Sem cara de escritório

Empresas começam a contratar serviços de decoração para dar aos ambientes comerciais uma feição mais parecida com o lar. Medidas simples transformam os espaços e criam clima mais íntimo

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postado em 07/08/2009 19:00
A decoradora Patrícia Satler usa cores para aquecer ambientes empresariais e deixá-los mais aconchegantes - Gladyston Rodrigues/Ao Cubo Filmes A decoradora Patrícia Satler usa cores para aquecer ambientes empresariais e deixá-los mais aconchegantes
O modo de viver contemporâneo exige das pessoas uma dedicação intensa ao trabalho, o que faz com que passem mais tempo voltadas à profissão do que à família. Em locais onde o nível de concentração é muito grande, empresas começam a se preocupar com o bem-estar dos funcionários, e agora contratam profissionais da decoração para transformar os ambientes comerciais, escritórios ou consultórios, em espaços quem lembrem a casa. Cores, objetos decorativos, detalhes, iluminação, móveis ergonômicos e confortáveis, além de plantas, são apenas alguns recursos para trazer afetividade ao mundo dos negócios.

"Para profissionais autônomos, esta situação pode ser ainda agravada, porque a jornada pode ir além das 8 horas. A maior parte do dia dessas pessoas acontece dentro de um escritório ou de um consultório", ilustra a decoradora Patrícia Satler. Ela explica que a incorporação de elementos que caracterizam a casa, ou o lar, ao local de trabalho pode torná-lo mais agradável e as atividades mais prazerosas. "Tanto em escritórios quanto em consultórios projetados a partir dessa ideia, clientes ou pacientes também poderão se sentir em casa enquanto aguardam o atendimento, o que dá uma dimensão de afetividade ao serviço que recebem aí", continua.

Patrícia projetou, em quatro salas de atendimento, espaços para transmitir a sensação do prazer de estar ali, para quem trabalha e os que esperam para ser atendidos. A partir da demanda de criar um "escritório que não tenha cara de escritório", como lhe solicitou a cliente, a decoradora mesclou o branco com o vermelho em tecidos das cadeiras e dos sofás, pouco comuns em salas de espera, que foram usados para aquecer o ambiente e criar um clima de intimidade, e divisórias de gesso, modernas, substituíram as antigas, explica. "Geralmente, as pessoas escolhem o azul, o verde. O vermelho é quente, traz aconchego. Também colocamos flores, para dar um toque sala de visitas ao ambiente, que embora pequeno é ampliado na predominância do branco, que destaca mais o vermelho".

Começa a crescer a demanda por serviços e profissionais do design de interiores entre os ambientes empresariais, pontua o gerente de produtos da Lider Interiores, Gabriel Grossi. "A preocupação, além do design, começa a se concentrar no conforto, o bem-estar de funcionários e clientes, já que se passa a maior parte do tempo no trabalho. Desde o porta-retrato, que aproxima da família, até uma poltrona mais confortável", ressalta. A Lider dispõe de uma linha em mobiliário pronta para proporcionar um tom aconchegante aos espaços comerciais e dar-lhes uma feição mais parecida com o lar. Patrões que antes costumavam escolher qualquer sofá agora têm o cuidado de oferecer modelos mais macios, de tecido agradável, continua Gabriel.
SXC.hu/Banco de Imagens

A atenção à ergonomia trouxe cadeiras de escritório adequadas, as plantas chegaram para dar vida, com a contribuição de objetos decorativos e até obras de arte. "Os locais comerciais, que antes eram secos, agora estão mais próximos dos familiares. A Lider oferece, por exemplo, as poltronas Egg, ou Coconut, a chési Barcelona, e o sofá E200, como boas opções que misturam o clássico e o contemporâneo, trazendo a esses espaços outras sensações", analisa o gerente da Lider.

A arquiteta Estela Netto desenhou com os produtos da Lider dois ambientes em uma empresa do ramo de máquinas para mineração e siderurgia para serem locais de estar para funcionários e clientes. A mudança na decoração incluiu sofás mais confortáveis, a reformulação do projeto de iluminação (de uma intensidade forte para uma luz mais propícia a uma conversa descontraída), cachepôs com plantas, mesas laterais e de centro com bandejas para um café, além de nichos retratando temas relacionados à história da empresa. "É um local de convívio, para bater papo, um café, não é refeitório nem sala de reunião. Entre um intervalo e outro, os espaços foram pensados como se fossem a sala de uma casa, para descansar, como uma extensão da casa, onde se esteja acolhido e também integrado à trajetória da empresa", explica a arquiteta.

RECEPTIVIDADE

O diretor geral da Isomonte, José Rubem de Almeida, conta que a intenção ao montar as salas para os funcionários era exatamente essa. "Em dois andares diferentes, as recepções estavam com os móveis antigos, não adequados. A mudança foi para modernizar, dar uma aparência melhor para receber clientes e visitas, e também mais agradável para os funcionários. Quando eles têm um tempo de folga, podem se sentir à vontade, e próximos à família", diz José Rubem.

"Em uma época quando se passa mais tempo trabalhando do que em casa, a preocupação vai além do conforto, da estética. A decoração comercial deve se comunicar com as pessoas, traduzir seus pensamentos, o que, ao final, vai significar qualidade de trabalho e melhor rendimento durante períodos longos. Já fiz até um projeto em que, na sala de um diretor, instalei um chuveiro e um sofá-cama", completa Estela Netto.
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