Empresários estão otimistas com melhora no setor da construção civil em Minas

Embora muitos empresários ainda continuem se queixando da crise que assolou o país nos últimos anos, mas que já está apresentando sinais de melhora, a boa notícia é que o nível de atividade na indústria da construção civil vem melhorando em Minas Gerais. Para se ter uma ideia, em março, esse indicador chegou aos 44,8 pontos, maior patamar desde julho de 2014. Na comparação com o mês anterior, registrou incremento de 7,2 pontos e em relação a março de 2016 a melhora foi de 12,8 pontos, de acordo com dados da sondagem feita pela Indústria da Construção de Minas Gerais.

A Sondagem é elaborada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e foi feita entre 3 e 17 de abril. Foram ouvidos 50 empresários do setor da construção no estado.

De acordo com o economista e coordenador sindical do Sinduscon-MG, Daniel Furletti, apesar do resultado de março continuar abaixo da linha divisória dos 50 pontos, o indicador vem apresentando uma melhora no seu desempenho desde o início do ano, o que é uma sinalização positiva para o setor.

Ele explica que o índice que apura o nível de atividade em relação ao usual para os meses de março fechou em 24,1 pontos. Já o indicador de emprego fechou aquele mês em 43,9 pontos. Entre os principais desafios citados pelos empresários da construção no primeiro trimestre do ano, a demanda interna insuficiente ficou em primeiro lugar, com 47% das citações. Em seguida foi apontada a falta de capital de giro, que na sondagem foi mencionada em 38% das respostas. Em terceiro lugar no ranking está a elevada carga tributária, citada por 34% dos entrevistados.

Daniel ressalta que, também em relação ao primeiro trimestre de 2017, os empresários da construção mineira se mostraram insatisfeitos com a situação financeira, cujo indicador apurou 30,8 pontos. “O índice referente à margem de lucro operacional fechou em 29,8 pontos. Já quanto ao acesso ao crédito, o indicador fechou o período de janeiro a março de 2017 em 28,8 pontos”, salienta o executivo.

EXPECTATIVAS

A sondagem também pesquisou as expectativas dos empresários para os próximos seis meses. O índice referente ao nível de atividade da indústria da construção registrou 46,8 pontos em abril, alta de 10,5 pontos frente ao mesmo mês do ano passado. O indicador de novos empreendimentos e serviços fechou em 42,3 pontos, o de compra de insumos e matérias-primas foi de 46,2 pontos e o de investimentos ficou em 29,4 pontos. Já o resultado do índice de expectativa de emprego foi de 43,3 pontos, sinalizando que a redução no número de postos de trabalho também permanecerá nos próximos seis meses.

“A sondagem tem mostrado, ao longo dos últimos anos, uma melhora do ‘humor’ dos empresários da construção. Essa retomada da confiança é muito positiva, pois demonstra que o empresário já enxerga uma luz no fim do túnel, se compararmos com o mesmo período do ano passado. Essa melhora foi motivada devido ao controle da inflação e à queda de juros, que facilitam a realização de novos os investimentos. É claro que precisamos observar se essa confiança vai se sustentar nos próximos meses”, ressalta Furletti.