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Presença do verde nos espaços ganha força por embelezar o ambiente

Além disso, as plantas ajudam a manter o ar mais puro

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postado em 03/06/2012 11:50 / atualizado em 04/06/2012 13:03 Júnia Leticia /Estado de Minas
A arquiteta Estela Netto diz que o uso das paredes na decoração é sempre bem-vindo por sempre proporcionar um efeito impactante - Eduardo de Almeida/RA Studio A arquiteta Estela Netto diz que o uso das paredes na decoração é sempre bem-vindo por sempre proporcionar um efeito impactante

Com o objetivo de amenizar a falta de espaços verdes, cada vez mais raros nas grandes cidades, e propiciar mais qualidade de vida às pessoas, o paisagismo, a arquitetura e a decoração propõem soluções. Mas nem mesmo a diminuição das áreas em imóveis, como apartamentos, fez com que os amantes da natureza desistissem de levar um pouco de verde para casa.


Investindo na solução adequada, é possível aproveitar cada cantinho do imóvel, fazendo transformações surpreendentes. Como exemplo dos recursos que podem ser empregados, o paisagista e ambientalista Caio Zoza indica a ambientação com vasos diversos. “Além de jardins verticais, arranjos florais e a mais badalada onda do momento, que são as hortas verticais. As soluções contribuem em muito para tornar o ambiente mais agradável, tanto no sentido visual como olfativo”, diz.

Segredo é aproveitar cada cantinho para colocar uma planta - Eduardo de Almeida/RA Studio Segredo é aproveitar cada cantinho para colocar uma planta
A possibilidade de melhorar a qualidade de vida propiciada pela presença da natureza em casas e apartamentos é destacada pela professora de teoria da jardinagem no Inap Lúcia Borges. “Uma planta crescendo e se desenvolvendo dentro de casa traduz um ambiente saudável e propício à vida. Além de ajudar na recomposição da umidade do ar, pela transpiração, a planta, com sua delicadeza e forma, proporciona aconchego ao ambiente”, considera.

Para produzir o efeito desejado, a arquiteta Estela Netto diz que cabe ao profissional especificar as plantas mais adequadas para serem mantidas em espaços internos e áreas sombreadas. “Para ambientes pequenos, os jardins verticais são uma boa pedida. Além de proporcionar um efeito impactante, o uso das paredes é sempre muito bem-vindo”, diz.

A arquiteta Renata Basques confirma que, atualmente, são muitas as opções para que seja criada em apartamentos a atmosfera proporcionada pelas plantas. “Além dos jardins verticais, as placas instaladas na parede e em estantes, com plantas em vasos, são alternativas para inserirmos o verde no espaço”, sugere.

Eduardo de Almeida/RA Studio
Para fazer com que a arquitetura e o paisagismo andem juntos, resultando em ambientes agradáveis esteticamente, Renata diz que deve ser levado em consideração o espaço no qual o recurso será inserido. “Se tem insolação ou não, a metragem quadrada e até a disposição do morador em dar manutenção e cuidado com as plantas. Feito isso, mesmo em apartamentos pequenos podemos utilizar tanto plantas em placas como cachepôs com vasos de diversos tamanhos.”

Além da iluminação no local onde serão inseridas as plantas, Caio Zoza conta que é muito importante verificar a incidência e potencialidade dos ventos no local para possibilitar a sobrevivência e o desenvolvimento das espécies escolhidas. “É muito importante, também, levar em consideração a disponibilidade de regas por parte dos moradores, apesar de hoje existirem produtos que aumentam o intervalo em que devam ser realizadas, pois há espécies que exigem uma frequência mais constante”, ressalta o paisagista.

ESTÉTICA

A professora Lúcia Borges diz que a grande vantagem dos vasos é a versatilidade - Eduardo de Almeida/RA Studio A professora Lúcia Borges diz que a grande vantagem dos vasos é a versatilidade
Outro fator importante é o estético, conforme Caio. De acordo com ele, a planta e o vaso devem seguir a decoração do ambiente, não destoando do estilo utilizado. “Os critérios são optar por escolher espécies que irão ao encontro de fatores ambientais (iluminação, ventos etc.) e o gosto e disponibilidade do futuro proprietário para cuidar das espécies.”

