Loft montado da arquiteta Marina Dubal prioriza a integração e o equilíbrio na decoração - Foto: Henrique Queiroga/Divulgação O conceito de loft urbano foi consagrado mundialmente com os grandes espaços industriais de Nova York transformados em residência e mostrados em filmes como
Flashdance (1983) e
Ghost (1990). Aliás, a repercussão dessa época foi tão grande que desde então surgiu um grupo de clientes apreciadores do
loft living (vida em lofts). Por isso, sua origem é atribuída a NY, ignorando que sua primeira versão urbana ocorreu na França, na década de 1950, com os apartamentos da
Cité Radieuse, do arquiteto urbanista Le Corbusier.
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Assim, o loft ganhou status de espaço residencial diferencial, tão sofisticado quanto apartamentos de cobertura. Minimalista, industrial, ético, moderno e clássico. Não importa a escolha para montar um loft, desde que respeite a mesma linha de decoração e a personalidade do dono. Com particularidades, o imóvel exige que o proprietário siga determinadas regras para o espaço ficar bonito, funcional e aconchegante. Profissionais dão dicas sobre a disposição dos móveis e pequenos truques, como usar cores, texturas, ornamentos e peças curingas, como painéis e biombos, para tudo dar certo.
Os móveis desempenham papel importante nos projetos das arquitetas Luciana Araújo e Nathália Otoni - Foto: Rodrigo Marcandier/Divulgação O loft permite inovação, mas o fundamental é definir um tema para direcionar a decoração. Essa preocupação é por causa da principal característica do espaço: a integração. A arquiteta Marina Dubal, do escritório DAD Arquitetura e Design, reforça que o imóvel ganha cada vez mais adeptos, justamente por causa dos “ambientes integrados”, e o principal é harmonizar. “A preocupação é balancear a decoração. Como são abertos, precisam de equilíbrio.” Ela explica que essa combinação (ou coerência) é possível com escolhas certas da cor, da textura e por optar por uma base neutra com pontos de destaque, como obras de arte, esculturas e somente detalhes em tons fortes para não enjoar
. Outra dica de Marina que merece atenção é não escolher, por exemplo, uma parede de tijolo ou pedra como divisão da sala para o quarto. “Vale investir numa textura neutra e suave para não pesar o ambiente.”
Como o espaço é aberto e o tamanho, em média, é de 40 metros quadrados, Marina ressalta que é preciso evitar coisas carregadas demais num loft. “O ideal é uma peça de design bacana, que seja atual.” Certamente, o imóvel agrada a pessoas mais jovens, sem tanto apego à tradição. “São imóveis menores, e o ideal é que tenham uma decoração agradável. A tendência é que seja moderna, mas não high tech. Mas cabe também um estilo clássico, com destaque para móveis e acabamento nessa mesma linha.”
Como o espaço é aberto, a arquiteta Marina Dubal recomenda evitar coisas carregadas demais - Foto: Henrique Queiroga/Divulgação Ainda que o ambiente seja todo aberto, Marina lembra que é possível manter a privacidade. “Há artifícios como divisórias de vidro, de marcenaria vazada, estante de livros ou mesmo uma janela estilo guilhotina, uma outra opção para preservar certa intimidade. A arquiteta lembra que, por não ser um espaço simples para compor, é fundamental ter um projeto, porque “quanto menor o espaço, mais importante um projeto bem pensado, com cuidado no acabamento, informação organizada e sem excessos. Menos sempre é mais em espaços pequenos”.
CONVIVÊNCIA - Foto: Rodrigo Marcandier/DivulgaçãoNum loft, os móveis desempenham papel importante. Como são limitadores de ambiente, precisam ter medida certa
. Uma mesa ampla, por exemplo, próxima à bancada da cozinha, pode definir uma aconchegante sala de jantar. A arquiteta Luciana Araújo, do escritório Óbvio Arquitetura, destaca que as pessoas investem cada vez mais em espaços de convivência, por isso o sucesso do loft, da cozinha americana, do espaço gourmet e o fato de a cozinha ter deixado de ser cozinha para virar sala.
Luciana enfatiza que é preciso considerar que todos os espaços têm de conversar entre si. “Então, é legal ter o mesmo piso para dar continuidade, se possível. A cozinha tem de coordenar com a sala, seja na cor, no material diferente, em vez de toda branca. Um móvel madeirado ou laqueado valoriza os dois espaços. Pense em armários que guardem os objetos do dia a dia. Atenção para a bagunça. Área feia tem de ficar escondida.”
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A arquiteta conta que a ousadia na decoração pode estar no quarto e banheiro. “Esses espaços podem ter outra personalidade por serem reservados. Vale lembrar que, no caso do banheiro, como é um só, é quase um lavabo (fica no meio do caminho) e, como será usado por todos, também precisa de organização. Por isso, invista em acabamentos e armários diferentes, em iluminação, cor, soluções simples e com efeito.” O loft, a arquiteta lembra, é um estilo de vida que cabe muito na vida dos solteiros, jovens casais sem filho, separados e casal mais velho, quando os filhos se foram.
DICAS1) Opte por móveis compactos e multifuncionais, como as mesas duplas que se encaixam uma sob a outra.
2) Sofás são peças que ocupam muito espaço. Portanto, adquira apenas uma peça para duas pessoas e complete com duas poltronas pequenas.
3) Os pufes substituem a mesa de centro e auxiliam como reforço de assentos, quando necessário. Mobiliário de acrílico ou vidro aparenta ocupar menos espaço.
4) O tamanho da mesa e das cadeiras da sala de jantar deve ser adequado ao estilo de vida dos moradores.
5) Espelhos e paredes claras dão a sensação de ampliar o espaço. Portas e esquadrias pintadas em cores claras também ampliam.
6) Cortinas colocadas do piso ao teto alongam o pé-direito. Portas corrediças trazem um ar de modernidade e ganham espaço.
7) Não exagere na quantidade de cadeiras e mesinhas, que atrapalham a circulação e diminuem a percepção de amplitude.
8) A utilização de peças decorativas deve ser feita com cuidado. Muitos vasos e quadros podem sobrecarregar o ambiente.
Fonte: www.portobello.com.br
- Foto: Henrique Queiroga/Divulgação