Planejamento

Definir bem o que se quer e pesquisar antes de iniciar o trabalho de reforma é fundamental

Quem pretende fazer intervenções em casa pode encontrar na crise uma boa oportunidade, já que o poder de negociação para o consumidor é grande nas lojas. Ter um projeto e acompanhamento especializado continua sendo requisito para o sucesso do resultado

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postado em 19/05/2015 19:29 Daniel Camargos /Estado de Minas
SXC.hu/Banco de Imagens
O momento econômico não é dos melhores, mas quem planeja reformar a casa pode encontrar na crise uma boa oportunidade. “O poder de negociação para o consumidor é grande nas lojas”, afirma Mateus Mantovani, diretor de vendas da ABC da Construção, rede de lojas com 47 unidades espalhadas por 30 cidades de Minas Gerais. Porém, tão fundamental quando negociar e pesquisar preço é fazer um planejamento adequado antes de começar a reforma. “O principal é ter em mente o que fazer com a reforma e qual será a funcionalidade”, explica o gerente de marketing do Ponteio Lar Shopping, Luiz Sternick.

Ele, que também é arquiteto, observa que o conceito de uma reforma parte da premissa de que a pessoa não pretende trocar de casa ou de bairro. “Quer permanecer no mesmo local, porém, com mais conforto”, define. Por isso, é importante encontrar um profissional para fazer esse planejamento. “Pode ser um cômodo apenas, um banheiro ou um quarto, mas é fundamental planejar, ter um projeto para que uma obra que custaria R$ 1 mil não custe R$ 10 mil no final”, alerta.

Outra dica de Sternick é que não existe nada determinando que é chic ou está na moda. “Existem vários tipos de estilo e tendências para todas as tribos e gostos e o bacana é atender o próprio estilo”, aconselha. O gerente de marketing do Ponteio explica que um profissional como arquiteto ou decorador é apto a fazer uma pesquisa e descobrir quais são os costumes da família e, assim, encontrar o estilo adequado. A orientação é importante, pois a oferta de materiais é muito grande. “Antigamente, existiam poucas opções de piso e não tinha muito como variar. Hoje, quem quer reformar vai até a loja e encontra mais de 50 tipos. A criatividade das empresas é imensa”, compara Sternick.

DESCONTOS

Mantovani, do ABC da Construção, entende que a quantidade de lojas da rede permite que a empresa consiga negociar melhor com as indústrias, e assim, repassar os descontos para o consumidor. Uma das dicas de Mantovani é para o consumidor ficar atento aos novos tipos de porcelanato, que estão disponíveis nas versões esmaltadas e esmaltada polida. “O esmaltado e o esmaltado polido trazem gamas de impressões à peça diferentes do simples, que tem apenas cores sólidas”, detalha o diretor de vendas.

A vantagem, segundo ele, é que o consumidor pode retratar texturas como mármore, madeira, chapa de aço e até ferro por um preço bem menor que os materiais originais. “No passado, ter uma sala com aspecto de mármore de carrara era apenas para mansões milionárias. Hoje, com esses revestimentos é possível conseguir essa aparência por um preço bem menor”, explica Mantovani. “O mesmo vale para pisos que se assemelham às tábuas corridas e madeiras de lei”, completa. Outro ponto destacado pelo diretor da ABC da Construção é a facilidade para manutenção. Os valores, segundo ele, para esses tipos porcelanato partem de R$ 35 o metro quadrado.

TINTAS DURADOURAS

As novidades também estão presentes nas lojas de tintas. A sócia-diretora da Casa e Tinta, Maria Eduarda Rizério, aconselha que os consumidores considerem o produto correto para a aplicação. Para pintura de madeiras e metais, por exemplo, as tintas geralmente usadas são à base de resina e solvente sintéticos, mas Maria Eduarda destaca que muitas indústrias de tinta já disponibilizam tintas à base de água. Outra inovação são tintas duradouras para pintura de azulejos e superfícies vitrificadas, com capacidade para aderir nas superfícies lisas. Há no mercado tintas à base d'água desenvolvidas especialmente para aplicação em pisos, vidros, metais e azulejos em banheiros, cozinhas e outras aplicações. “É uma tinta que realmente adere em superfícies lisas, tem alta resistência à limpeza frequente e umidade. Tem o diferencial de ser um produto monocomponente (pronto para uso) e de baixo odor por ser à base de água.”