Lúcia Borges também destaca a necessidade de serem considerados vários critérios para se elaborar o projeto paisagístico. Dimensões disponíveis para desenvolver o espaço, a função do ambiente, a profundidade que poderá ter a terra a ser empregada e a necessidade do uso de vasos são algumas delas. “Em relação aos fatores ambientais, a luminosidade natural, o clima da região e a temperatura, entre outros.”

Natureza em doses homeopáticas
Para quem quer ter mais verde em casa, há alternativas para todos os ambientes

Mesmo que o espaço seja muito reduzido, tendo-se o cuidado de verificar a quantidade de iluminação e ventilação natural é possível desenvolver um projeto que possibilite o contato com a natureza. Num apartamento pequeno, com 50 metros quadrados, por exemplo, pode ser feito um jardim vertical ocupando paredes de uma varanda, conforme Estela Netto.

Mas, aliado a esses aspectos, a arquiteta diz que é preciso, ainda, conhecer as preferências do morador. “Qual tipo de planta ele gosta, estilo de decoração que mais lhe agrada: se mais moderno, mais romântico. É importante pensar, também, em espécies que não atraem insetos para o interior das residências”, conta Estela.

Segundo o paisagista Caio Zoza, em ambientes pequenos, plantas dispostas em vasos ou contêineres menores é uma das soluções. “Utilizar as paredes com vasos dispostos de forma agradável e empregar quadros verdes, que vêm a ser uma grande inovação do paisagismo para interiores, são outras alternativas.”

Peças dispostas nas paredes são funcionais e ocupam menos espaço - Eduardo de Almeida/RA Studio Peças dispostas nas paredes são funcionais e ocupam menos espaço
Quanto ao recipiente onde colocá-las, Estela Netto diz que há cachepôs lindíssimos, que recebem vários tipos de plantas para áreas de sombra ou meia sombra. “Eles são ideais para interiores e até mesmo apartamentos pequenos. Os cachepôs podem ser de madeira de demolição, cerâmica, vidro, aço, inox”, informa.

Para quem preferir os vasos, a professora Lúcia Borges confirma que eles são versáteis e têm variados tamanhos e formatos. Quanto às plantas para espaços internos, a professora conta que as mais indicadas são as de meia sombra e sombra. “Para vasos maiores, palmeiras como a rafis, chamedorea, licuala e palmeirinha-de- petrópolis são ótimas opções”, indica.

Mas, há uma infinidade de opções. Outras alternativas são algumas espécies de arbustos, como leias, pleomeles e dracenas, como sugere Lúcia. “De porte mais baixo, há as samambaias, algumas bromélias, zamioculcas e espadas-de-são-jorge”, acrescenta a professora.

Suculentas diversas completam a lista de opções, conforme Caio Zoza. Além das palmeiras citadas por Lúcia, o paisagista indica plantas como a yuca, o espatifilus, antúrios, orquídeas como a Phalaeanopsis, bromélias de sombra e arvoretas como a árvore da felicidade. “Plantas que se acredita trazer proteção, como a comigo ninguém pode (Dieffenbachia picta e suas variações), guiné, espada de São Jorge, entre outras”, completa.

Caio Zoza aponta os quadros verdes como uma das grandes inovações do paisagismo - Eduardo de Almeida/RA Studio Caio Zoza aponta os quadros verdes como uma das grandes inovações do paisagismo
Para escolher entre elas, é essencial priorizar o gosto do morador e sua disponibilidade para cuidar das espécies, conforme o paisagista. “As plantas são seres vivos que necessitam se alimentar, ser protegidas para não contrair pragas e doenças e dispor de cuidados quando isso acontecer. A maioria das pessoas se esquece disso”, observa Caio.

