Tecnologia identifica vazamentos sem precisar quebrar as paredes

Pesadelo de qualquer imóvel, os vazamentos não só aumentam os gastos com a conta d’água como são sinônimos de muita quebradeira, até que sejam identificados. Para contornar o inconveniente, que afeta casas, apartamentos e condomínios, empresas especializadas em manutenção predial, hidráulica e desentupidoras investem em tecnologia. O geo fone, chamado popularmente de “caça vazamento”, foi a solução encontrada para acabar com o quebra-quebra e proporcionar o reparo mais ágil e limpo possível.

Franqueado da empresa Praquemarido, da unidade BH Centro-Sul, Flávio Augusto de Figueiredo explica que o equipamento digital consiste numa ponteira, por meio da qual é emitida frequência ultrassônica. Essa ponteira é manipulada em contato com o solo e, à medida que emite a frequência sonora ao longo da tubulação, retorna um ruído para o fone de ouvido utilizado pelo operador do aparelho. “O equipamento se baseia na pressão e no fluxo da água pressurizada para denunciar a área do vazamento. À medida que o barulho que retorna para o fone aumenta, maiores são as possibilidades do problema estar naquele perímetro”, afirma Flávio.

A análise é iniciada com uma ponteira capaz de delimitar um raio de até três metros em torno do furo. “Quando achamos essa região, substituímos a ponteira por uma mais fina e precisa, que reduz ainda mais a área, chegando a um metro.” A partir daí, é iniciada a fase de reparo. “Caso não se tenha esse aparelho, tem que sair arrebentando tudo até descobrir onde está o vazamento”, observa o empresário. A visita, que inclui a utilização do geofone, tem custo de R$ 150 a hora e, depois de identificada a manutenção necessária, é passado orçamento detalhado do serviço para o cliente.

PREVENÇÃO EVITA FUROS ACIDENTAIS NA REDE HIDRÁULICA

Para os mais prevenidos, é possível evitar um furo acidental na rede hidráulica, na hora de instalar quadros, suportes de televisão e até acessórios de banheiro. O chamado Wall Scan é um aparelho que, como o nome já indica, escaneia a parede e informa a existência de encanamento, vigas e outros materiais que possam ser perfurados e danificados. “Ele tem um sensor e atua como uma espécie de sonar. Se tiver uma viga naquele local, ele apita e mostra na tela várias informações sobre o material encontrado”, diz.

Entre os dados que surgem na tela está a largura do cano, assim como sua profundidade na parede e se no entorno há alguma viga ou vergalhão que podem danificar a broca. “Mostra, ainda, se o material tem calor, se é metálico ou se há corrente elétrica. Tudo isso ajuda a eliminar a possibilidade de furar naquele local.”

Sem a planta hidráulica e elétrica do empreendimento e, diante de uma engenharia que não apresenta qualquer padrão de instalação desses materiais, as chances de erro são grandes. Por isso, contar com o apoio da tecnologia é fundamental para evitar prejuízos, não apenas com a quebradeira que deverá ser feita para reparar o problema criado, mas também as perdas, já que o acabamento do local deverá ser substituído. “A cerâmica pode ter saído de linha, por exemplo. Um serviço que poderia durar apenas 15 minutos, passa a levar quatro horas”, observa Flávio.