Conforto acessível

Condomínios fechados ganham força em Contagem e passam a ser foco de construtoras

Condomínios multifamiliares, de até cinco andares, são tendência por baratear custo final para cliente

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postado em 20/10/2013 13:00 / atualizado em 18/10/2013 15:56 Carolina Cotta /Estado de Minas
Expectativa da Direcional Engenharia é criar uma nova demanda na cidade com o lançamento do Oásis, que terá piscina, brinquedoteca, churrasqueira, espaço zen, piscinas e até praça particular - Direcional Engenharia/Divulgação Expectativa da Direcional Engenharia é criar uma nova demanda na cidade com o lançamento do Oásis, que terá piscina, brinquedoteca, churrasqueira, espaço zen, piscinas e até praça particular

Propriedades fechadas, portarias e sistemas de segurança, com ou sem área de lazer: os condomínios de unidades multifamiliares são cada vez mais presentes em Contagem e tendem a ser o foco de investimento das construtoras de olho na cidade da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Enquanto se prepara para receber o seu maior projeto de condomínio-clube, o Oásis, que será lançado pela Direcional Engenharia em novembro, espalham-se pela cidade estruturas mais simples e acessíveis. Os antigos “conjuntos” estão ganhando status e nome de condomínio.

Para Natália de Souza, gerente da Wilma Imóveis, com forte atuação no Bairro Riacho das Pedras, esses investimentos com vários prédios baixos – para dispensar o elevador –, porteiro 24h e área de convivência são a cara de Contagem. “Esse modelo só cresce, até porque Belo Horizonte não tem mais espaço. Como Contagem não cobra Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) para imóveis residenciais, as construtoras compram vários lotes, conseguem um terreno grande e fazem os condomínios. É muito mais barato que construir apenas um prédio.”

Realmente, uma unidade em condomínio é mais em conta que em prédio único. Segundo Sandro Perin, gestor executivo da MRV – Regional BH, dependendo da área, construir em condomínio pode ficar de 40% a 50% mais barato, economia revertida para o cliente. A construtora, que atua com esse modelo em todo o Brasil, tem feito em Contagem condomínios que variam de 250 a 300 unidades, com apartamentos de dois quartos e 45 metros quadrados (m2). A faixa de preço, na planta, é de R$ 165 mil a R$ 170 mil.

O perfil do público é o mesmo em todo o país: pessoas na faixa dos 20 a 25 anos, com renda que varia de R$ 4,5 mil a R$ 6 mil e em busca do primeiro imóvel. Além disso, são pessoas que não fazem mais questão de ficar perto do centro das cidades, e sim com fácil acesso ao trabalho. “As pessoas querem morar perto do trabalho. Querem sair do Centro, escapar do trânsito. Estão em busca de comodidade. O condomínio é bom porque oferece qualidade de vida, segurança e o status do primeiro móvel, tudo isso a custo baixo”, comenta Perin.

Segurança, aliás, é a origem do formato condomínio, empreendimento que oferece infraestrutura de lazer, segurança e comodidade. Para Perin, é o modelo ideal para associar esses quesitos que o público gostaria de ter reduzindo custos. Para isso, é preciso fazer condomínios maiores, que exigem lotes maiores. O relevo de Contagem e sua oferta de grandes áreas impulsiona ainda mais esse formato. “A cidade tem áreas excelentes, planas. Temos previsão de lançar novos condomínios em 2014”, adianta.

FINANCIAMENTO
Natália de Souza, da Wilma Imoveis, apresenta o Residencial Rio Senna, erguido em grande terreno no Bairro Riacho das Pedras - Jair Amaral/EM/D.A Press Natália de Souza, da Wilma Imoveis, apresenta o Residencial Rio Senna, erguido em grande terreno no Bairro Riacho das Pedras

Os condomínios são uma realidade recente. Segundo Natália de Souza, foi nos últimos cinco anos que a oferta de unidades nesse formato aumentou, principalmente no Centro e em bairros como Europa e Colonial. “Nessas regiões ainda há muitos lotes vazios. As construtoras pegam de três a quatro e fazem condomínios de casa”, explica. Já os condomínios de apartamentos ganharam impulso com o programa Minha casa, minha vida. Mas hoje já não se compra um imóvel na planta de até R$ 145 mil em Contagem.

No Riacho das Pedras, destacam-se três empreendimentos: o Rio Sena, o Borges e o Rio Manaus. São de 12 a 22 prédios de no máximo cinco andares, com duas ou quatro unidades por andar, todos de dois quartos. No Rio Sena, uma unidade custa a partir de R$ 180 mil; no Rio Manaus, R$ 230 mil, e no Borges pode chegar a R$ 280 mil. “São condomínios simples, voltados para a classe média. O sistema financeiro atual facilita o financiamento, mas prédio individual hoje é coisa para a classe média alta”, defende Natália.

Oásis no coração da cidade
Condomínio-clube, com infraestrutura repleta de atrativos, será lançado em novembro, uma opção para quem busca nova forma de morar em Contagem


Condomínios de casa e voltados para a classe média não são novidade em Contagem, mas a cidade se prepara para receber um empreendimento inédito: um condomínio-clube no coração da Cidade Industrial. O projeto Oásis, da Direcional Engenharia, será lançado ainda na primeira quinzena de novembro e para Carlos Henrique Gonçalves dos Santos, presidente da Rede Netimóveis Contagem, inaugura um novo conceito na forma de morar no município.
Outra perspectiva do Oásis, da Direcional Engenharia - Direcional Engenharia/Divulgação Outra perspectiva do Oásis, da Direcional Engenharia

Uma área verde com lago artificial é um dos destaques do condomínio, que vai oferecer completa estrutura de lazer: brinquedoteca, churrasqueira, espaço gourmet, espaço zen, piscina adulto e infantil, playground, quadra poliesportiva, salão de festas, salão de jogos e até praça privativa. Segundo Santos, condomínios completos como esse estão apenas começando em Contagem. “É algo completamente diferente do que já existia aqui. Vamos criar uma demanda nova”, acredita.

