Veja mais fotos de revestimentos naturais
Bons recursos decorativos, os revestimentos ecológicos têm a vantagem de fácil instalação, já que geralmente são fabricados em placas que podem ser coladas diretamente sobre a superfície escolhida, sem quebra-quebra, e os recursos tecnológicos vêm desenvolvendo melhor as questões de durabilidade, com tratamentos modernos para maior resistência, a fim de estender as possibilidades de uso tanto em áreas internas quanto externas, explica o arquiteto da Torres Miranda, Sérgio Viana. "Desde as madeiras certificadas, como a teca, até o coco, bambu, ecoblock, o mercado oferece uma infinidade de produtos sustentáveis para revestimentos, com películas desenvolvidas e fabricadas para durar mais e receber tingimentos e acabamentos. É uma vantagem da arquitetura em ser voltar para os elementos brasileiros. Os investimentos em novos empreendimentos imobiliários importam a tecnologia para aprimorar a matéria-prima nacional", pontua. Para Sérgio, a consciência ambiental perpassa desde o primeiro traço do arquiteto até o cliente final, considerando ainda o gasto de energia na fabricação e o transporte, para disponibilizar produtos mais baratos, práticos, e que respondem com maestria às exigências estéticas. "O ecoblock, por exemplo, em madeira biossintética, muito usado para decks, é fabricado em Belo Horizonte, o que diminui todos os custos envolvidos para os clientes e a natureza", ressalta o arquiteto.
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Ecologicamente correta
Sérgio conta que participa há algum tempo da feira Revestir, que acontece na edição 2010 a partir desta terça-feira em São Paulo, reunindo diversos fabricantes e apresentando as novidades da área. Assim, pôde acompanhar a evolução do mercado de revestimentos, que saíram da cerâmica para apostar no natural, inclusive com os materiais sintéticos explorando a atmosfera da natureza. Este ano, a feira terá grande foco na sustentabilidade
Segundo a arquiteta Flávia Roscoe, há uma preocupação mundial em buscar
a otimização do uso dos recursos naturais e do gasto de energia. "Hoje a arquitetura e a decoração dirigem o foco para a sustentabilidade em geral, e os revestimentos naturais atendem a essas demandas como um todo, buscando produtos reciclados, menos nocivos ao meio ambiente, para pisos, paredes, tetos e móveis. O ecoblock, os pisos compensados em capas de madeiras reaproveitadas, que podem receber resinas, como a teca e o lyptus, ou feitos em pneus reciclados, as placas de fibras de coco ou de resíduos de pedras como mármore e granito, são apenas algumas possibilidades que têm ótimo resultado estético para qualquer tipo de estilo. O importante é considerar a necessidade de cada um e a destinação dos ambientes", acrescenta.
VARIEDADE
Os fabricantes estão atentos a esse mercado e lançam novidades para todas as etapas da construção. A Ibiza Acabamentos traz para os consumidores uma linha de revestimentos naturais, que incluem matérias-primas em bambu, galhos de macieira, coco, madeira reciclada de demolição, pó de mármore, dendê, além de já ter lançado pastilhas de granulados de arroz, que já saíram de fabricação, explica a diretora da empresa, Alaíde Ferrari. "Nós reaproveitamos o que geralmente iria para o lixo. Destruir menos a natureza é o mínimo que podemos fazer. E a tecnologia trouxe a beleza aliada a isso, com as cores, formas e texturas variadas, passeando por todos os estilos de decoração", pontua.
O pastilhado de macieira, fabricado a partir de um procedimento de retirada dos galhos para renovação dos pomares, abundantes na região de Palmas, no Paraná, dá um outro destino para o que iria para o lixo. O revestimento à base de maça está disponível em placas de 40 x 40, 20 x 20 e 10 x 40 cm em MDF de 3mm e galhos de macieira
Fabricados artesanalmente, os produtos em bambu são indicados para uso em ambientes internos e livres de umidade, como paredes, compondo painéis, cabeceiras de camas ou móveis. Os revestimentos exploram as texturas inventadas a partir da mistura de cores, fibras, cortes e formatos do bambu, um produto de extração sustentável. Por não ter a raiz removida, o bambu cresce novamente e está pronto para nova poda em até três anos. O revestimento é comercializado em placas de 30,5 x 30,5 centímetros em 10 diferentes padronagens. Os mosaicos são colados em placas deHDF e recebem uma resina à base de água. Depois do lixamento manual, é aplicada uma camada de verniz que proporciona resultado rústico e linear, sem puxar o fio.
Em parceria com a Pau Velho, a Ibiza também dispõe um revestimento feito com madeira reciclada de demolição. A matéria-prima utilizada é recuperada de dormentes de estradas de ferro e antigas construções. O revestimento é ideal para ambientes internos comerciais e residenciais e áreas externas cobertas, sem exposição direta à luz do sol. Pode ser encontrado nos tamanhos 30,5cm x 30,5cm e 61cm x 61cm. "Assim, não estamos retirando árvores e prejudicando o meio ambiente", completa Alaíde.