. A alternativa é uma passagem única para todos os moradores, sejam crianças, adultos ou idosos. “No espaço em que teria uma escada e uma rampa, projetamos apenas a rampa com um belo jardim. Assim, todos vão passar pelo mesmo caminho e o acesso não vai ficar dividido”, ressalta Adriana.

Tags: construtoras

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