Obras em condomínios

Uma pastilha da fachada que cai, o encanamento do prédio que dá problema, o sistema de impermeabilização de lajes. Como realizar manutenções preventivas e corretivas em prédios residenciais e comerciais? De acordo com o diretor comercial da Administradora de Condomínios Opala, Marcos Nery, a primeira atitude, ao perceber que a área comum do condomínio precisa de modificações, é verificar se é realmente uma reforma, que consiste na mudança de tamanho, forma ou natureza do local, ou uma manutenção, que é a correção ou melhora de um detalhe que está com algum problema. Outra questão é se as obras são necessárias, voluptuárias ou úteis. As necessárias são aquelas que se não forem realizadas podem comprometer a segurança do usuário. As úteis são as que melhoram e amplificam o estabelecimento a ser reformado. Já as voluptuárias são as que aperfeiçoam a aparência do local.

“Verificados esses detalhes, é necessário que o síndico convoque uma assembleia com a presença de todos os proprietários. Os inquilinos que moram de aluguel podem participar, mas como a reunião será voltada para os planejamentos financeiros, a presença deles não é obrigatória. Dessa forma, com a pauta em mãos sobre a reforma é possível apresentar propostas e orçamentos que serão votados, a favor ou contra, pelos condôminos.” O contrato pode ser feito de duas formas: o síndico pode recolher o valor a ser estipulado ou a empresa pode fazer um contrato específico com cada um dos proprietários.

PLANEJAMENTO

Para o consultor técnico Roberto Matozinhos, do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) e relator da comissão de estudos NBR 16.280 da ABNT, ao escolher qual empresa será responsável pela obra é preciso que o síndico esteja ciente das normas de reforma e que ele acompanhe o que o profissional desenvolverá. “É preciso fazer um plano de reforma, um cronograma financeiro, um projeto arquitetônico e estrutural antes de as obras serem iniciadas para que a execução da reforma não tenha nenhum problema”, comenta.

O engenheiro civil Luís Moreira, diretor-gerente da Loggus Engenharia, empresa que desenvolve projetos de reformas prediais, também enfatiza a importância de planejar antes de desenvolver uma reforma. “Sempre digo que é melhor gastar mais tempo durante a fase do projeto do que na execução. A análise minuciosa do que será feito – o custo, como, onde, quais as interferências possíveis – evita o retrabalho, que custa tempo e dinheiro, já que há a possibilidade de perder o material e a mão de obra de aplicação, demolição, além dos gastos com a nova aplicação”, destaca.

Além de estar ciente das normas, o síndico deve acompanhar as obras e cobrar retorno dos profissionais envolvidos para informar aos moradores em que estágio está a reforma. “A obra deve estar disponível para visitação dos interessados. Essas visitas devem ser agendadas, para não atrapalhar a dinâmica da reforma, por questões de segurança, e acompanhada pelo responsável técnico para tirar qualquer dúvida acerca das modificações.”

Segundo Matozinhos, é importante que o síndico acompanhe a obra para verificar se o que foi planejado está sendo seguido. “Ele precisa ter em mãos o projeto de obra, quando a reforma é finalizada ele compara se o que foi executado está de acordo com o que foi planejado.” Em reformas em áreas comuns dos condomínios é preciso ficar atento também com relação aos manuais, já que precisam ser atualizados quanto às reformas feitas.

REGULAMENTAÇÃO

A emenda da Norma NBR 16.280, de 2014, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que regulamenta o processo de reformas em construção civil teve votação pública encerrada no último mês. Essa regulamentação estabelece que qualquer modificação que possa causar impacto na estrutura do edifício precisa de um plano de reforma, com a presença de um engenheiro ou arquiteto reconhecidos pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU) ou Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea). Porém, apesar da responsabilidade técnica dos profissionais qualificados, é o síndico do condomínio quem arca com toda a problematização que envolve a reforma.
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