Morar perto de tudo

Localização figura como o principal requisito na hora de escolher o imóvel para alugar

Busca pela qualidade de vida faz crescer o desejo por casas e apartamentos a poucos quarteirões do trabalho ou da escola das crianças, e torna a procura no mercado de locação muito mais específica

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postado em 19/05/2015 18:54 / atualizado em 19/05/2015 19:03 Ludymilla Sá /Estado de Minas
Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press
As mudanças nas regras do financiamento da casa própria pela Caixa Econômica Federal e bancos privados tende a abrir um cenário de oportunidades para locação. A oferta já é grande. Há imóveis de todos os tipos e gostos, disponíveis em todas as regiões da capital e Grande BH para alugar. Mas a procura é específica. O desejo da maioria dos locatários é morar perto do trabalho ou da escola dos filhos.

Até bem pouco tempo atrás, o ideal era viver o mais longe possível da empresa. Assim, cidades inteiras mundo afora foram construídas mantendo as famílias nos subúrbios. O objetivo era separar a vida pessoal da profissional, como se elas não se complementassem. Mas o crescimento desordenado das metrópoles impôs às pessoas dificuldades de deslocamento, chegando a comprometer a tão desejada qualidade de vida.

Em razão disso, a procura por imóveis residenciais a poucos quarteirões do trabalho ou da escola das crianças aumentou significativamente, de acordo com Cássia Ximenes, vice-presidente da Câmara do Mercado Imobiliário e Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG). “O que o locatário mais se preocupa é com a mobilidade casa–trabalho–casa–escola. Esse tem sido o fator mais impactante na busca pelo imóvel. Eles querem saber se tem transporte fácil, estacionamento, se é perto do trabalho. Essas são as principais preocupações. Eles chegam a abrir mão de uma vaga de garagem, se o imóvel atender a essas expectativas. Hoje, a procura por mais qualidade de vida tem sido muito relevante na escolha.”

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Ninguém, no entanto, está disposto a desembolsar mais do que pode para viver perto do trabalho. Segundo Miriam Dayrell, proprietária da Miriam Dayrell Imóveis, os locatários desejam qualidade de vida desde que ela caiba no bolso. “É a questão do custo/benefício. A procura é por um imóvel bem localizado, especialmente por causa das horas perdidas no trânsito e engarrafamentos, mas a bom preço. Os locatários querem a tranquilidade de morar perto da escola dos filhos, por exemplo, mas a preocupação é se o valor vai caber no bolso.”

Cassia Ximenes, vice-presidente da CMI/Secovi, diz que o maior volume ofertado é de imóveis de dois e três quartos - Jair Amaral/EM/D.A Press - 17/12/13 Cassia Ximenes, vice-presidente da CMI/Secovi, diz que o maior volume ofertado é de imóveis de dois e três quartos
O maior volume ofertado é de imóveis de dois e três quartos, segundo Cássia Ximenes. E o valor do aluguel pode variar de R$ 1.500 a R$ 2 mil, conforme o número de vagas de garagem e localização.

Como cidades grandes são pulverizadas, nem sempre dá para atender o desejo inicial do potencial locatário, de acordo com a executiva. “Dessa forma, apresentamos alternativas. A gente tenta entender o que realmente é importante para esse locatário. Se o que ele quer não está disponível no momento, além de procurar dentro da nossa empresa, procuramos na concorrência e fazemos uma parceria para atender o cliente. Não sendo possível, mostramos alternativas viáveis de morar em bairro vizinho pelo menos, como linhas de ônibus existentes, por exemplo. O corretor não pode ser somente corretor. Temos de ser consultores do cliente para darmos todas as soluções possíveis que ele não pensou.”

A subgerente de locação da Lar Imóveis, Priscilla Batista Peixoto Silva está atenta para outras exigências do mercado. “A demanda continua nesse padrão de dois e três quartos, mas o cliente também preza pela conservação. Melhor ainda se o imóvel for reformado. Há também um público que faz questão de área de lazer. Se não tiver, perdemos a locação. Armários na cozinha e nos quartos também são imprescindíveis.”

AUMENTO

Apesar do cenário propício para locação e o crescimento da demanda, há o temor de uma supervalorização nos preços dos aluguéis, de acordo com a gerente comercial da RC Imóveis, Cláudia Leite. “Mas, por enquanto, está longe do que foi praticado no ano passado, quando houve aquele boom imobiliário. A procura é grande, tem atendido às nossas expectativas, mas não é tão grande a ponto de influenciar no valor do aluguel no momento.”

E, se isso acontecer, segundo Cláudia, cabe ao corretor intermediar um bom acordo entre proprietário e locatário, seus dois clientes em potencial. “Os proprietários estão cientes da importância de ouvir propostas e não deixar o imóvel parado. É mais interessante aceitar a proposta do cliente, porque ele pode até perder um pouco de dinheiro no aluguel, mas vai ganhar por não ter de pagar os impostos. Se ele mantiver o imóvel parado, vai ter custos com IPTU e condomínio todo mês, por exemplo.”

Miriam Dayrell reforça a afirmação de que é necessário dialogar com o proprietário. “Trabalhamos no sentido de fazer boas negociações. O proprietário tem de entender a importância de não deixar o imóvel parado. Se o locatário é um bom inquilino, vamos fazer o possível junto ao proprietário para conseguirmos uma boa negociação.”
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