Justamente devido à falta de tempo ou esquecimento, cresce a ambientação de casas e apartamentos com as chamadas plantas descartáveis. “Chamamos assim aquelas que são adquiridas em supermercados, garden centers ou floriculturas, que objetivam alegrar determinado ambiente devido às suas flores ou folhagens e que, devido ao local, principalmente, viverão por alguns dias. Essa tendência veio para ficar devido à falta de tempo cada vez maior da vida urbana”, acredita Caio Zoza.

O paisagista conta que grandes produtores se especializaram em criar plantas naturais modificadas geneticamente para florir em épocas distintas da sua floração natural. Esse cultivo possibilita a alteração de melhoria da cor natural das folhagens e até mesmo prolongar o tempo de floração. “Logo, essas plantas, depois de alguns dias fora daquele ambiente de cultivo (estufas climatizadas), perdem aquelas características que foram decisivas para sua compra. Resultado: são descartadas e novas são adquiridas, repetindo-se o ciclo.”

Mesmo assim, ele acha vantajoso investir nessas opções. Um dos motivos é o baixo custo. “Também são fáceis de posicionar dentro do espírito de decoração desejado. Mas devemos ressaltar que ter uma ou mais plantas perenes dentro de casa é muito importante. Cria-se um laço afetivo. Faz bem ao espírito”, diz Caio.

Feita a escolha, é preciso saber onde colocar as plantas. Quanto a isso, Lúcia Borges diz que elas podem ser colocadas em quase todos os cômodos. “É tabu quem pensa que as plantas causam algum problema ou exalam algum gás tóxico à noite”, informa a professora.

O que deve definir qual ambiente deve recebê-las é a função que terão nele e a circulação das pessoas. “Para que as plantas não causem transtorno. Outra dica é colocá-las nos locais que tenham um mínimo de luminosidade natural, pois mesmo as plantas adaptadas em sombra necessitam de um pouco de claridade.”

Tirando os quartos, Caio Zoza não tem restrição quanto ao uso de plantas nos ambientes. Ao contrário de Lúcia Borges, o paisagista diz que, à noite, as espécies invertem o processo respiratório, consumindo oxigênio e liberando gás carbônico. “São quantidades baixíssimas, mas que podem afetar em ambientes fechados.”

Os cahepôs são ótimas alternativas para interiores e áreas menores - Eduardo de Almeida/RA Studio Os cahepôs são ótimas alternativas para interiores e áreas menores
De acordo com Estela Netto, elas ficam bem em salas, varandas ou até nas cozinhas, em um pequeno jardim gourmet. Entre as sugestões de uso, a arquiteta diz que as orquídeas ficam lindas em arranjos sobre mobiliários, como mesa de jantar e mesas de apoio. “Dão charme, colorem e sofisticam os ambientes. Sua deosvantagem é que, ao contrário das bromélias, agaves e helicôneas, que ficam sempre bonitas no jardim, a floração das orquídeas é apenas uma ou duas vezes ao ano.”

Como falar de verde tem tudo a ver com sustentabilidade, na hora de escolher os móveis a arquiteta ressalta a importância de se observar esse aspecto, preocupação que ela tem em seu trabalho. “Todos os móveis projetados pelo escritório são executados com MDF, madeira de reflorestamento e madeira de demolição.”

Renata Basques também é adepta dessa prática. Prova disso é que a arquiteta criou uma estante multiuso, ideal para quem gosta do verde em casa, e que pode ser usada em varandas de apartamentos, em uma cobertura, entre outros locais. “O morador pode cultivar um jardim vertical ou mesmo uma horta sobre este móvel. Além de sustentável, essa ideia visa o melhor aproveitamento dos espaços.”

Sem transtornos

Como em toda obra, é preciso tomar alguns cuidados com a segurança para evitar acidentes. Para não ter de lidar com esse tipo de transtorno, a arquiteta Renata Basques diz que, em jardins verticais, não devem ser usadas plantas muito pesadas em áreas que têm trânsito intenso. “A amarração deve ser benfeita e, em apartamento, deve-se priorizar o uso de placas, onde colocamos ganchos para instalar os vasos”, cita.

