Material de qualidade

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postado em 28/09/2009 19:05 Denise Menezes /Estado de Minas
Michela Vieira, arquiteta - Gladyston Rodrigues/Ao Cubo Filmes" title="Gladyston Rodrigues/Ao Cubo Filmes" /> "Os vidros duplos têm sistema semelhante a um sanduíche, com camada de ar entre os dois planos de vidro, que funciona tanto para a vedação acústica, quanto para o isolamento térmico" - Michela Vieira, arquiteta
O sistema construtivo preponderante no Brasil, a alvenaria, já protege bastante as edificações contra os ruídos, mas, segundo Fernando Dutra, da D&A Arquitetura, é preciso investir em material de qualidade para que o conforto acústico seja preservado. "Quanto menos se gasta em material, optando por uma alvenaria mais fina, por lajes pré-moldadas de baixa qualidade, ou pela camada de cal em substituição ao reboco, maiores serão os problemas gerados pela propagação de ruídos internos e externos", afirma.

O engenheiro Krisdany Vinícius, sócio-diretor da Métron Acústica, observa que um dos problemas que mais atormentam o morador das grandes cidades, dentro de casa, é o barulho que vem de fora, gerado pelo trânsito intenso de veículos e pelo vaivém de pessoas nas ruas. "A solução nesses casos é simples e contempla a execução de uma estrutura robusta, com uma alvenaria benfeita, de bom nível, que deve ser complementada com um revestimento de qualidade e com esquadrias que, de fato, façam a vedação dos ruídos externos".

Nos empreendimentos da Atrium, construtora especializada no segmento comercial, a preocupação com os ruídos externos é expressa na especificação de blocos de concreto para a alvenaria, em substituição aos cerâmicos, e de vidros duplos nas esquadrias, diz a arquiteta da empresa Michela Vieira. Segundo ela, os blocos de concreto têm densidade 30% maior que os cerâmicos e, portanto, eficiência maior para o isolamento acústico de uma construção. "Já os vidros duplos têm sistema semelhante a um sanduíche, com camada de ar entre os dois planos de vidro, que funciona tanto para a vedação acústica, quanto para o isolamento térmico", explica.

Mas pouco adianta investir na vedação contra ruídos externos, se não forem tomados cuidados construtivos para evitar ou minimizar o barulho que vem de dentro da própria construção, lembra Krisdany. Entre os ruídos internos mais comuns nas edificações, ele cita aqueles sentidos em uma unidade, mas gerados no apartamento situado acima dela. "São ruídos comuns às atividades do dia a dia de uma família, como o barulho produzido pelo salto do sapato no assoalho, de um móvel que é arrastado ou de uma moeda que cai no chão, que provocam desconforto a quem mora no apartamento de baixo. Esse incômodo seria eliminado se houvesse o cuidado de instalar um contrapiso entre o piso do apartamento de cima e a laje da unidade do pavimento inferior", diz o engenheiro.

Ele explica que o contrapiso, feito em manta de borracha ou lã de vidro, com espessura entre 25mm e 50mm, amorteceria o impacto do objeto no piso do apartamento do andar de cima, minimizando o barulho, transmitido para a laje, que tanto incomoda os moradores do andar inferior. "E a medida deve ser tomada na construção da edificação, pois se torna praticamente inviável, do ponto de vista econômico e técnico, implementar uma intervenção dessa natureza depois de pronto, principalmente porque envolveria um consenso entre vizinhos, o que incomoda ou é incomodado, o que sabemos ser muito difícil", considera. Para as instalações comerciais, nas quais o barulho intenso pode significar queda de produtividade, o engenheiro garante que a instalação de um piso flutuante resolveria o problema.

BOM SENSO

Também no âmbito das tormentas internas de um edifício provocadas por barulho, o engenheiro lembra os ruídos produzidos pelas instalações hidrossanitárias. "Já atendi clientes de um condomínio em que, para solucionar os conflitos, foi tentada até uma regra que proibia disparar a válvula da descarga sanitária depois das 22h, o que, logicamente, não deu certo", diverte-se o engenheiro.

Segundo ele, a solução para o problema também está no projeto, que deve especificar tubulações especiais, que isolam o ruído produzido pela passagem da água pelos canos, e também conexões mais suavizadas, que facilitam o caminho dos fluidos dentro dos tubos. "É uma solução simples de projeto, com elevação de custos mínima para o construtor. Mas que não é viável para ser implantada em uma reforma, tanto pelo custo, quanto pela complexidade da obra, que demandaria quebradeira para a substituição das tubulações".

Já André de Paula, da Sito Arquitetura, recomenda o isolamento acústico da casa de máquinas do elevador. "A casa de máquinas pode ser apoiada em um piso de borracha ou de outro material que possa absorver os ruídos do motor", assinala.
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