Oscar Niemeyer dizia que não era o ângulo reto que o atraía, mas a curva livre e sensual, como as das montanhas, dos rios, das ondas do mar e da mulher preferida. O centenário arquiteto, que morreu na semana passada, imprimiu em diversos monumentos a marca do traço sinuoso e ousado que fazem da sua arquitetura uma referência mundial. Além de transformar concreto armado em obra de arte, Niemeyer também registrou o estilo modernista em móveis espalhados pelo mundo e alguns podem ser vistos nos palácios da capital federal e no Congresso Nacional, por exemplo.
O trabalho de Niemeyer como designer de móveis teve início em 1971, quando o arquiteto sentiu necessidade que o mobiliário fizesse parte da composição arquitetônica. “O problema que encontrei no equipamento dos edifícios é que, muitas vezes, o mobiliário, o arranjo interno, prejudica completamente a arquitetura”, disse o arquiteto no livro Móvel moderno no Brasil, de Maria Cecilia Loschiavo dos Santos (1995). Na publicação, Niemeyer revelou que, ao elaborar um projeto, pensava os espaços destinados aos grupos de móveis. “Todos os móveis estão presos ao princípio de que são complemento da arquitetura e devem ser atualizados e modernos como a própria arquitetura”, destacou o arquiteto.
Confira o especial dedicado a Oscar Niemeyer
Além dos móveis que compõem a obra arquitetônica, Niemeyer desenhou, junto com a filha Anna Maria Niemeyer, uma linha de mobiliário, na década de 1970, formada por 12 móveis, entre eles sofás, cadeiras, poltronas e mesa de jantar, todos com estrutura de madeira ebanizada.
Confira, abaixo, alguns móveis desenhados por Oscar Niemeyer: