Segundo dados da Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), somente no primeiro semestre deste ano, os financiamentos imobiliários contratados pelos agentes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) totalizaram R$ 6,94 bilhõesIsso representa aumento no volume de operações de 67,4% em relação ao mesmo período de 2006 e o financiamento de 80.907 moradias.
O diretor-geral da entidade, Osvaldo Correa Fonseca, informa que as famílias com renda entre R$ 3 mil e R$ 8 mil foram as que mais se beneficiaram dos empréstimos, concedidos a taxa média anual de juros de 9,6% e prazos de até 25 anos, para o financiamento de até 85% do valor de avaliação do imóvel"Há dois anos, os juros estavam entre 12,5% e 13%, o prazo máximo dos contratos era de 20 anos e o financiamento contemplava apenas 50% do valor do imóvel", comparaEle considera que, com as condições atuais de financiamento, o brasileiro pode pagar um imóvel com preço duas vezes maior daquele que teria capacidade de comprar há dois anos"O momento de comprar imóvel financiado é agora."
Em Minas Gerais, nos primeiros seis meses deste ano, apenas a Caixa Econômica Federal fechou contratos de crédito imobiliário no valor de R$ 820 milhões, volume 22% maior que o do primeiro semestre de 2006 e acima da média nacional apurada pelo banco, de 12%O gerente regional da instituição, Júlio César Tavares dos Reis, informa que o financiamento de imóveis na planta foi o que mais cresceu, com desempenho 60% superior ao registrado de janeiro a junho do ano passado"Com recursos do FGTS podemos financiar até 100% do valor do imóvel na planta e o cliente ainda conta com a segurança da entrega do imóvel, já que a Caixa acompanha todo o processo de construção."
O advogado Lúcio Delfino, diretor da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), alerta que o dinheiro para o financiamento existe, mas cabe ao mutuário tomar as medidas para o sonho não se tornar pesadeloEle recomenda cautela na definição do percentual máximo de comprometimento da renda com o pagamento da prestação do imóvel financiado"O mutuário deve ainda ficar sempre de olho no saldo devedor, para verificar se o valor pago nas prestações está de fato amortizando a dívida."