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Puxadinhos são solução

Na casa de Antônio Dias, moram dois filhos com as famílias, que não têm condição de comprar um imóvel - Foto: Emmanuel Pinheiro/EM/D.A Press 5/10/07
A coabitação familiar foi responsável por 63,2% do déficit habitacional em Minas em 2006Em seguida, vieram os gastos excessivos com aluguel (31,2%) e depois a habitação precária (5,6%), que são domicílios rústicos ou improvisadosO estudo da Fundação João Pinheiro usou a base de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2006, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)No próximo levantamento, Maria Bernadette acredita que os números vão ser alterados em função de adequações na Pnad"A partir de agora, os pesquisadores vão perguntar qual é o motivo que leva a família a morar na mesma casa e se a pessoa tem intenção de mudar de moradia", observa

O aposentado Antônio Leite tem 10 filhosMora em uma casa de 15 cômodos no aglomerado da Serra, em Belo HorizontePara conseguir acomodar dois filhos com as famílias, fez dois dos famosos "puxadinhos"Um na parte de cima e outro na parte de baixo"Falta emprego para pagar o aluguelComo minha casa é própria, eles vieram para cá", afirma Leite


Mas se pudesse optar, Leite não pensa duas vezes ao dar a resposta: cada um teria sua própria casa"Eles só não têm a casa própria por falta de dinheiroAqui no aglomerado a maioria das pessoas vive assim, juntas", observaA filha de Leite, Lívia, mora com dois filhos e o marido em três cômodos de sala, quarto e cozinha construídos na parte de cimaO outro filho, Ubirajara, mora com a neta em um sala grande na parte de baixo da casa

No Brasil, 90,7% do déficit estava concentrado nas famílias com renda de até três salários mínimo (R$ 1,24 mil) em 2006As famílias com renda de três a cinco salários (R$ 1,24 mil a R$ 2,07 mil) representavam 5,5% do déficit, de cinco a dez salários (R$ 2,07 a R$ 4,15 mil) somavam 2,9% do total e as famílias com rendimento de mais de 10 salários representavam 0,9% do totalMaria Bernadette ressalta que a melhoria da renda familiar é fundamental para amenizar os índices do déficit no país"Se a renda da população cair e os investimentos cessarem, essas taxas tendem a subir", diz