A obra de arte na decoração é comum, já que ela é uma expressão cultural presente em diversas referências, como pinturas, gravuras, esculturas, fotografias e instalações. Glauco ensina que obra de arte é a sutileza que, além de alegrar, traz requinte e cabe em todos os bolsos. “Há peças de R$ 500 a R$ 5 milhões. E o importante é que ela não deve combinar com nada.”
De estrelas da arte a jovens artistas e talentos promissores, o importante é saber escolher. Glauco explica que, no caso da obra de arte, o curador é profissional fundamental porque ele é um conhecedor do mercado. “O curador sabe apostar num artista, tem faro naquele que pode dar certo e não vai indicar só os conhecidos e mais caros. Ele tem segurança em arriscar e o cliente pode ter nas mãos um bom investimento.”
Aliás, Glauco destaca que a obra de arte é um investimento que não se perde. “Ao gostar do quadro ou de uma escultura seu valor não cai, o preço só sobe e você não perde nunca
Há nomes como Yara Tupynambá, Inimá de Paula, Fernando Pacheco, Léo Brizola, Jorge Cabrera, Bruno Mitre, Rogério Fernandes, Carlos Bracher, Erli Fantini, Mário Mariano, Fátima Pena e Fernando Lucchesi. As obras ocupam diferentes espaços, da cozinha aos quartos, dispostos em uma sábia composição que encanta o olhar. “Nos últimos tempos, a decoração vem utilizando a arte para enriquecer e aquecer os espaços. Quem disse que colecionadores não podem expor seus valiosos investimentos? Dessa forma, ainda democratizamos a arte. Nos ambientes, as peças atraem olhares e ficam ainda mais sofisticadas e charmosas
O curador lembra que se criou em volta da obra de arte a ideia de um mundo inacessível por ser específico, mas ele revela que a obra que mais gosta em sua casa é a de menor valor, ou seja, a obra de arte é algo singular, não há móvel que dê isso. E montar uma casa com ela é a oportunidade de criar um cenário aconchegante, que transite entre ter uma casa bonita, mas diferente, ousada e única. Glauco ensina que “a mistura é bem-vinda, inclusive deixa qualquer ambiente mais interessante o mix entre o contemporâneo e o clássico. Pelo menos é diferente e sairá do cotidiano, do tradicional”.
Se estiver preocupado quanto à conservação, Glauco observa que todo artista ao criar sua obra deseja e já se preocupa para que ela seja perene. Então, se for o caso de uma restauração, será num prazo de 80 anos. “Agora, claro, você não vai passar nenhum produto com álcool numa pintura, mas vai usar um espanador”, orienta. No caso da iluminação, para o curador, ela é fundamental, mas não tem necessidade de ser essencial. A obra de arte já pode roubar a cena, mas se tiver um foco de luz ficará mais interessante.
Como valorizar a obra de arte na decoração:
1) O primeiro passo é definir qual será a parede trabalhada. O ideal é que tenha boa visibilidade da entrada do ambiente e uma iluminação (natural ou artificial) que valorize a obra. Leve em consideração o revestimento. Paredes com muita textura (ex: tijolinho, mosaico, pedras, papel de parede com desenho marcado...) podem dificultar a visibilidade e deixar um visual muito carregado
2) Escolhida a parede, analise o tamanho da obra mais adequado. Paredes maiores pedem obras grandes ou composição com mais de uma peça. No caso de composição, ela pode ser simétrica ou não, mas é preciso pensar em um visual equilibrado
3) As cores devem ser escolhidas de forma a garantir um conjunto harmônico. Se a parede ou a obra tiver cores marcantes, por exemplo, o ideal é que o outro seja mais neutro para balancear
4) O estilo da obra deve dialogar com os móveis e adornos do local (moderno, clássico, barroco...). Uma ou outra peça contrastante pode ser interessante, mas misturar muitos tipos pode deixar o ambiente sem personalidade
5) Falando em personalidade, o ideal é escolher peças que tenham a ver com a história dos proprietários. Elementos trazidos de viagem ou passados por várias gerações deixam a decoração muito mais interessante
6) Na hora de pendurar, tente marcar a posição antes de furar, para não deixar marcas desnecessárias. O ideal é que o centro da peça esteja na linha do olhar humano (em média 140cm a 150cm). Olhe o nivelamento do quadro (se não está torto). Para quadros maiores e mais pesados, costumamos colocar mais de um ponto de fixação e sugiro usar um nível (de bolha) para marcar os pontos no mesmo alinhamento. Para quadros com um ponto, uma boa dica é usar fita dupla face, garantindo que ele esteja sempre reto
7) Por fim, essas são apenas dicas e o mais importante é avaliar caso a caso, de acordo com o gosto e a personalidade dos moradores. Mais que um enfeite, quadros e obras de arte contam um pouco da sua história
Fonte: Simone Rocha, arquiteta