O bufê está presente na maioria das salas de jantar. Funcional, esse mobiliário exerce função importante, servindo de apoio à mesa e, além de guardar objetos, ele ajuda a compor a decoração de forma original. Quando escolhido da maneira correta, o bufê faz diferença na ambientação, resultando, com o restante do espaço, em um conjunto harmônico, belo e cheio de estilo. Entretanto, é preciso estar atento a algumas peculiaridades desse móvel para não errar na opção.
O bufê é muito útil para guardar as louças mais finas que não são usadas constantemente e não cabem na cozinha e, com gavetas ou portas (diferente do aparador que tem prateleiras abertas), serve também para abrigar toalhas de mesa, jogos americanos, talheres, travessas e copos, pontua a designer de interiores Kenya Bambirra. “Superfícies lisas, feitas em madeira, vidro, mármores, chapas melamínicas, apoiadas sobre pés ou rodapés, ajudaram a diferenciar o aparador do bufê. Um pode substituir o outro, mas não eliminar. De acordo com a função que damos ao espaço, o uso das duas peças trazem a solução para compor o ambiente”, diz.
Dentro de cada estilo, seja retrô ou vintage, clássico ou modernista, antigo ou contemporâneo, está disponível no mercado um grande leque de opções em bufês, continua Kenya. Como explica, cores fortes são boa opção para peças maiores em ambientes mais amplos. Para locais menores, a designer indica tons claros e propostas mais limpas e pequenas. “Não existe regra. O importante é que se tenha a preocupação com o estilo e a proporção do espaço. O bufê deve seguir a mesma linha ou ser do mesmo material dos móveis que fazem parte do ambiente. Porém, se forem totalmente diferentes e houver história, estamos dando chance à uma época. O que importa é que o conjunto fique harmonioso”, orienta e continua, ressaltando que “o bufê fez fama e marcou a trajetória do estilo e do design. Ele foi incorporado ao desenho industrial, que trouxe uma outra leitura, agora contemporânea, para combater as formas clássicas da primeira era”.
“O bufê deve atender às necessidades da casa e harmonizar com o design dos outros objetos da decoração. Isso vai ser determinado pelo estilo empregado no ambiente”, ressalta a designer de interiores Iara Santos
REVIRAVOLTA
O bufê não precisa, necessariamente, ser do mesmo material dos outros móveis existentes na sala. “Ele pode acompanhar a cor e textura da mesa ou propor uma quebra de combinação, incorporando outras cores, materiais ou estilo. Desde que o não fique destoante com o restante da decoração, tudo é possível”, ensina a arquiteta Estela Netto. Geralmente, o bufê é acompanhado de grandes espelhos formando uma dobradinha quase inseparável. “O espelho é uma solução interessante, desde que contribua para o ambiente com um todo. Espelhar uma luminária pendente sobre a mesa, por exemplo, traz um brilho ao espaço e colabora na iluminação”, explica Estela.
Mas, segundo a arquiteta, “se o cliente procura mais leveza e não se importa em abrir mão da funcionalidade, o aparador é mais indicado”. Dentro de uma extensa gama em tamanhos, formas, cores e materiais, para Estela o que vai determinar o uso do bufê é a concepção que se quer dar ao projeto. “Ainda existe a possibilidade de criar um móvel sob medida, ou seja, único para o espaço, que pode ser desenhado por um profissional gabaritado”, pontua.
Móvel foge do modismo
Para a designer de interiores Bárbara Brant, na decoração é possível inovar e transformar o uso de quase tudo. Seguindo este pensamento, um aparador pode virar mesa, um bufê pode fazer o papel de uma cômoda. “Esta peça é utilizada também para dividir espaços, disfarçar as costas de um sofá, apoiar adornos, coleções e lembranças de família. Lançar mão da criatividade para mesclar estilos e transformar um aparador em bufê é uma ótima saída para fugir do óbvio. Podemos usar, por exemplo, um aparador de vidro com um móvel de madeira abaixo e formar um bufê mais original”, sugere.
Segundo Bárbara, móveis tipo bufê podem estar, além da sala de jantar, em qualquer lugar onde ele tenha uma função. “Pode ser a cômoda do quarto para acomodar as roupas, um armário no escritório para guardar a papelada, e dependendo do desenho poder virar até o móvel da televisão.
A função é determinada pela necessidade. Dependendo do design e do material, podemos usá-lo em vários ambientes.” De acordo com a designer, um dos principais pontos a ser considerado para se ter uma composição harmônica é a proporção. Se o espaço é limitado, ela indica usar móveis que sejam apropriados ao tamanho, para garantir uma boa circulação. E, para Bárbara, tudo depende da personalidade dos donos da casa. “Pessoalmente, não gosto muito de colocar todos os móveis iguaizinhos. Para se ter um bom resultado, devemos levar em conta tamanho, proporção, textura, forma, material, estilo e vários outros pequenos detalhes”.
ACABAMENTO
Na loja de mobiliário de alto padrão Inside, presente há 27 anos no mercado de Belo Horizonte e que atualmente funciona na Rua Grão Mogol, no Sion, região Centro-Sul da capital, é possível encontrar uma linha moderna e sofisticada de bufês. Como explica a sócia-proprietária Lícia Lamego, eles podem ser em laca de cores variadas, e madeira, natural, tingida ou ebanizada, traduzindo peças refinadas e de design renomado. Lícia afirma que este tipo de móvel geralmente é procurado por recém-casados ou pessoas que estão repaginando a decoração da casa. Os preços variam entre R$ 4,8 mil e R$ 14 mil. “O mercado para este móvel cresce, entre outros motivos, pela atual falta de espaço nos imóveis, e para evitar a quebra de objetos mais caros que poderiam ser facilmente danificados se estivessem, por exemplo, no armário da cozinha”, finaliza.
MEMÓRIA: Nascido da revolução
Coube ao designer inglês Hepplewhite a criação do que seria o primeiro bufê, registrado em um catálogo de 1778 da loja Hepplewhite de Londres, demonstra a designer de interiores Kenya Bambirra. Até o final do século 17, as salas de jantar dos nobres e ricos tinham tábuas largas e longas para colocar alimentos e utensílios para o apoio do jantar, que era o momento solene de encontro das famílias nobres e, posteriormente, dos burgueses da era industrial. Como explica Kenya, com o