Conforto natural

De enfeites a estofados, couro se mantém na moda

Versatilidade, nobreza e aconchego. Essas são as principais características do tecido em projetos de design em casa

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postado em 30/12/2012 08:51 / atualizado em 30/12/2012 10:21 Júnia Leticia /Estado de Minas

Eduardo de Almeida/RA Studio


A versatilidade do couro faz com que o material tenha cada vez mais destaque nos projetos de interiores. Peças inusitadas são criadas todos os dias, tamanha é a flexibilidade e adaptabilidade desse recurso. Tapetes, painéis de parede, blecautes, estojos, pufes, para não falar de peças de mobiliário como sofás, estofamento de cadeiras, cabeceira de cama, são alguns exemplos de como e onde o couro pode ser usado. As características do material, que pode ser encontrado em praticamente todas as cores, fazem com que as peças fabricadas com couro combinem com vários tipos de ambiente.

Variedade de modelos de couro disponíveis atualmente no mercado facilitam a decisão certa para cada tipo de decoração - Eduardo de Almeida/RA Studio Variedade de modelos de couro disponíveis atualmente no mercado facilitam a decisão certa para cada tipo de decoração
  Arquiteta da Lider Interiores, Renata Andrade diz que o produto está disponível nas versões natural, ecológica e sintética. Muito versáteis, esse últimos são produzidos em fábricas com componentes químicos e têm o aspecto muito parecido com o couro natural. Outra vantagem é o preço menor. “O couro ecológico é feito da pele de animais, especialmente bovinos, e o seu processo de curtimento é isento de aditivos poluentes ao meio ambiente”, explica.

O designer de interiores Rafael Cândido diz que para estofados existem o couro especial e o comum. Segundo ele, ambos trazem um ar de requinte e sofisticação, além do aspecto clean quando empregados. “Para outros tipos de mobiliário existe o recouro, material reconstituído formado por aparas de couro, resina e outros produtos. Muito resistente, está em alta na decoração. Por ser mais firme, geralmente é usado em superfícies como frente de gavetas, tampos de escrivaninhas e aparadores.”

Com relação ao couro natural, a arquiteta da Dad Arquitetura, Marina Dubal, informa que atualmente há no mercado diversas categorias do produto, como o bovino (mais usado) e o de avestruz e de crocodilo, além dos acabamentos envelhecido e reconstituído, entre outros. “Temos também o artificial, que pode ser encontrado em inúmeras tonalidades, inclusive com texturas que simulam os couros mais caros.”

A designer de interiores Cícera Gontijo diz que o tecido é atemporal e sempre dá elegância ao ambiente - Eduardo de Almeida/RA Studio A designer de interiores Cícera Gontijo diz que o tecido é atemporal e sempre dá elegância ao ambiente
Para Marina, o tecido é um clássico e de alta durabilidade, o que leva ao ambiente sofisticação e austeridade. “Amplamente usado em estofados como sofás, poltronas e cadeiras, recentemente vem ganhando espaço e podemos explorar seu uso em cabeceiras na área íntima ou ainda em painéis decorativos aplicados em paredes e mobiliário”, comenta. Para a designer de interiores Cícera Gontijo, quando se fala em couro está-se fazendo referência a todas as peles animais que tenham sido tratadas e que foram modificadas por meio de produtos químicos. “Os tipos mais usados na decoração são o tradicional, o envelhecido ou o acamurçado.”

ALTERNATIVA
Cícera sugere substituir o tecido ou o madeirado, mudança que cria um ambiente inusitado, elegante e com um toque mais nobre. “Mas devemos sempre lembrar que o couro é uma pele, que precisa respirar. Então, é necessário evitar tampá-lo com algum plástico ou materiais impermeáveis”, aconselha. Além disso, ao optar pelo material, é preciso levar em consideração onde ele será empregado, tipo de manutenção e estilo da decoração para definir cor e textura. “Deve-se evitar utilizar o couro em ambientes aberto com exposição ao sol e ao tempo, pois o material pode perder sua tonalidade e a cor ficar queimada”, adverte a designer. Marina acrescenta que, no caso dos móveis, é importante saber qual será seu uso, pois cada couro natural tem resistência específica à limpeza e ao desgaste. “Por isso, é importante avaliar com cuidado. Os couros artificiais já são mais resistentes à limpeza, mas devem ser protegidos do sol.”

