Além de história, lustres carregam uma aura de poder e sofisticação que atravessa séculos. Eles são estrelas da decoração e sempre chamam a atenção. Depois de perder espaço para spots sem graça, que já tiveram seu auge, os lustrem estão de volta. Aliás, eles surgiram como símbolo de status. Somente reis e nobres tinham as peças mais importantes, feitas sob encomenda. Isso antes da energia elétrica, quando eram acendidos por velas ou gás, abaixados e erguidos ao teto de castelos com pés-direitos altíssimos.
No século 21, os lustres exibem lâmpadas e arranjos complexos de vidros, cristais, pedrarias, tecidos, laminados, material reciclado e artesanais. Para escolher a peça certa é preciso seguir a proporção entre ela, os móveis e o ambiente. Ela deve ter um comprimento compatível com o tamanho do espaço e a altura da mesa. É errado colocar luminária pendente, por exemplo, com fio curto. Ela vai perder beleza e função, desvalorizando a composição do ambiente
A decoradora Sandra Penna reforça que é preciso saber usá-lo, por ser uma das peças mais requintadas da decoração, que tem o poder de mudar o ambiente. “O lustre provoca o ‘uauu’.” Ela ensina que hoje raramente fala-se lustre. Os modernos preferem diferenciá-los por estilo, denominando luminárias e pendentes. Não importa o nome, fato é que ele é um adorno chiquérrimo. Basta lembrar da sua imponência nos grandes teatros, casas de espetáculo e hall de hotéis. “É um convite a entrar no ambiente, tamanho impacto e força. Na sala, o lustre torna a iluminação de mesa agradável, é uma luz macia. No meio do closet, vai levar requinte ao salão de vestir. No lavabo social, tira a impressão casual e dá um ar sofisticado. E para o quarto do bebê há luminárias estilizadas, com brincadeiras.”
Sandra lembra de um projeto em que um lustre de cristal preto com uma gota vermelha fez sucesso
A decoradora lembra que, seja tradicional, moderno, seja de design, o lustre é chique, mesmo os mais simples, herdados de família. “Um pequeno, por exemplo, se não compuser com um ambiente grande, não precisa ficar no meio, pode ser deslocado para um canto, em cima de uma mesa lateral. É um uso diferente e vai dar um clima de beleza. Ele sempre faz a diferença e o ambiente deixa de ser comum.”
CENOGRÁFICO
Com 15 anos de mercado, a dupla Sylvia Thomaz Navarro e Ana Cláudia Mindêllo Navarro, do escritório a2design7, também é entusiasta do papel do lustre na decoração. Sylvia diz que ele tem poder cenográfico e, por isso, confere ao espaço requinte, despojamento ou ainda um que inusitado. “Tudo depende do cliente. Gastar muito ou pouco vai de acordo com o poder aquisitivo e de como é a moradia, despojada ou equilibrada, por exemplo. O lustre valoriza a luz e devemos investir no que cabe no espaço e na decoração.”
Sylvia reforça que o perfil do morador e da casa definem em qual lustre investir. “O estilo de quem mora tem de ser levado em conta. Como há vários tipos de material, devemos adequá-los, assim como levar em conta o tamanho. O ideal é que cubra o ambiente com luz, sem ofuscar, preservando apenas o brilho.” Ela enfatiza que há luminosidade certa para cada ambiente, o que determina qual será o lustre ideal para o espaço. “Acima de mesas, o que vai iluminar o que está sobre ela.
Para hall, uma luz que direciona, mas não ofusca. Nos quartos, luz indireta, já que deitado ela não pode te incomodar. Para os lavabos, luz cenográfica e de impacto, para valorizar o que o espelho vai refletir. Tudo isso determina quais peças serão escolhidas.” Outra dica superimportante, destacada por Sylvia, é que “a função da luz é cena. E a da peça valorizar o espaço. Fica a critério do profissional sugerir as opções de acordo com a proposta do projeto.”