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Um ano de desafios para a construção civil

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O ano de 2014 foi especialmente atípico para o Brasil. O primeiro semestre foi marcado pelas expectativas em volta da realização da Copa do Mundo. Já a segunda metade do ano teve como foco a disputa presidencial e as expectativas quanto ao novo governo. Por trás desses dois eventos, o cenário macroeconômico foi de desaceleração em importantes indicadores. Ainda assim, mesmo com as condições adversas, o setor da construção, um dos mais importantes do país, deve apresentar relativo crescimento de 0,5%.

Quanto aos fatores que restringiram o desempenho da indústria da construção em 2014, estão a inflação persistente no teto da meta de 6,5% ao ano; a elevação dos juros básicos a 11,75% ao ano; a redução da taxa de investimento a 17,4% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o ideal seria um patamar de 25%; e o déficit nas contas públicas de R$ 15,3 bilhões acumulados de janeiro a setembro.

A consequência para o setor foi o encarecimento do crédito para a indústria e para o consumidor; a perda de poder aquisitivo da população e os aumentos dos custos de produção; o deslocamento do investimento do setor produtivo brasileiro para outros mercados; o aumento da insegurança quanto à política econômica e a consequente dificuldade de planejar investimentos em longo prazo.

Entretanto, mesmo com todo esse cenário desfavorável aos negócios, os agentes da construção se estruturaram e encontraram meios para conseguir contornar esses desafios. Melhoras na gestão e nos processos construtivos possibilitaram ganhos de eficiência. Já as análises estruturadas do mercado permitiram a adequação da oferta e dos empreendimentos ao perfil do consumidor.

Foi a partir disso que o mercado imobiliário conseguiu se manter em crescimento. De acordo com levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), em Belo Horizonte, entre janeiro e outubro de 2014, as vendas subiram 2,89% na comparação com igual período de 2013. Já os lançamentos cresceram 23% na mesma base de comparação.

Contudo, a sensação entre agentes do setor é de que esse desempenho poderia ter sido ainda maior se os níveis de confiança no futuro da economia brasileira estivessem mais positivos. Hoje, muitas famílias e investidores estão postergando a decisão de compra de imóveis esperando por uma maior segurança quanto à manutenção do seu emprego e renda.

Por outro lado, a necessidade de novas moradias segue impositiva. De acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV), atualmente, o déficit habitacional no Brasil está em cinco milhões de unidades. Ainda segundo o mesmo o estudo, estima-se que 16,8 milhões novas famílias serão formadas nos próximos 10 anos. Desse modo, somando com a carência atual, a demanda por habitação de baixa renda será de 20 milhões de unidades até 2024.

Nesse ponto, a continuidade e aprimoramento do programa Minha casa, minha vida se faz fundamental para a ampliação de uma política habitacional que vem dando certo. Em 2014, até novembro, foram 11.573 unidades contratadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em Minas, esse número sobe para 53.274. No acumulado de 2009 até novembro de 2014, mais de 370,5 mil unidades foram contratadas em Minas Gerais, representando montante superior a R$ 25,3 bilhões em investimentos. Números significativos.

Assim, com a demanda em expansão e com uma política habitacional sólida, as perspectivas para 2015 são positivas. Isso porque, apesar dos desafios impostos pela conjuntura macroeconômica, o mercado da construção civil tem se mostrado hábil em encontrar e desenvolver novas oportunidades de negócios. 

 

* Vice-presidente de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG)


E-mail para esta coluna: comunicacao@sinduscon-mg.org.br

Tags: construção civil

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