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O quente da cozinha

Estiloso, moderno e descolado, cooktop invade as casas brasileiras

Cada vez mais presente nos projetos de decoração, o fogão de mesa vira o queridinho dos arquitetos, chefs e donas de casa

Lilian Monteiro
Projeto do Óbvio Arquitetura destaca a modernidade do ambiente - Foto: Rodrigo Marcandier/Divulgação
Estiloso, moderno e a cara de decorações descoladas, o cooktop ou fogão de mesa invade o mercado brasileiro e vira estrela de projetos de uma clientela antenada. Em pouco tempo ele se tornou tendência nas cozinhas. Eletrodoméstico de personalidade, ele conquista em primeiro lugar pela estética clean, ao dar um ar contemporâneo para o ambiente, e pela praticidade e funcionalidade. Eles estão disponíveis em várias versões: à gás, elétrico ou pelo sistema por indução, no qual o calor é gerado por correntes eletromagnéticas e acionadas automaticamente pelo contato com panelas de metal. Têm, ainda, ajustes instantâneos e precisos para diferentes tipos de cozimento. E só a panela esquenta. Quando ela é removida da zona de aquecimento, o local se torna praticamente frio ao toque.

Mas, para ter um cooktop, é preciso seguir uma instalação correta, que tem de levar em conta normas de segurança, medidas do móvel, tipo de material da bancada, critérios de ventilação e instalação elétrica. A orientação de um profissional é fundamental diante das especificidades e modelos tão diferentes. Com tecnologia em alta, opção digital, há modelos que dispensam botões e os comandos são acionado com um toque na superfície do vidro, outros que têm timer digital e até indicador de temperatura. Diante de tanta novidade, muitas pessoas têm dúvidas se vale trocar o fogão tradicional pelo cooktop. Não sabem qual produto escolher, se poderão usar as panelas que já têm, se aumentará o consumo de energia elétrica, se será obrigada a mudar a bancada, enfim, se investe no de vidro ou inox, questões comuns que aparecem diante do novo.

Daniel Silveira, gerente de produtos da Electrolux, diz que a marca lançou seu primeiro modelo em 2006 e, desde então, a demanda por cozinhas planejadas e apartamentos menores, proporcionam crescimento significativo à categoria
. “A evolução do design, tecnologia e praticidade, que vão além das características tradicionais de um fogão, faz com que outros consumidores sejam atraídos a essa categoria. Por isso, nos últimos anos, esse produto se tornou objeto de desejo nas cozinhas brasileiras. A tendência é aumentar cada vez mais, já que o mercado nacional tem grande potencial”. Ele explica que os cooktops são indicados para aqueles que prezam por uma cozinha planejada, considerando o local específico de instalação para cada produto. “São ideais para os consumidores que têm restrição de espaço na cozinha e estão abertos a experimentar novas formas de cocção. A questão estética influencia na decisão de compra, não só pelo design, mas pela ergonomia. E os aspectos que mais contribuem para a preferência por cooktops são a leveza, modernidade e praticidade na hora de limpar. Sem falar da sofisticação.”

PREÇO

O gerente ensina que, em se tratando de eficiência energética, é possível encontrar cooktops com classificação energética A. “O consumidor deve estar atento ao fato de que o gasto energético por indução é superior se comparado ao a gás, já que a alimentação do cooktop por indução é elétrica, porém, não há o consumo de gás. Já no cooktop à gás, com acendimento automático ou superautomático, o gasto energético somente ocorre na ignição (acendimento).” Para Daniel, quem escolhe cooktops com tecnologia de indução vai adquirir um produto com maior facilidade de limpeza, devido a sua mesa única de vidro cerâmica, que impossibilita a entrada de alimentos, além de obter uma maior performance, já que a panela é aquecida diretamente, reduzindo quase que por completo a perda de calor para o ambiente
. “O modelo ainda apresenta alto nível de segurança, já que não utiliza gás, faísca ou fogo e apenas funcionam quando a panela está posicionada nas zonas de indução”. O valor é variável, mas os modelos da Electrolux têm preços que vão de R$ 429 até R$ 4.869. “O diferencial é que todos os produtos são elaborados para combinarem com outras linhas, isso proporciona uma flexibilidade de opções”.

Designer de interiores, Iara Santos diz que os produtos ficam ousados e a cozinha é ainda mais valorizada - Foto: Daniel Mansur/Divulgação A designer de interiores Iara Santos diz que cada vez mais o cooktop está presente nos projetos. “A cozinha sempre foi espaço preferido de convivência, mas com a estética dos eletrodomésticos, design bonito e colorido e o avanço da tecnologia aliado à praticidade, os produtos ficam ousados e a cozinha é ainda mais valorizada. Hoje, as pessoas curtem ainda mais a cozinha, o espaço gourmet, os homens passaram a cozinhar e todos querem ficar juntos num espaço bonito. O importante é ter em mente o espaço para o forno e o custo/ benefício. Agora, é o modelo ideal para a ilha”.

As arquitetas Nathália Otoni e Luciana Araújo, do escritório Óbvio Arquitetura, reforçam a febre do cooktop. Mas Nathália enfatiza que ele não se encaixa em qualquer lugar, “é preciso uma bancada preparada e específica, já que cada um exige um nicho adequado”. Ela lembra ainda que o modelo de indução “requer panela especial, própria e é o mais seguro, já que só a panela esquenta. Ótima opção para quem tem crianças. Sem falar que, hoje, os eletrodomésticos fazem parte da decoração. E a grande vantagem do cooktop é o forno separado, o que possibilita ter mais armários e, pela flexibilidade, tê-lo numa altura adequada, mais alta e confortável ao uso”.

Além de esquentar somente as panelas, o cooktop de indução tem mesa de vidro fácil de limpar - Foto: Electrolux/Divulgação