Na concepção da sede da Forluz, houve um grande cuidado com a especificação de materiais para a composição do edifício, sendo adotados itens que apresentam alto índice de conteúdo reciclado e outros que apresentam baixo índice de compostos orgânicos voláteisO projeto estrutural adotou o conceito da utilização de lajes nervuradas, que são construídas com moldes pré-fabricados de polipropileno, possibilitando total reaproveitamento.
O conceito causa um impacto nos custosO arquiteto Alexandre Bragança calcula que isso encarece a obra entre 7% e 15%"Mas se paga a longo prazo", afirmaDados do Green Building Council do Brasil (GBC do Brasil) demonstram que um prédio sustentável tem custos de condomínio entre 8% e 10% menoresAlém disso, estudos demonstram que de todo o dinheiro injetado em um edifício durante sua vida útil, apenas 20% equivale à construçãoOs outros 80% são despesas de operação e manutenção durante sua vida útil.
Alexandre esclarece que o retorno de um investimento do porte do novo endereço da Forluz varia, dependendo do grau de investimento e da utilização"Aqui no Brasil esse assunto está começando a ser estudado e os dados ainda estão sendo moldados
Valorização na revenda é mais uma vantagem apontada pelo GBC do BrasilUm edifício verde tem valorização 7% maior do que outro sem o seloO prédio verde pode aproveitar água de torneiras para descarga de banheiro, faz uso de motores e lâmpadas de longa vida e do cimento conhecido como CP3Uma variedade que usa escórias de alto-forno em sua composição, evitando que esse material seja descartado e agrida a naturezaDeve, ainda, reaproveitar 10% dos resíduos gerados na própria construção.
LUZ NATURAL
O projeto levou em consideração a melhor insolação para o edifícioAs fachadas Norte e Sul receberão vidro e as fachadas Leste e Oeste, atingidas por grande incidência solar, são cegasA utilização de grandes áreas envidraçadas permitirá que o edifício tenha iluminação natural em 75% de suas áreas, sendo que 90% delas terão acesso visual às paisagens externasSegundo Sandra Botrel, responsável pelo projeto de condicionamento de ar, "o vidro permite a entrada da luz, mas retém o calor, gerando uma redução considerável na demanda do condicionamento de ar, que em geral corresponde por 60% do consumo de energia de um edifício".
A automação assume o papel de cérebro dos sistemas operantes no edifício, realizando medições e comparando dados que fazem com que o edifício funcione melhorOs sistemas da automação vão controlar desde o tráfego de elevadores até os sistemas de irrigação, passando pela medição de temperaturas externas e internas, controle das esquadrias e do sistema de condicionamento de ar"A automação otimizará o funcionamento do prédio e é um instrumento essencial para a sustentabilidade do projeto", explica Flávia Mansur, arquiteta responsável pela coordenação dos 29 projetos paralelos.
O sistema hidráulico proposto prevê água não potável em todos os jardins e para os sistemas de descarga, que, aliados a especificação de sistemas mictórios, bacias sanitárias, torneiras e chuveiros de baixo consumo, proporcionarão uma redução no consumo acima de 40%