A Lagoa Seca, no Bairro Belvedere, na região Sul de Belo Horizonte, é um belo exemplo dissoEm meio a grandes empreendimentos imobiliários, como edifícios residenciais destinados à classe alta, e um dos maiores centros de compras da Região Metropolitana (o BH Shopping), o espaço que antes se assemelhava a um brejo, tem hoje outra caraSão mais de 10 mil metros arborizados e recuperados, melhorando a qualidade de vida e humanizando as relações sociais na regiãoÉ um espaço de lazer, esporte e convívio dos moradores, garante o empresário Paulo Roberto Moreira, que mora ali perto.
Segundo ele, a Lagoa Seca é mantida pela Associação de Moradores do Belvedere e se transformou numa opção de lazer, principalmente nos fins de semana, não só para o público local, mas também de outros bairrosCada prédio da região paga mensalmente uma taxa para a manutenção e conservaçãoCom isso, além dos investimentos em paisagismo, já conseguimos comprar uma moto e um carro para reforçar a segurança no localTemos um espaço de lazer agradável e seguro bem perto de nossas casas, comemora Paulo Roberto
Os benefícios da arborização de áreas públicas não se resumem ao aspecto visualAlém de aumentar a qualidade de vida e estimular as relações sociais, a valorização e melhoria de espaços públicos afeta diretamente o mercado imobiliárioQuem explica é José De Filippo Neto, diretor do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Minas Gerais (Creci-MG)
De Filippo afirma que é muito mais fácil vender um imóvel que fica próximo a uma região arborizada e com jardins bem cuidados do que em áreas com poucos atrativos visuais proporcionados pelo paisagismoJá a corretora Wilma de Souza Pereira, diretora da Wilma Imóveis, imobiliária de Contagem, na Região Metropolitana de BH, arrisca falar que os imóveis próximos a praças, canteiros ou regiões recuperadas chegam a valorizar cerca de 20% em relação a seu preçoEm Contagem, tivemos exemplos com a recuperação da Praça dos Ciganos, no Bairro Inconfidentes, onde os imóveis se valorizaram bastante, lembra
CAMPANHA
Ainda de acordo com De Filippo, BH, que até há pouco tempo era considerada cidade modelo, com destaque para o grande número de áreas verdes, atualmente vem sofrendo com o crescimento urbano desenfreadoA capital foi construída com o intuito de se preservar as extensas áreas verdes existentes, mas vimos que isso não foi possívelTemos, como exemplo, a Avenida Afonso Pena, que, com o passar dos anos, diminuiu o tamanho dos canteiros centrais, explica
Agora, portanto, o movimento é inversoHá três anos, a Prefeitura de Belo Horizonte criou o Programa Adote o Verde, uma parceria entre a administração municipal, a iniciativa privada e a comunidade em geral, com o objetivo de viabilizar a implantação e, principalmente, a manutenção de parques, praças, jardins, canteiros centrais de avenidas e demais áreas verdes públicas da cidade
O programa tem sido um sucesso e hoje já cuida de mais de 300 espaços verdes do município