Conhecida por enaltecer a união entre peças antigas e contemporâneas, a edição mineira da Modernos Eternos 2022 começou nesta terça-feira (21/6) e vai até 7 de julho no coração de Belo Horizonte. Em nove andares do emblemático edifício P7, na Praça Sete, o evento, em sua sétima edição, abriga 39 ambientes assinados por 44 profissionais consagrados e jovens talentos, e conta com mais de 70 parceiros, entre fornecedores e apoiadores.
Alicerçada no conceito mix&match, a mostra anual de de arquitetura, design e décor também abre as portas para a arte e a cultura. Um dos principais objetivos da Modernos Eternos é dar visibilidade para profissionais e fornecedores, ampliando a noção da simples exposição de seus trabalhos, para uma realidade mais palpável sobre as oportunidades de comercialização, fomentando o mercado de arte, design, decoração, arquitetura, e toda a cadeia produtiva do setor, incluindo os lançamentos anuais.
A personalidade da Modernos Eternos está em promover estímulos e experiências sob um ponto de vista cultural e de lifestyle diferente, aliando o design consagrado a objetos com significado atemporal. Para os profissionais participantes, liberdade para a criação.
Em propostas para quartos, ambientes de convivência e bem estar, espaços corporativos, redutos gourmet, recintos dedicados à arte, e muito mais, arquitetos e designers ficaram à vontade para escolher o motivo de cada projeto, e o resultado são propostas belas, refinadas e arrojadas. Nas composições, a visão descortinada para o horizonte da cidade que aparece pelas superfícies envidraçadas, do alto, é um espetáculo em particular.
A Modernos Eternos apoia e quer fazer parte da requalificação econômica do Centro da cidade, conhecida pela cultura efervescente representada por criadores de diversas áreas. O hipercentro da capital reúne parte do patrimônio histórico, arquitetônico e cultural que identifica a cidade. Escolhido para abraçar a mostra, o prédio do P7 Criativo, um dos marcos da arquitetura moderna, é ponto de convergência das principais avenidas de BH. Um local cheio de história.
O P7 Criativo é a primeira agência de desenvolvimento criativo do Brasil, gerida pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (FIEMG), com a missão de conectar empresas e talentos para fomentar negócios inovadores e sustentáveis, que sejam significativos para a economia do estado.
MARCO DA ARQUITETURA
A Praça Sete é endereço de edifícios importantes para a história da capital mineira. Entre eles, o Cine Theatro Brasil, que foi inaugurado em 1932, como o primeiro prédio da cidade projetado sob a influência do estilo art déco. O estilo arquitetônico abriu caminho para várias outras edificações nas décadas seguintes, o que fez de BH uma das cidades brasileiras referência nesse tipo de arquitetura.
Outro importante movimento estético-cultural pelo qual BH é conhecida, o modernismo também é presente na Praça Sete, com o prédio do antigo Banco Mineiro de Produção, que depois ficou conhecido como o prédio do Bemge e, em breve, será polo da economia criativa de Minas Gerais, com a inauguração da sede do P7 Criativo.
O P7 Criativo foi projetado em 1953 por Oscar Niemeyer e marca o início da arquitetura moderna em arranha-céus na capital mineira. Com 25 andares e mais de 14 mil metros quadrados de área construída, o prédio representou uma revolução quando foi construído, pelo contraste com a arquitetura muito tradicional dos seus vizinhos na Praça Sete, e também o grande porte e desenho inovador. Em 2016, o edifício foi tombado como patrimônio arquitetônico pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA/MG).
Desde que foi inaugurado, a primeira grande reforma só ocorreu em 1998, quando o estado de conservação da edificação foi considerado crítico, com o revestimento original deteriorado, esquadrias em situação precária e a necessidade de uma limpeza geral. Recentemente, a construção passou por uma nova restauração para abrigar o P7 Criativo.
Quem passa por ali percebe a mudança. Brisesoleils estão novamente pintados de branco, assim como estão renovados as vidraças e os painéis de tijolos de vidro. Por dentro, foi feita a recuperação do revestimento em pedra lioz nas paredes da recepção e no hall dos elevadores, e os tacos de madeira peroba originais foram cuidadosamente removidos e restaurados, um a um, para serem reinstalados no terceiro andar.
O cuidado com a renovação foi tão grande que, para os banheiros, foi necessário encomendar a uma fábrica de azulejos a produção do revestimento branco no tamanho 15 x 15 centímetros, como usado na construção original, que não é mais encontrado à venda no mercado.
MUITO MAIS CULTURA
Uma série de eventos paralelos se somam à programação da Modernos Eternos, com atividades especiais e ações de cultura, moda, preservação histórica, incentivo à arte popular e contemporânea, lançamentos tecnológicos e entretenimento. Tudo em consonância com as características especiais da mostra, que todos os anos agrega diferentes iniciativas, incluindo intervenções artísticas e instalações urbanas.
A Modernos Eternos recebe a exposição "... na Cidade!", que se debruça sobre as histórias e lembranças de belo-horizontinos e evoca a memória afetiva em quem visita o evento.
A Ação Street desta vez homenageia o famoso copo lagoinha e a gastronomia é comandada pelo chef Leonardo Paixão pelo quinto ano consecutivo, que coordena o restaurante no rooftop. Destaque também para o Mina Jazz Bar e a presença da tradicional confeitaria Mole Antonelliana.
A Modernos Eternos 2022 tem o patrocínio da Gerdau, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais e conta também com o Patrocínio da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Belotur.
Olavo Machado Neto, Sandra Penna e Flávia D'Urso
Juliana Vasconcellos
Laura Costa
Diretoria Colaborativa - Luiz Henrique Ribeiro
Carol Horta
Sala da Espiritualidade - Dekko Arquitetura e Design - Cláudio Arroyo e Fernanda Ghirotto
Gislene Lopes
Galeria da Perfumista - Patrícia Bigonha
Leonardo Rotsen
Escritório de Arte - Letícia Moretzsohn
Prosa - Janaína Pacheco
Quarto Origem - Marina Diniz
Estúdio Sala - Carla Cruz e Philipe Pinheiro
Coworking Memórias - Isabela Neves
Sala das Flores - Zilda Santiago e Anamaria Diniz
Ana Lúcia Rodarte
João Uchoa
Confeitaria Mole Antonelliana - Marcela Machado
Alexandre Bianco
Sala do Jardim - Anna Henkelmann e Camila Belisário
Maximiliano Crovato
Living Horizonte - Camila Medrado
NB Projetos - Patrícia Nicácio e Juliana Boechat
Estúdio "VIP(E)" - Visionera Arquitetura - Cristina Valle, Letícia Valle e Thaís Valle
Quarto da Solitude - Luciana Garcia
Minas à Mesa - José Lourenço
Estela Netto
Castello Cambraia - Marcela Castelloes e Gabriela Cambraia
Isabela Nogueira e Nara Freire
Fernando César do Rosário
Casa Câmara - Rodrigo Câmara
Galeria Pedro Mazzinghy - Pedro Henrique Couto Mazzinghy
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