No meio do caminho... um pilar!

Elementos arquitetônicos de sustentação devem ser integrados ao projeto de decoração. Destacados ou camuflados, há soluções que podem torná-los o diferencial do ambiente

INFORMAÇÕES PESSOAIS:

RECOMENDAR PARA:

- AMIGO + AMIGOS
Preencha todos os campos.
postado em 20/04/2014 20:41 / atualizado em 20/04/2014 21:20 Lilian Monteiro /Estado de Minas
No projeto do escritório Óbvio Arquitetura, o pilar recebeu uma cor vibrante e apareceu como estrela do espaço - Rodrigo Marcandier/Divulgação No projeto do escritório Óbvio Arquitetura, o pilar recebeu uma cor vibrante e apareceu como estrela do espaço
A ideia de deixar estruturas aparentes não é mais um problema para a decoração. Pilares e vigas, antes um problema, assumiram o papel de mocinhos e, em determinados projetos, se tornam personagens principais. Agora, podem ser integrados ao visual do apartamento e da casa. Basta definir o estilo: aparência industrial, em concreto, cores vibrantes ou inúmeros e inusitados revestimentos, do papel de parede à madeira ou até do mosaico português a chapas de aço. Tudo depende do conceito que se busca para o espaço.

A proposta hoje é destacar o pilar e assumi-lo como parte da decoração. O que não faltam são propostas. No entanto, a solução exige criatividade para que a coluna deixe de ser um obstáculo. O importante é investir numa saída que o valorize. O arquiteto Luís Fábio Rezende de Araújo explica que, atualmente, intervenção no leiaute e mexer na infraestrutura de um apartamento são naturais. Escolhas como optar pela integração de ambientes e ampliação de espaços são cada vez mais comuns. A ideia de ligar a varanda com sala ou unir dois quartos são modificações viáveis. “São projetos que ganham em amplitude e nessas mudanças é que aparecem as pedras no meio do caminho. É quando encontramos a parte estrutural que não temos como interferir. Mas podemos tratá-la de uma forma que se transforme numa peça decorativa.”

Luís Fábio conta que há soluções para deixar o pilar (ou mesmo a viga) imperceptível ou em evidência. “E, em ambos os casos, há benefícios para a decoração.” Se com a viga é possível trabalhar com um forro e disfarçá-lo, com o pilar, que é um obstáculo físico, é importante torná-lo parte do visual e da concepção do ambiente. O arquiteto enfatiza os vários artifícios: “Tudo depende do estilo e da proposta do projeto. Mas o pilar pode ser espelhado, revestido com material que possa assumir um papel discreto ou de destaque, enfim, há uma gama de intervenções possíveis.” Ele cita o papel de parede, pastilhas, pintura, texturas e destaca “o porcelanato extra-fino, com três milímetros de espessura, que dependendo da curvatura do pilar tem como revesti-lo. Os cilíndricos, por exemplo, pedem revestimentos mais maleáveis. E o efeito será de bom gosto”.

Com um projeto superbacana, Luís Fábio fez do pilar estrela de um ambiente. Ele decidiu usá-lo na forma natural. “Fiz um reboco com brita fina, para dar uma textura interessante e uniforme, e o envolvi com uma caixa de vidro.” O legal da proposta é que o arquiteto investiu na mistura de materiais. “Criei um contraste do concreto grosso e áspero com a delicadeza do vidro. E assim, além do contraponto dos materiais, consegui uma história que uniu visual com proteção, já que o vidro facilita a manutenção, a limpeza e livra da poeira.”

O que não pode, de acordo com Luís Fábio, é deixar o pilar “de cara limpa”, sem nenhuma intervenção, porque aí vai parecer que realmente ele virou a pedra no caminho. E para quem não quer o pilar aparente, a saída é camuflá-lo. Pode ser com painéis verticais, criar um nicho para decoração ou apostar em disfarces com prateleiras e outros móveis. “Para tudo tem jeito. O legal são os desafios.”

FUNCIONAL A arquiteta Laura Santos lembra que o pilar era visto “como o vilão da estrutura” e uma dor de cabeça para profissionais e clientes. “Mas, agora, com vários efeitos é possível dar uma funcionalidade estética” para a coluna, até então encarada como um empecilho. “Num projeto de uma sala pequena e conjugada, usada como estar e jantar, a solução para o pilar foi espelhá-lo. Deu amplitude, destaque e o ambiente não perdeu o aconchego. E teve dois efeitos contrastantes: ao mesmo tempo que foi camuflado, ficou com o volume mais discreto, o espelho o evidenciou.”

Para Laura Santos, trabalhar com o pilar aparente é sinal “de personalidade do projeto”. Ela conta que um pilar revestido de madeira numa sala com piso de mesmo material ficaria bacana ou um ambiente todo com paredes claras e só a coluna numa tonalidade escura, forte ou ainda um pilar envolvido por pastilhas numa cozinha. “Uma solução bacana e de impacto é usar a chapa de aço, que combina superbem com piso de madeira ou com mármore claro para criar um espaço moderno. Ou ainda o aço corten, outra escolha bacana para quem gosta de um ambiente rústico.”
Comentários Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação
600

Últimas Notícias

ver todas
07 de julho de 2023
05 de julho de 2023