Quartos cada vez menores e a necessidade de espaço para abrigar vários móveis, como berço, trocador, cama de solteiro, cômoda e poltrona para amamentação é a realidade para muitas famílias. Somado a isso, as mães se esquecem de que o bebê crescerá rápido e, de repente, toda a mobília comprada estará perdida. A solução para esse impasse é planejar a decoração tendo em mente duas palavras-chave: funcionalidade e versatilidade.
Investir em peças multifuncionais é uma boa pedida para resolver o problema do espaço e, de quebra, fazer com que a decoração dure por mais tempo. Comprar um berço em modelo reversível, que no futuro se transforma em uma minicama, ou aproveitar o espaço na superfície da cômoda e planejar um trocador são algumas ideias.
Para isso, vale apostar em móveis planejados, que possibilitam aproveitar melhor o espaço e, ao mesmo tempo, criar uma decoração mais durável à passagem do tempo, como aponta a designer de interiores da loja Sombra de Verão, Christina Mazoni. “O trocador pode ser desenvolvido para, no futuro, se tornar uma bancada de estudos, e a cama da babá pode se transformar na cama da criança. O importante é que os móveis não sejam perdidos.”
Para escolher entre as infinidades de modelos disponíveis no mercado, a arquiteta do Atelier Vila Roriz, Paula Roriz de Castilho, indica a utilização de móveis com design mais limpo, modernos ou clássicos, mas sem muita informação. “Linhas básicas e retas não interferem no restante da decoração.”
A decoradora Nara Cunha aconselha o uso de cores mais neutras e móveis básicos. “Assim, você pode colocar o kit berço, trocador e adornos coloridos, dando vida e aconchego ao ambiente
Para que a decoração do quarto seja pensada para bebês, sem esquecer que se tornarão crianças em breve, a designer de interiores da Casa Cor, Rafaela Simão, aposta no uso de acessórios mais sóbrios sem perder o encanto, o lúdico. “Abuse no enxoval, pois pode ser retirado com facilidade e vai acompanhando a idade da criança”, recomenda.
Além disso, Christina Mazoni conta que se deve abusar dos adornos na decoração, que podem ser removidos sem prejudicar o ambiente. “Como almofadas, colchas e abajur.”
NA PAREDE
A importância da escolha das cores do quarto também é destacada por Christina. Se elas forem realçadas pelo uso de papel de parede, a dica é escolher temas que não sejam tão infantis ou de bebê. “O ideal é optar por cores claras e neutras, como branco e bege, que se adequam a qualquer idade e são menos enjoativas.”
Para Rafaela Simão, o interessante é ousar, sem cair nos clichês do rosa para menina e azul para menino. “Para definir a melhor opção de cores, primeiro temos de analisar qual estilo e tema terá o quarto, podendo deixar as cores mais vivas para os adornos e acessórios.”
Liberdade para crescer
Prever necessidades das crianças nas várias etapas da infância é importante para não ter um quarto de bebê com data de validade. Planejado, espaço pode evoluir com os filhos
De acordo com ela, a transição é feita a partir de, aproximadamente, dois anos, época em que o bebê deixa o berço. Mas, para quem acha sem graça ficar com um quarto sem detalhes nesse período, há soluções que podem resolver o problema. “Um recurso muito utilizado é a aplicação de adesivos nas paredes, pois são de fácil manutenção e permitem criar ambientes diferenciados”, diz Nara.
Fazendo-se um projeto bem adaptado, basta trocar apenas o berço pela cama, mudar a colcha e adornos, além dos outros móveis, para que esteja tudo pronto, segundo a designer de interiores da Casa Cor, Rafaela Simão
A arquiteta do Atelier Vila Roriz, Paula Roriz de Castilho, diz que hoje há vários produtos para decoração de um quarto de bebê e criança, e a cada dia surgem novidades no mercado. “O que mais se procura são objetos para decoração de paredes, como apliques, quadros, telas, cestas higiênicas, luminárias, protetores de berço e colcha para cama auxiliar. Mas também surgem os mimos, como farmacinhas, medalhas de proteção, móbiles, pingentes para cortina, puxadores e adornos.”
