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Lula: 'Não vamos ter problema de gastar' em moradia

Agência Estado

No discurso de lançamento do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não faltarão recursos para a construção de um milhão de casas populares
"Companheiros, governadores, prefeitos, senadores: neste programa não vamos ter problema de gastar e vamos gastar, o quanto antes, melhor", afirmou o presidente"Nós queremos gastar dinheiro".

Ele lembrou que o Brasil vem de momentos em que o governo não tinha dinheiro para emprestar"As coisas eram feitas para criar dificuldadesHavia 'fila burra' na questão do saneamento, por exemploA conclusão é que o objetivo era não liberar dinheiro", disse o presidente

Além de tudo, Lula citou que "todo mundo era especialista na necessidade, mas estava despreparado para apresentar projetos prontos"Agora, disse o presidente, "o dado concreto é que todo mundo sabe que este é um programa arrojado e não é pouca coisa o que estamos anunciando neste momento".

Em seguida, o presidente disse que a prioridade para construção de moradias levará em conta o censo do IBGE"Não é o amigo governador nem o amigo prefeito que vão dizer onde devem ser construídas as casas; o IBGE mostra as necessidades de moradias no país", afirmou"Vamos trabalhar com critérios definidos pelo IBGE".

Lula pediu o empenho dos parlamentares para aprovar a medida provisória assinada nesta quarta que estabelece o marco legal para a regularização fundiária de áreas urbanas, permitindo o uso de terras da União para construção das moradias.

1 milhão

Lula disse ainda que o programa tem por objetivos o enfrentamento da crise financeira, resolver em parte o problema de moradia dos brasileiros e gerar emprego e renda"Este é um programa adicional, quase emergencial", afirmou
Segundo Lula, a ideia inicial do governo era construir 200 mil casas populares"Eu falei, temos que pensar grandePensou-se em construir 500 mil casas, mas eu disse para a Dilma (Rousseff, ministra da Casa Civil): você diga para o ministro Mantega que não serão 200 mil ou 500 mil casas, mas serão 1 milhão de casas".

O presidente Lula avaliou que a maior dificuldade na implantação do programa está nas grandes cidades"É onde a gente tem mais dificuldade porque tem mais gente degradada, em situação ruim, e o terreno é mais escasso e caro." Lula pediu a governadores e prefeitos que cedam áreas de Estados e municípios para baratear o custo de construção das moradias.

Comitê gestor

Lula propôs a instalação de um comitê gestor para identificar em tempo real problemas no andamento do planoAo pedir o apoio de prefeitos e parlamentares, Lula disse: "Vocês vivem mais de perto o problema do que euQuem é mais xingado é o prefeito, não euE eu quero compartilhar com vocês a responsabilidade", referindo-se ao comitê gestor do programa"Agora, ministra Dilma, não estou dando esta tarefa para a Casa Civil para não dar mais trabalho para o ministério".

O presidente ressaltou a redução dos valores do seguro de vida e das prestações do imóvel no programa"Um velhinho como eu, se fosse comprar uma casa, teria que pagar um seguro com valor equivalente a 36% do preço da casa." Lula comentou que o modelo atual não atende às necessidades de quem tem 25 ou 30 anos e pensa em casar e comprar uma casa"Só para quem tem 20 anos o seguro é baixinho
Mas com 20 anos a pessoa está pensando em outra coisa".