O paisagista Caio Zoza lembra a necessidade de se observar a carga máxima suportada pelo piso por metro quadrado, principalmente em coberturas e varandas. “Outro fator importante é o desenvolvimento futuro das plantas, se não incomodarão ou impedirão os transeuntes. É preciso, também, observar a toxicidade das espécies escolhidas para ambientes onde existem crianças e animais domésticos.”

De acordo com Lúcia Borges, os problemas mais comuns em jardins são infiltração de água, drenagem, plantas mal adaptadas ou desproporcionais aos locais previstos. “Os de construção são, normalmente, de responsabilidade do construtor. Porém, o paisagista deve estar atento se a jardineira ou canteiro já têm impermeabilização, escoamento de água e, se necessário, deve instruir o proprietário a resolver essas questões antes de implantar o jardim.”

Estela Netto lembra, ainda, que é preciso pensar sobre as raízes das plantas e suas projeções sobre passeios, edificações e áreas pavimentadas. Com tantos aspectos a serem levados em consideração, a ajuda de um profissional pode ser decisiva para evitar problemas. Para quem quer contar com essa assessoria, pode optar pela contratação de um paisagista, designer de interiores ou arquiteto, dependendo da ênfase que o morador queira dar ao verde em casa.

Essa consultoria é muito importante, principalmente quando se trata de um apartamento com dimensões reduzidas. “Para se pensar na utilização de plantas em interiores de residências pequenas, não se pode perder de vista o pré-dimensionamento dos espaços, áreas de circulação e espaços ‘envelopes’ (áreas no entorno do mobiliário). Tudo isso deve ser projetado para otimizar os ambientes e não deixá-los sufocados e apertados”, observa Estela.

Para quem optar pela contratação de um arquiteto para desenvolver o projeto, Estela Netto esclarece que o trabalho contempla esses e vários outros aspectos, englobando, inclusive, o paisagismo nos espaços. “Neste caso, o valor médio por ambiente é de R$ 1,2 mil”, informa a arquiteta.

Em relação ao projeto paisagístico, Caio Zoza conta que o investimento a ser feito está relacionado à área em que se deseja colocar as plantas e a complexidade que o trabalho exigirá. “Em média, um projeto paisagístico para interiores que designará os tipos de plantas mais adequados ao ambiente, modelos de vasos e como adquiri-los, orientações sobre os cuidados com as mesmas etc. gira em torno de R$ 30 o metro quadrado. Mas esse valor é muito relativo.”

Plantas sempre verdes e saudáveis

Para acertar no projeto, que tem como objetivo criar uma atmosfera que em que o verde é destacado, o macete, segundo o paisagista Caio Zoza, é criar ambientes apropriados à convivência do morador com as plantas escolhidas. Tome nota de algumas dicas para fazer isso:

- Vasos em geral devem ser replantados a cada dois anos. Nesse período, faz-se uma troca do substrato e poda das raízes que se enovelaram. Mas algumas espécies exigem podas em períodos mais curtos e regulares.

- Efetue uma boa drenagem do vaso. Verifique se existe orifício de saída de água dos vasos e disponibilize um espaço entre ele e o chão para que a água saia naturalmente.

- Use substrato de boa qualidade e bem drenado.

- As adubações devem obedecer a um calendário regular instituído por um paisagista profissional.

- É importante observar se a planta está com pragas e/ou doenças e saná-las imediatamente.

- Cuidado com o excesso de plantas, pois isso pode criar um aspecto ruim e surtir o efeito contrário, ou seja, esteticamente desagradável.

- Fique atento para que os vasos escolhidos não destoem da decoração.

- Atenção para a escolha de plantas que sejam apropriadas para o espaço. Há as que não são adequadas para um determinado imóvel devido a diversos fatores ambientais.

- Opte por plantas já ambientadas a interiores

Tags: beleza

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Jose - 04 de Junho às 15:00
Aproveito a reportagem para deixar uma dica de Floricultura: A Forte Grama, na avenida Silva Lobo 2373 Grajau, duvido que alguém encontre outra tão organizada e com tantas variedades. Vale a pena conhecer.

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