Este foi o desafio para a arquiteta Luciana Andrade no apartamento de uma família com dois filhos, no Bairro Gutierrez, em BH. Diante de uma configuração de cômodos confinados, armários pequenos e fechamentos de paredes e portas, o principal objetivo dos moradores era aproveitar ao máximo os espaços, unindo ambientes nas áreas de estar e aumentando em especial os quartos, para ter uma casa funcional. O imóvel foi comprado ainda na planta, e a mudança foi há quatro anos. Desde o início, Luciana acompanha o projeto e, com intervenções inteligentes que vão de mudanças construtivas de integração, aproveitamento de vãos, a aplicação de transparência e móveis multiuso, deu vida nova ao duplex.
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Mesmo em metragens reduzidas, arquiteta trabalha com grandes proporções
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INTEGRAÇÃO PARA ESTAR E CONVIVER – SALA E VARANDA
A primeira medida para ampliar o apartamento foi derrubar a parede divisória entre a cozinha e a sala e conquistar perspectiva no olhar, explica Luciana Andrade. “Não tenho a barreira visual, meu olhar a transpõe, se prolonga”
Assista ao vídeo em que a arquiteta explica o projeto:
Na outra extremidade do ambiente de estar, duas poltronas Barcelona, ícones do design, são alternativa aos sofás de dois e três lugares, e cumprem eficientes a função. A ideia de não ter os sofás deve-se a este ser um volume maior, que avançaria mais sobre a sala. “Normalmente um sofá de dois lugares tem 1,6 m por 0,9 m de profundidade, e aqui não há espaço para isso. As poltronas dão uma profundidade menor, enxugando o espaço que o sofá tomaria”, explica a profissional. Atrás das poltronas, a parede totalmente revestida em espelho aumenta a sensação de amplitude da sala. Em diálogo, a estante em módulos retangulares e a mesa de centro oval, também da Anno Design, completam a composição nesta parte do cômodo. “A mesinha, inclusive, foi um dos últimos itens a entrar aqui. Todos os formatos que experimentávamos atravancavam a passagem, ou muito grandes, ou pontudos demais. Essa é comprida, não tem quinas, acompanha o movimento da circulação e não cria a barreira de ter que desviar dela”. Na decoração do ambiente, a paleta de cores puxa para tons clássicos, como fendi, branco, bége, preto e marrom, conforme o gosto dos moradores, e os adornos aproveitam objetos trazidos de viagens.
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A varanda, por sua vez, tem como protagonista a poltrona de balanço Bubble, outro clássico, adquirida pelo casal antes até da mudança para o apartamento, xodó dos dois e uma exigência para a composição – mesmo pendurado no canto, o balanço em acrílico colorido aparece na sala, como tinha que ser. O convidativo assento chama a momentos de descanso do alto da paisagem urbana, criando um espaço de aconchego que envolve pela atmosfera lúdica. “A Bubble é uma unanimidade. Todo mundo gosta, é extremamente atrativa”, comenta Luciana.
RENOVAÇÃO COMPLETA PRIORIZA ACONCHEGO – A COZINHA
A cozinha foi completamente refeita do projeto da construtora, explica Luciana. Como iria ficar integrada à sala, foi também basicamente pensada em relação ao espaço de circulação, que se desenha no contorno de um U. “A intenção foi ter um ambiente aconchegante, que não tivesse o tom de assepsia, muito branco”, lembra. O silestone marrom nas bancadas, as pastilhas bége, os armários em madeira de tonalidade compatível ao living, cumprem bem este objetivo.
O pedido feito para a intervenção no banheiro era agregar as funções de lavabo e social, sendo além disso um local de uso diário dos filhos. O cenário de lavabo é alcançado com o uso dos acabamentos mais nobres, explica a arquiteta, principalmente o revestimento cerâmico que imita papel de parede - um floral clássico em variações de prata, da Eliane Acabamentos. O requinte da própria estampa ganha força com a cuba quadrada sobreposta em bancada de granito preto São Gabriel (caracterizado por poucas manchas e por ser bem homogêneo) – o arremate de luxo e design surge com o lustre em plafon de cristal em gotas, normalmente usado em áreas sociais.
“O fechamento de uma das metades do box em granito dá a ideia que o banheiro acaba ali, ao mesmo tempo que atende ao banho de duas crianças, não deixando expostas as miudezas deste momento íntimo, as coisas necessárias de todo dia. Um box sem cara de box, um artifício visual”, demonstra Luciana Andrade. Em termos luminotécnicos, a suavidade do lustre de cristal não compete com a luz fria direcionada ao chuveiro. “Muita gente tem medo de usar dois tons de luz juntos, mas acho que não é preciso ter receio nenhum em misturá-los. Neste caso, quando o banheiro é usado como lavabo, se tivesse só com a iluminação fria perderia muito em estética”.