Uma parede vazia incomoda. A decoração parece estar incompleta. Sem ajuda profissional, muitas pessoas têm dúvidas e não sabem como distribuir os quadros na parede ou pelo ambiente. Desde questões básicas, como altura adequada, até dúvidas entre fotografias, gravuras e obras de arte. A arquiteta e designer de interiores Fernanda Hoffmann, técnica em edificações pela E.T.E Getulio Vargas, concorda que uma parede lisa é como uma tela em branco esperando para ser preenchida. Para a escolha dos temas, trata-se de uma decisão muito pessoal de quem vai morar no imóvel. “Existem diversos tipos de arte e costumo dizer que não há bonito e feio nessa área, e sim uma identificação pessoal. Portanto, o cliente deve participar da escolha do quadro e decidir pelo que lhe 'toca' mais. O profissional contratado (arquiteto ou decorador) nunca pode decidir por ele”, afirma.
À frente do escritório que leva seu nome desde 2009, Fernanda Hoffmann reforça que o que precisa ser levado em conta são as proporções do quadro e as cores para compor com o resto do ambiente. Ela chama a atenção sobre as molduras
Para a arquiteta, a escolha da moldura é livre e não é necessário seguir um estilo só. “Não precisa ser todas iguais, pode-se misturar quadros com e sem molduras. As semelhantes produzem um efeito mais clean e os modelos variados criam textura e pedem uma decoração mais limpa no restante do espaço para não sobrecarregar. Não necessariamente precisa de um quadro com foto, a composição apenas com molduras também é interessante”, observa.
OBRAS DE ARTE
Outra preocupação na hora de distribuir o quadro em casa é quanto ao valor. Qual deve ser melhor posicionado? Como expô-lo da melhor maneira? “Obras de arte merecem local de destaque. E você pode conseguir isso de diversas formas, por exemplo, com iluminação localizada ou criando um nicho na parede para colocar o quadro. Gravuras e fotografias ficam bem combinadas em várias peças e podem ser usadas de forma mais informal, explica a arquiteta.
A composição é uma dor de cabeça para quem está inseguro
Dicas de quem entende
1 - Existe altura certa? A mais comum é a de 1,60m, contado a partir do chão até o meio do quadro. Não é uma medida obrigatória, mas é uma dica para começar a pensar nessa forma de disposição, já que é a posição que a maioria consegue apreciá-lo.
2) Posicionamento: É fundamental prestar atenção no mobiliário do espaço. Se for colocar o quadro na sala, eles devem ficar pelo menos 25cm acima do sofá. O mesmo vale para os quartos, em relação à cama, aparadores, mesas de jantar etc. No caso de escadas, os quadros devem acompanhar sua inclinação.
3) Simetria: Não acredito que a posição dos quadros deve ser simétrica. Um exemplo é que os quadros não precisam estar pendurados na parede, podem estar apoiados na mobília, prateleiras e até mesmo no chão. E lembrem-se de testar as peças antes de furar a parede para ver se gosta da composição.
4) Valorização de espaços: Usar galerias de quadros em corredores, que normalmente são “sem graça”, é uma saída. O uso de espelhos atrás dos quadros também é interessante para criar a sensação de amplitude. Para não furar os espelhos, uma saída são os adesivos da 3M.
5) Proporção: Uma opção é o uso de moldes para testar o que fica ou não bonito. Para alinhar quadros de medidas diferentes, use um referencial: alinhe todos por cima ou por baixo.
6) Prioridade: Obras de arte de maior importância devem ocupar local de destaque, como o hall de entrada ou a sala principal. Obras pequenas podem ser agrupadas em uma parede só.
7) Tendência: Os quadros coloridos, com efeitos em 3D e geométricos, estão em alta. O truque é combiná-los com uma base mais neutra ou, para os mais ousados, com outros padrões/estilos. Outra opção é a impressão de gravuras, mais em conta do que o quadro pintado a óleo, por exemplo.
8) Iluminação: Usar arandela sobre um quadro dá um efeito interessante. O único cuidado é a escolha do tipo de lâmpada: se for quente, pode estragar a pintura a óleo, por exemplo. Não é recomendável usar esse artifício no caso de galerias com vários quadros porque fica carregado demais.