De olho nas tendências
Com tantas opções de couro disponíveis nas lojas, é preciso cuidado para escolher o tipo ideal. Além de evitar desperdício, cautela é necessária para garantir o conforto


Eduardo de Almeida/RA Studio
Para quem quer usar o couro de acordo com o que está em alta no design de interiores, a recomendação é apostar no produto ecológico. Inspirado no universo da moda, essa versão aparece nas casas e, seguindo a linha de estampas de peles de animais, é uma tendência na decoração. O produto tem ganhado as paredes, em painéis e móveis que vão além dos simples estofamento.

De acordo com a arquiteta Marina Dubal, por ser um material de valor elevado, o couro poderá ser utilizado de forma pontual. “Almofadas em couro natural dão um toque de elegância ao sofá, caso o orçamento esteja apertado”, indica. No entanto, para fazer a composição, é preciso harmonia com a decoração do ambiente. “Para peças grandes, como sofás e grandes painéis, devemos optar por tons mais neutros e com menos brilho, que se adaptam a qualquer alteração posterior da decoração. Cores fortes devem ser aplicadas em detalhes, como uma poltrona ou almofada”, explica.

A designer de interiores Cícera Gontijo diz que o couro é atemporal e, se bem empregado, sempre dará um tom de elegância ao ambiente. Mas alguns cuidados devem ser tomados. “Por ser uma pele, é um tecido irregular, com algumas partes podendo ser diferentes, algumas com manchas mais aparentes e outras não. Por isso, deve-se tomar cuidado na aplicação dele, pois alguns acabamentos podem não ficar tão satisfatórios como se fizesse com couro sintético, que é mais homogêneo.”

A necessidade da busca pelo equilíbrio na composição é reforçada pela arquiteta Renata Andrade. “Atenção aos excessos. O couro é um material marcante na decoração de interiores. E, dependendo da forma como é usado, pode-se obter um estilo mais sofisticado ao mais rústico”. É preciso cuidado, ainda, com a qualidade do material e dos acabamentos em geral, principalmente costuras. “Isso pode comprometer o visual e a qualidade da peça”, acrescenta.

Além da versatilidade, a resistência é outro ponto favorável para o uso do material na decoração, conforme o designer de interiores Rafael Candido. “O couro é o mais resistente dos revestimentos. Dura muito mais que qualquer tecido e, fazendo a manutenção adequada, durará mais ainda. A desvantagem é o preço, que é bem alto, e muitas vezes as pessoas não fazem a conta do custo/benefício.”

DURÁVEL
Tonalidade branca é muito procurada por quem busca requinte em casa - Eduardo de Almeida/RA Studio Tonalidade branca é muito procurada por quem busca requinte em casa
A resistência do couro e sua impermeabilidade são grandes destaques do material, de acordo com Cícera Gontijo. “Ele pode resistir a altas temperaturas e não deforma facilmente, sendo um material nobre. Já para clientes que não gostam de revestimentos que esquentam, esse também é um fator a ser pensado, pois o couro esquenta mais que um tecido”, informa.

Marina Dubal também destaca a durabilidade estética do material, que, segundo ela, remete à elegância e austeridade. “As únicas desvantagens do couro são seu alto custo, por ser um material natural, e a manutenção periódica, já que deve ser hidratado duas vezes por ano. Caso opte-se por algo mais barato e mais prático, o couro artificial é uma ótima alternativa”, indica.

Para limpeza do couro natural, Marina diz que é necessário usar um pano úmido com água e logo após um seco. “Não se podem usar produtos químicos, somente sabão neutro ou com hidratante. É recomendado hidratá-lo com vaselina líquida, priorizando áreas com eventuais rachaduras. Finalize com um pano seco.” Observados esses aspectos, para quem quer obter do couro o máximo de seu potencial, Marina dá a dica: “Como todo revestimento clássico, o couro valoriza o design dos estofados. É bom explorar os detalhes que esse revestimento permite, como costuras, debrum, capitonados, plissados, entre outros.”

