Quarto de menina

Não tem mais jeito. Renovar a decoração do quarto de sua filha é agora tarefa inadiável. Afinal, a criança não pára de crescer e aquele ambiente de bebê, feito com tanto carinho, planejado detalhe a detalhe, já está para lá de inadequado e ainda causa constrangimento à pequena diante das amiguinhas. Mas como fazer que o investimento na reforma dure o máximo de tempo possível, se daqui para frente as mudanças de interesses, gosto e hobby serão constantes?

Segundo a designer de ambientes Dulciele Sales, para que o trabalho não resulte em um quarto impessoal é preciso levar em consideração o estilo de vida atual da criança e transportá-lo para o ambiente, sem perder de vista que as peças bases da decoração, como os móveis, devem ter uma vida útil longa. “O segredo é planejar um ambiente flexível, onde os temas sejam trabalhados apenas nos detalhes, que podem ser trocados a cada nova etapa do crescimento da menina.”

Nesse processo, a menina precisa ser ouvida para que se identifique com o ambiente do qual será a principal usuária. “A criança deve exercer um papel fundamental em decisões sobre o visual do quarto, como na definição de cores e temas”, destaca Dulciele.

Outro desafio é planejar um ambiente com espaços reservados para múltiplas funções – dormir, brincar, estudar, ouvir uma música, interagir com as amigas e, em alguns casos, ver TV. “Nessa questão, é preciso pensar numa eficiente distribuição do mobiliário, na comunicação entre as funções e prever espaços para a circulação e abertura das gavetas e portas dos móveis”, observa a designer, ao lembrar que a iluminação também é importante e pode criar cenas adequadas a cada atividade desenvolvida pela menina no quarto.

A designer de interiores Iara Santos defende que TV e computador, sempre que possível, devem ficar fora do quarto, e ocupar espaços nas áreas sociais da casa para servirem de vetores de interação da família. “É uma decisão que depende dos pais, mas que possibilita maior controle sobre o tempo que as crianças e adolescentes ficam na internet ou sobre o que eles estão vendo na TV”, assinala. Para Iara, os trabalhos e pesquisas escolares, que demandam uso do computador, podem ser feitos numa sala ou escritório da casa e até no quarto, com um laptop, por exemplo, apoiado em uma bancada ou mesmo na cama.

A criação de espaços lúdicos no quarto pode ajudar nessa tarefa de reduzir o tempo dispensado pelas crianças à TV e ao computador. “O ambiente tem de cumprir a função de estimular a menina e isso pode ser obtido por meio de recursos simples, como embutir caixas de som no gesso do forro ou prever um espaço para um equipamento de som para que ela possa ouvir uma música, colocar uma lousa verde para a criança escrever com giz, ou um painel onde seus desenhos possam ser expostos”, ensina Dulciele.