Ao escolher uma peça de artesanato para decorar a casa, além de investir na beleza e na estética, você pode prestigiar e divulgar a cultura de um lugar. Uma colcha de tricô, um banco esculpido em madeira, uma jarra de cerâmica, almofadas de fuxico ou personalizadas, cestarias, esculturas de ferro... No lugar certo, seja qual for o trabalho, será destaque no ambiente. A arte manual tem o poder de quebrar a rigidez das linhas secas dos móveis, incorporar texturas e aquecer a casa com suas cores.
Artesanato é tão bacana que cabe em todos os bolsos. Há criações das mais baratas e simples a peças elaboradas e assinadas por verdadeiros artistas. Todas dão um toque especial. Pode ser a peneira de palha na parede da cozinha, o balaio invertido usado como luminária pendente, uma escultura em madeira do sergipano Cícero Alves dos Santos ou a cadeira do alagoano Fernando Rodrigues dos Santos.
O arquiteto Mozart Vidigal é louco por artesanato e procura sempre ter uma peça em seus projetos. Para não errar, independentemente do perfil do trabalho, ele segue como premissa a proporção. “É o mais importante, seja para artesanato, arte moderna ou clássica, mobiliário ou iluminação. Se a peça é para quarto, sala de estar ou área íntima. O cuidado é fundamental e o bom senso tem de prevalecer.” Para evitar qualquer deslize, ele recomenda conhecer o perfil do cliente para dar personalidade ao espaço
Para Mozart, o artesanato na decoração sobressai pela cor, forma e manifestação de uma cultura. “Em ambientes sóbrios, o adorno colorido é a melhor contribuição.” O arquiteto reconhece que ainda há preconceito, mas o importante é saber colocar a peça no lugar certo para agregar. “Não pode errar, nem ser carro alegórico. A peça não pode brigar com o ambiente nem superar o espaço. Por isso a proporção é tão importante.”
Para quem fica inseguro de misturar artesanato com peças de design, Mozart reforça: “Os dois podem conviver no mesmo ambiente desde que haja relação entre eles. Não se pode empolgar e fazer uma miscelânea”.
UTILITÁRIOS
Já a arquiteta Julia Belisário ressalta a riqueza do artesanato mineiro e o amplo uso tanto na decoração quanto utilitário. Cestas de palha no banheiro para colocar toalhas é uma dica descolada
De acordo com Julia, dependendo do artesanato e do ambiente, clássico ou rústico, casa de fazenda ou praia, há peças que se encaixam perfeitamente. “É preciso cuidado com o espaço moderno ou minimalista. Acredito que combinem mais com peças de design. Mas, por outro lado, sem perder a harmonia, é possível também criar um contraponto. Peças do mineiro Domingos Tótora, por exemplo, são maravilhosas e cabem em qualquer lugar, do contemporâneo ao tradicional.”