Entre essas opções, há produtos fundamentais por uma questão de praticidade. É o caso dos kits higiênicos. Outros são muitos importantes para a segurança, como os protetores de berço. “Há aqueles já não tão essenciais, mas que dão todo o charme ao quarto, como quadros e luminárias. Afinal, as mães colocam todo o seu carinho ao fazer o quarto de um filho tão esperado”, comenta Paula. Mas, com toda essa empolgação, é preciso ter cuidado com o exagero. Afinal, nenhuma mãe quer um quarto poluído por excesso de informação. “Não é preciso de muitos peças para fazer uma bonita decoração, mas é necessário harmonia na combinação delas”.
Respeitar o espaço disponível, além de melhorar a mobilidade dentro do quarto, vai evitar gastos com móveis que poderão ser perdidos quando o bebê crescer. “A dica é sempre pensar no futuro e se preocupar com o que será aproveitado com o crescimento da criança”, afirma Christina Mazoni. Nara Cunha também chama a atenção para a proporção adequada das peças em relação ao ambiente, principalmente considerando-se as dimensões reduzidas dos imóveis, atualmente. “Móveis exageradamente grandes, que reduzem o ambiente e criam a sensação de um quarto ainda menor, podem poluir o espaço”, adverte.
CORES
Como na visão de Rafaela Simão, atualmente, as pessoas vêm querendo um quarto mais romântico, mais provençal, sem perder o toque moderno, as cores mais usadas são tons neutros. “Justamente para aproveitar na hora da transição e manter uma suavidade no quarto para o bebê. Quanto ao piso, continuam sendo os laminados, por serem mais aconchegantes, variando as cores de branco para um tom mais amadeirado.”
Curingas não podem faltar
O segredo do sucesso, segundo Nara Cunha, é resultado da conjugação de três aspectos: cores alegres, ambientes leves e livres de exageros. Fora isso, ela dá uma dica simples e muito útil para as mamães. “Colocar o berço perpendicular à parede, de forma que possa ser acessado pelos dois lados. O ideal é sempre ter o máximo de acesso possível.”
A iluminação é outro fator muito importante para a ambientação do quarto do bebê. Nesse quesito, os abajures são ótimos aliados, como observa Nara. “Uma vez que deixam o quarto com uma iluminação mais baixa para o bebê relaxar e também permite que a mamãe tenha melhor visibilidade para circular pelo quarto à noite”, explica.
Para evitar esse e outros tipos de problemas, os projetos precisam de um acompanhamento profissional, que pode ser realizado com os mais variados orçamentos, de acordo com o espaço disponível e as peças a serem consideradas. “Os pais podem optar pelos itens básicos – como berço, guarda-roupa, cômoda e poltrona – ou até mesmo investir e deixar o novo ambiente todo decorado. Com cerca de R$ 4 mil é possível decorar o quartinho”, diz Nara.
Paula Roriz confirma que existem no mercado todas as faixas de preço na decoração, que atendem todos os bolsos. “No meu ateliê, uma parede decorada com apliques em MDF pintados à mão ou quadros para decorar custa na faixa de R$ 250 a R$ 450. Quanto aos acessórios, variam de R$ 49 a R$ R$ 350.”
PREVISÃO
Como para um quarto de bebê ficar lindo e aconchegante são necessários vários detalhes, é preciso ter cautela na hora de colocar cada peça, cada móvel, como observa Rafaela Simão. “Por essa razão é muito importante contratar um profissional que ajudará em cada um desses detalhes, facilitando a visualização do projeto antes mesmo de sua execução por meio de projeções em 3D, com cores e detalhes bastante realistas.”
Confira alguns truques de profissionais para aproveitar a decoração do quarto do bebê:
» Opte por peças que podem ser reaproveitadas: berços que viram minicamas, prateleiras que poderão abrigar livros, sofás projetados para virar camas e poltronas que vão decorar o quarto.
» Móveis planejados, além de aproveitar o espaço, podem ser elaborados pensando no futuro: trocadores podem virar bancadas de estudos.
» Nada de papéis de parede muito coloridos. Além de difíceis de ser removidos, cores neutras são menos enjoativas e podem ser aproveitadas quando o bebê crescer.
» Adornos alegram o quarto do bebê e têm uma grande vantagem: são facilmente removíveis ou podem ser reaproveitados – basta escolher temas mais clássicos, que não se restrinjam a bebês.