Objetos cotidianos ganham vida e personalidade nas mãos de artista francês

Um Batman feito de dobradiça enfrenta um ralador de queijo criminoso que atira pregos. Um Homem-Aranha de espátula de cozinha anda pelo metrô. Um Super-Homem de fole sobrevoa a cidade, enquanto o King Kong com braços de chave de boca luta contra um pulverizador de inseticida que sobrevoa um arranha-céu, como ocorre no clássico do cinema. Essas e muitas outras cenas inusitadas acontecem nas ruas de nova-iorquinas em As pequenas coisas em Nova York.

Com muita criatividade, o ilustrador e escultor francês Gilbert Legrand dá vida e personalidade a incipientes objetos do cotidiano, como torneiras, trinchas, pincéis e utensílios de jardinagem, transformando-os em simpáticos personagens, ambientados em diferentes situações e cenários desenhados a lápis, que revelam a cultura e arquitetura da cidade.
A ideia dá sequência a um projeto anterior, O grande show das pequenas coisas, como é mostrado nas primeiras imagens dessa obra. Os "personagens" aparecem dentro de uma caixa com destino a Nova York. Com isso, uma tesoura, que havia se tornado um casal apaixonado aos beijos, vai viver seu romance na metrópole estadunidense.

As divertidas peças de arte, que combinam escultura e ilustração dão uma cara bem mais agradável a objetos sem graça e muitas vezes até considerados feios, como a escova de lavar louça que se transforma na Estátua da Liberdade e cabides variados que representam os carros pelas ruas da cidade.

Em meio a releituras inesperadas e instigantes de objetos que seriam apenas úteis, as ruas da Big Apple são tomadas, em ritmo acelerado, por cenas espirituosas e provocativas que, ao misturar a realidade cotidiana com a ficção de personagens famosos, revelam, sem palavras, um olhar sensível e original.