À esquerda, projeto da arquiteta Marina Dubal, que trabalhou a estante de maneira a quebrar a tradicional linearidade que esse móvel costuma ter. À direita, feita sob medida, peça se destaca pela dupla função, já que também divide o ambiente - Foto: Henrique Queiroga/Divulgação - Eduardo de Almeida/RA Studio
Do modo mais tradicional ao mais descolado, no espaço habitual ou improvisada debaixo da escada, de madeira, aço, inox, concreto, quadrada, redonda, geométrica (os modelos modernos vão além do clássico modelo quadrado), as estantes são peças curinga na decoração da casa. Portanto, elas ficam bem em qualquer lugar. Para não errar, antes de escolher um modelo inusitado, pense se quer investir na funcionalidade ou no design de uma peça mais decorativa para não se arrepender mais tarde. Dependendo do modelo, ele vai servir para guardar livros ou assumirá o papel de adorno ou de uma escultura, e mais nada.
Além do design, é importante levar em conta que cada espaço exige uma estante que vá conversar com determinado ambiente. Ela pode ter ar retrô e moderno, funcionar na cozinha, como se fosse um armário, assim como ser a peça de destaque da sala ou do quarto. Há estantes suspensas e com nichos, assim como as no estilo faça você mesmo, de caixotes de feira, as sob medida ou aquelas que ocupam parede a parede e reinam sozinhas no cômodo. Tudo vai depender do estilo da casa e do gosto de cada um.
Luciana Araújo, arquiteta e urbanista do escritório Óbvio Arquitetura, destaca que a estante funciona para dividir o ambiente. E, se quiser sair do tradicional, ela lembra que “um armário ou móvel antigo, de herança familiar, pode se transformar numa estante, o que dá ainda mais personalidade ao ambiente”.
Divertida, a estante foi desenhada especialmente para uma brinquedoteca: quebra a monotonia do quarto e o torna mais lúdico - Foto: Rodrigo Marcandier/Divulgação Para Luciana, a estante é um ótimo elemento para guardar coisas, o que, aliás, é sua principal função. Ela recomenda trabalhar com peças de desenho mais leve, porque elas ocupam um grande volume. “Acho interessante a assimetria, modelos com espaços abertos e fechados. A estante vai ficar mais moderna e bonita”, diz.
Outra dica para não errar, segundo Luciana, são os modelos sob medida, desenhados por um arquiteto e com execução do marceneiro
. “Se não quiser, há módulos prontos, que conseguem dar um efeito bacana e diferente. Mas a orientação de um profissional é necessária, já que é fundamental estudar o ambiente para se ter boa proporção.”
Peça do estúdio de design Cultivado em Casa: criatividade de sobra na estante que leva o nome Da Pá Vermelha - Foto: Cultivado em Casa/Divulgação A arquiteta ressalta que a estante “tem a função de humanizar o espaço, porque é o local ideal para expor adornos, objetos pessoais, recordações, enfim, o que traz identidade, como peças da família. É bacana, porque a casa não fica com cara de loja”.
DEMANDA A arquiteta Marina Dubal explica como surgiu a demanda por esse tipo de móvel. “Os clientes estão mais abertos a propostas mais ousadas e originais de decoração. Dentro desse contexto, as conhecidas estantes podem ser um elemento escultórico, que agrega charme e originalidade. Com um design mais marcante, composição volumétrica rica, que, por si só, já causa um efeito interessante, elas ganharam muitos adeptos.”
- Foto: Eduardo de Almeida/RA Studio Marina enfatiza que a estante tem função estética e de interseção de espaços. Tudo depende da necessidade do cliente. “Uma estante pode dividir um espaço e ser usada para duas funções. Caso divida a sala de jantar e o estar íntimo, ela pode servir como abrigo para adornos ou até um armário de apoio para louças na sala. Na sala de estar pode ser apoio para livros, DVDs e porta-retratos, entre outros.”
- Foto: Eduardo de Almeida/RA Studio