Na dose certa
Para assegurar que o uso do couro nos ambientes terá a dose certa na decoração, à altura da nobreza do material, pode-se recorrer à ajuda de um profissional. Existem vários tipos do material, com cores, texturas, aspectos e preços diferentes. O profissional pode auxiliar a fazer a opção certa, evitando, assim, erros ou gastos excessivos. Cícera Gontijo conta que o profissional pode avaliar a utilização e a frequência do uso das peças para, assim, poder indicar qual material atenderá melhor o cliente. “Com isso, pode-se definir se o mais indicado a ser usado é o couro natural (maior resistência e durabilidade) ou o ecológico (custo/benefício e possibilidade de troca em menor tempo, criando uma certa versatilidade).”

A variedade de alternativas de uso do couro reforça a importância da assessoria profissional. “Ele pode ser utilizado em cabeceiras, cadeiras, poltronas, sofás, revestimentos de gavetas, de móveis, adornos, entre outros. As opções são inúmeras e vão de acordo com a criatividade do profissional e o desejo do cliente”, explica Cícera.

Segundo Rafael Cândido, se a pessoa quer sofisticar sua casa, transmitindo um ar de limpeza, sabendo como usar o couro é o revestimento certo. “E hoje, como há uma variedade enorme de cores e texturas, é possível combinar o material com qualquer espaço ou ambiente. Muitos o usam para remeter ao mobiliário da década de 1950.”

Combinação com a madeira é garantia de sucesso em quase todos os projetos de decoração - Eduardo de Almeida/RA Studio Combinação com a madeira é garantia de sucesso em quase todos os projetos de decoração
Para conseguir esses e outros efeitos, pode-se recorrer à assessoria de um decorador, designer de interiores ou arquiteto, que vai cobrar por projeto ou consultoria. Os valores variam de profissional para profissional e dependem da complexidade do trabalho. Quanto aos valores das peças, Cícera informa que mandar fazer um sofá de dois lugares custa, em média, R$ 3 mil. “Uma cabeceira de dois metros lineares custa R$ 1.850, em média, incluindo mão de obra e material. Já um tapete em couro animal (de 2m x 3m), R$ 1,2 mil.”


Caso o cliente ache melhor contratar o profissional para fazer o projeto de interiores, Marina Dubal diz que os valores são variáveis: de R$ 1,8 mil a R$ 2,5 mil por espaço a ser trabalhado. “Os valores dependem do ambiente e se abrange detalhamento de mobiliário sob medida.” O projeto de um ambiente vai além da escolha dos móveis. “Abrange a definição do melhor leiaute e dimensionamento do mobiliário, a iluminação adequada para valorizar os móveis, bem como harmonização de cores e objetos. O gasto é diluído nos benefícios de se ter um ambiente planejado, além do acompanhamento do profissional do começo ao final”, explica Marina.

FIQUE POR DENTRO

Confira algumas características do couro e seus usos na decoração


» Ele pode ser encontrado nas versões natural, ecológica (feito da pele de animais) e sintética, que tem aspecto muito parecido ao couro natural e a vantagem de ter preço mais em conta

» É um tecido clássico e de alta durabilidade, que agrega ao ambiente sofisticação e austeridade. Muito usado em estofados como sofás, poltronas e cadeiras, vem ganhando espaço em cabeceiras de cama ou em painéis decorativos aplicados em paredes ou no mobiliário.

» Entre os tecidos usados em revestimento, é o mais resistente. A desvantagem é o preço, que é bem alto. Nessa conta, é preciso avaliar a relação custo/benefício.

» Ele pede harmonia para fazer a composição com o design da decoração do ambiente. Assim, caso empregado em peças grandes, como sofás e grandes painéis, deve-se optar por tons mais neutros e com menos brilho. Cores fortes devem ser aplicadas em detalhes, como uma poltrona ou almofada.

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