Aluguel por temporada

Negócio exige cuidados para que as férias não se transformem em pesadelo

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postado em 28/12/2009 11:25 Denise Menezes /Estado de Minas
Marcelo Barbosa, coordenador do Procon Assembleia, diz que negócio deve ser formalizado por contrato detalhado - Renato Weil/EM/D.A Press Marcelo Barbosa, coordenador do Procon Assembleia, diz que negócio deve ser formalizado por contrato detalhado
A jovem Luciana Marques da Silva, de 25 anos, resolveu ainda em outubro de 2007 procurar uma casa para alugar em Conceição da Barra, no litoral do Espírito Santo, onde pretendia passar o Carnaval, com uma turma de outros 17 jovens, entre amigos e parentes. Luciana recorreu a anúncios classificados de jornal para selecionar os imóveis que atendiam às exigências do grupo. Chamou a sua atenção uma casa com capacidade para receber até 28 pessoas, localizada à beira-mar, em frente à praia de Guaxindiba, e preço de R$ 1,5 mil para uma temporada de oito dias, bem abaixo dos preços para a locação de outros imóveis do município. "Cheguei a ficar desconfiada porque achei muito barato o aluguel, mas mesmo assim resolvi ligar para o telefone de contato apontado no anúncio e descobri que a proprietária morava em Belo Horizonte, num bairro próximo ao meu", lembra.

A distância curta incentivou Luciana a marcar um encontro com a proprietária para obter mais informações sobre o imóvel de Conceição da Barra. "Fui à casa da proprietária, uma senhora já idosa, que me passou bastante confiança e ela me mostrou fotos do imóvel, que parecia amplo e com mobiliário novo. Eu me empolguei tanto que aceitei pagar a metade do aluguel no fechamento do contrato, mesmo não estando preparada para isso. Pedi a ela uns dias, recolhi o dinheiro com o resto do pessoal e fechamos o negócio, de maneira formal, mas as cláusulas do contrato eram muito superficiais, com exceção daquelas que estabeleciam as minhas responsabilidades. Essas eram bem claras", conta.

Leia a continuação desta matéria:
Cautela e formalização de contrato
Primeiro passo é tentar acordo

Uma semana antes do carnaval, a segunda e última parcela do aluguel foi paga pelo grupo, que partiu de Belo Horizonte na sexta-feira seguinte, em uma van especialmente alugada para a viagem e em ônibus de linha regular. "Aí começou a confusão. O empresa que alugou a van nos prometeu que o veículo teria DVD e filmes disponíveis, o que não aconteceu, e o motorista parece que não conhecia bem o caminho, porque demos uma volta incrível e levamos mais de 11 horas para chegar em Conceição da Barra, e mais ou menos uma hora para encontrar a casa, porque as ruas da cidade não têm numeração regular e a sinalização é deficiente", assinala.

Quando o grupo chegou na casa, a decepção foi inevitável: a casa era velha, não era localizada de frente para o mar - a orla era ocupada apenas por hotéis e pousadas - e não havia acomodação para todos. "O forro da casa estava mofado, havia vazamentos, os poucos móveis que a casa tinha eram velhos, e os eletrodomésticos se resumiam a um fogão e uma geladeira também velhos. Nem mesmo os colchões eram suficientes para o grupo, e os que tinham eram finos e desgastados, bem diferentes dos mostrados nas fotos que tinham uma densidade maior", recorda Luciana.

Como já estava na cidade, o grupo resolveu se instalar, mesmo que precariamente, na casa. "Não dava para voltar e resolvemos curtir o carnaval daquele jeito mesmo. Mas nunca mais me arrisco a assumir a responsabilidade de escolher e alugar um imóvel para passar férias ou feriado. Agora, só vou como convidada", afirma ao informar que o grupo preferiu nem tentar uma negociação com a proprietária para o ressarcimento de parte do aluguel. "Sei que poderia pedir um ressarcimento, ainda que na Justiça, mas preferi deixar para lá e tentar esquecer essa história. Este ano nem vou viajar", acrescenta.

CUIDADOS

Casos como o de Luciana se multiplicam nas férias, principalmente nas de verão. Para que o sagrado descanso não se transforme em dias de pesadelo, é preciso tomar cuidados na hora de escolher e alugar um imóvel de temporada. "O ideal é começar a procura pelo imóvel com bastante antecedência e o mais importante é priorizar aquele que já se conhece ou do qual se tenha referências, como uma indicação de um amigo ou familiar. O negócio deve ser formalizado por um contrato, onde conste além dos direitos e responsabilidades das partes, o valor, forma e prazo de pagamento, a descrição do imóvel e um inventário de tudo o que há nele, como móveis, utensílios e eletrodomésticos", diz o coordenador do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Marcelo Barbosa.
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