Um desses problemas, conta o executivo, era uma trinca na laje da área de serviço dos apartamentos, originada com a instalação de um ralo no apartamento superior, que provocava vazamentosEra uma deficiência comum em algumas de nossas obras, que aborrecia os clientes e demandava assistência técnica da construtora, lembra.
Com a implantação do programa, que introduziu a cultura de registrar todos os materiais e processos da obra, a empresa quantificou o número de reclamações, analisou as fichas de verificação do serviço, identificou o problema e conseguiu corrigi-loEra um erro de procedimentoConcretávamos a laje e depois colávamos o ralo, o que causava o problemaEntão mudamos o processoPassamos a chumbar o ralo na hora da concretagem e a deficiência praticamente desapareceu.
Segundo Evandro, desde a implementação do programa de qualidade, a MRV registra a diminuição dos pedidos de assistência técnicaA empresa se prepara para receber, ainda este mês, a visita de auditores do PBQP-H, que vão avaliar os procedimentos de qualidade da construtora para a aprovação de sua recertificação no nível A do programaPassamos por auditorias externas, a cada ano, para a manutenção da certificação, e a cada três anos para a recertificação
A eliminação de patologias do pós-obra é também a principal vantagem dos programas de qualidade, na avaliação de Alexandre Soares, diretor-superintendente da Habitare Construtora, que, em 2001, recebeu as certificações de qualidade ISO 9001:2000 e o nível A do PBQP-HOs resultados são impressionantes, diz, entusiasmado.
A partir da padronização e documentação de processos, a construtora conseguiu resolver problemas detectados em até 10 apartamentos de cada edifício erguido por elaEram trincas que apareciam debaixo de janelas e telhados, permitindo o empoçamento de água na laje, afirma AlexandreCom a mudança de procedimentos, às vezes em até três tentativas, eliminamos os problemas, e hoje já alcançamos um nível de aprovação junto aos clientes acima dos 80%.
A redução do desperdício é o grande salto proporcionado à industria da construção civil pelos programas de qualidade, defende Ricardo Alfeu, diretor da RKM Engenharia, primeira empresa sul-americana e segunda no mundo a conseguir a certificação ISO 9000, concedida pelo Bureau Veritas Quality International, para construtoras do segmento de edificações residenciais de luxo
Segundo Ricardo, em meados da década de 1990, quando os programas de qualidade foram introduzidos no setor, o desperdício na construção civil era estimado em 30%Hoje, quase 10 anos depois da certificação, a RKM tem índice de 4%, inferior à estimativa da média do setor em 1994 e dentro do que é considerado aceitável, mas ainda alta para a meta que estipulamos na empresa, de desperdício de apenas 2%, observa