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Tudo no mesmo lugar

Integrar ambientes pode ser uma ótima solução para torná-los maiores e mais funcionais. Profissionais ensinam como transformar seu imóvel num espaço elegante e confortável

Júnia Leticia

Iluminação e ventilação também devem ser levadas em consideração para integrar ambientes - Foto: Eduardo Almeida/RA Studio

Seja para aumentar ou renovar um ambiente, investir na integração deles se tornou mais fácil graças ao uso da criatividade associada a produtos que propiciam praticidade e beleza. O resultado, além de surpreendente, favorece o convívio entre os moradores, independentemente do tamanho do imóvel. Entre as características dos espaços integrados, a decoradora Sheila Mundim destaca a comunicação, tanto das pessoas que os utilizam quanto entre os ambientes propriamente ditos. “A iluminação e a ventilação também podem ser destacadas, visto que, entre ambientes sem barreiras, elas circulam sem se depararem com obstáculos, criando amplitude e integração perfeitas, além de torná-los mais funcionais”.


A designer de ambientes Roberta Seabra conta que os espaços integrados caracterizam-se pela junção de ambientes, criando espaços multifuncionais conectados. “A característica mais importante da integração é a amplitude que ela provoca no ambiente. Como atualmente os apartamentos estão cada vez mais compactos, a união tem sido um recurso muito utilizado para deixar o espaço mais versátil.”


Seja quebrando paredes ou mesmo abrindo janelas, esses ambientes têm funções diferenciadas, mesmo ocupando o mesmo local, como sinaliza a arquiteta Thaysa Godoy. “Muitas vezes, buscamos esse recurso para obtermos amplitude de espaços, mesmo que o uso seja diferente de um local para outro. Ambientes integrados ficam mais amplos e dão uma sensação de que o imóvel é maior”.


Nesses espaços sem paredes, onde um cômodo se comunica com outro, pode haver várias combinações, “como é o caso das salas de estar com jantar, cozinha com sala de jantar – também conhecida como cozinha americana –, quarto com closet e escritório com sala”, exemplifica Roberta Seabra.


Sheila Mundim diz que a integração mais tradicional, que está presente nos projetos da maioria das construções modernas, é sala de jantar/cozinha/sala de TV. “Outra possibilidade é cozinha/área de serviço/salas/varanda (cozinha gourmet integrada). Ela representa a solução ideal para os ambientes pequenos.”


Segundo as arquitetas Thaysa Godoy e Mariana Borges, não há perda da sensação de amplitude quando o uso é diferente de um local para outro - Foto: Eduardo Almeida/RA StudioA arquiteta Mariana Borges conta que atualmente os espaços que as pessoas mais desejam integrar são varandas a salas de estar ou jantar e salas de jantar a cozinhas, tornando esses ambientes mais funcionais e amplos. “No caso da cozinha integrada à sala, é muito adequado quando o cliente gosta de cozinhar ou receber amigos

. Pensando que ela é o melhor lugar da casa, a levamos à sala, ampliando esse espaço tão agradável de encontro da família.”


Outra possibilidade são quartos integrados à sala, como aponta Mariana, de forma que a sala fique maior e o quarto seja totalmente anulado. “Ou ainda pode-se manter o quarto, transformando-o em de hóspedes ou em uma sala de TV íntima, com possibilidade de ser fechado com portas de correr”, explica. Há também a opção de unir áreas de espaço gourmet a home theater, segundo  Thaysa Godoy. “É uma solução ótima para quem gosta de receber e estar com tudo à vista. Dessa forma, a área de convivência fica integrada em um só local, o que é mais prático e funcional”, avalia.

MUDANÇA

Para se ter uma ideia das dimensões para que se possa fazer um espaço integrado, Sheila conta que para transformar uma varanda comum em uma varanda gourmet o ideal é que a medida mínima seja dois metros de largura por quatro de comprimento. “Em relação aos recursos para integrá-los, há projeto de iluminação, paginação de pisos, bancadas de apoio e painéis em MDF unindo ou dividindo os ambientes”, cita.


De acordo com Roberta Seabra, ao se planejar a integração de ambientes, o ideal é avaliar se suas dimensões são suficientes para se ter uma visão ampla. “Espaços que, após a junção de ambientes, criam formatos retangulares, certamente trarão amplitude ao local”, observa a designer.