A proposta desses empreendimentos, também conhecidos como condomínio-clube, é oferecer ao morador opções de lazer que praticamente o dispensem da necessidade de sair de casa. No mercado paulista, onde estão disseminados, há casos de condomínios com pista de cooper, supermercados e escolas infantis. Mas, ao lado de tanta facilidade, vêm alguns desconfortos. Com tanta gente não querendo sair de casa, a circulação de moradores no mesmo ambiente é imensa.

Mas é inegável que opções de moradia como essa são uma opção à realidade das cidades grandes. “Esses condomínios com toda infraestrutura interna são diferenciados. Hoje, o acesso a qualquer lugar está dificultado com o trânsito. Ter uma área de lazer como essa dentro do condomínio, e poder se divertir ali mesmo, sem a necessidade de ir a um clube, chama a atenção principalmente de quem tem criança. Em condomínios como esse é mais fácil monitorá-la”, defende o presidente da Rede Netimóveis Contagem.

A expansão do modelo está associada ao aumento da violência, à participação da mulher no mercado de trabalho e à elevação das taxas condominiais, já que nesse tipo de empreendimento elas ficam diluídas no rateio com mais pessoas. Os condomínios-clube têm taxas muito mais baratas do que condomínios de prédios de 12 ou 13 andares, que não têm área de lazer. E dependendo da estrutura e do uso que fazem dela, a economia pode aumentar ao se dispensarem gastos com mensalidade de clubes e academias.

No livro Tudo o que você precisa saber sobre condomínios (Editora Saraiva), o advogado Márcio Rachkorsky defende que a grande vantagem é o lazer para os filhos, que têm ainda a possibilidade de fazer muitas amizades. A principal desvantagem, contudo, é a falta de privacidade. As chances de descer do carro, passar pela garagem e subir no elevador sem encontrar um vizinho nesse tipo de prédio são quase nulas. “É muita regra, muita gente, mas um novo conceito de vida”, defende Rachkorsky.

Mercado aquecido

Baratos e de venda mais rápida. Lançados por grandes construtoras, com centenas de unidades disponíveis, os apartamentos de condomínios de classe média são bons para negócio. Mas trazem um problema a reboque: estrutura. O volume de moradores é considerável, e vem com toda a demanda de comércio e serviço. Para a gerente da Wilma Imóveis, Natália de Souza, quando todas as unidades são ocupadas o impacto na região é visível.

Ela começa a entregar aos compradores as primeiras unidades do Condomínio Mundi Resort, da MRV. Segundo Natália, são cerca de 50 torres, de cinco andares, quatro unidades por andar. O volume de carros será tão grande que foram feitas duas portarias. “É gigantesco”, define. O desbravamento de novos bairros, alguns deles “construídos” para receber os investimentos, realmente exigirá um tempo maior para consolidação de uma estrutura de serviços, como comércio, escolas e unidades de saúde.
João Bosco de Freitas, da Grande Minas Imóveis, em frente ao Residencial Mediterrâneo, no Água Branca: para ele, condomínios têm a vantagem da segurança - Jair Amaral/EM/D.A Press João Bosco de Freitas, da Grande Minas Imóveis, em frente ao Residencial Mediterrâneo, no Água Branca: para ele, condomínios têm a vantagem da segurança

Para o gestor executivo da MRV – Regional BH, Sandro Perin, os condomínios maiores são os que alcançam valor mais acessível. Muitas vezes a construtora precisa oferecer contrapartidas na região, uma negociação geralmente feita com o empreendedor e a prefeitura, em função do impacto da obra. “Às vezes doamos uma escola, um posto de polícia, revitalizamos praças com equipamentos de ginástica”, cita. No Bairro Cabral, onde está sendo construído inclusive um shopping, o comércio tem chegado à medida que chegam mais moradores.

Para quem não tem recursos para comprar um apartamento ou casa é preciso encarar as dificuldades iniciais. Segundo o diretor da Grande Minas Imóveis, João Bosco de Freitas, enquanto um imóvel em condomínio para a classe média custa entre R$ 150 mil e R$ 250 mil, por um apartamento ou casa se pagam de R$ 250 mil a R$ 350 mil. “Além disso, enquanto a população precisar de mais segurança, os condomínios serão uma opção”, acredita.

Com atuação no Bairro Água Branca, região quase centenária de casas mais populares que acaba de despertar para empreendimentos na vertical, João tem comercializado principalmente unidades nos condomínios Atlântico e Mediterrâneo, ambos de 12 prédios, com portaria 24 horas, mas sem área de lazer. Com sete anos de construção, um imóvel por lá – dois quartos e 55 metros quadrados – custa em torno de R$ 150 mil. “É grande a procura por esses imóveis”, acrescenta Freitas.

VIDA EM CONDOMÍNIO

Prós

» Liberdade para as crianças brincarem
» Áreas verdes, organização e estrutura de lazer maiores, embora com custos menores
» Maior segurança, com porteiros, muros altos e guaritas

Contras

» Isolamento, no caso de condomínios mais afastados
» Dificuldade de transporte, também no caso de serem mais isolados
» Sensação de segurança excessiva que pode levar o morador a se descuidar de trancar portas e janelas
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Filipe - 20 de Outubro às 16:17
Dizer que um "apertamento" desses, de 2 quartos, 45m² é de classe média...fala sério??? E mais: R$ 170 mil??? E ainda querem que se leve uma matéria dessas à sério??? E ainda conseguem dizer que não existe bolha imobiliária...

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