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Uma volta por BH: História de rápido progresso

Área de grande procura na região da Pampulha, Santa Amélia teve o crescimento estimulado no fim da década de 1990, devido à expansão do financiamento imobiliário com recursos do FGTS

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Valores médios do aluguel na região para apartamento de três quartos variam entre R$ 665 e R$ 942 - Foto: Fotos: Gladyston Rodrigues/Esp.EM
Situado na Região da Pampulha, o Bairro Santa Amélia surgiu, assim como seus vizinhos Santa Branca e Santa Mônica, na década de 1950. Mas o grande surto de desenvolvimento no local ocorreu a partir de 1996, quando a Caixa Econômica Federal retomou os financiamentos de imóveis com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Naquela época, o Santa Amélia era um dos poucos bairros da Pampulha que ainda tinham oferta de lotes vagos. A partir daí, surgiram vários edifícios de dois e três andares ao lado de casas de alto padrão arquitetônico.

O resultado da especulação imobiliária na região foi a boa infraestrutura com que conta hoje o Santa Amélia. Segundo o professor Antônio Calazans, que mora no bairro desde 1981, nem sempre foi assim. "Quando me mudei, havia muita terra nas ruas, porque não havia calçamento, e pouco comércio. Havia somente bares, uma mercearia e uma farmácia", lembra.

Agora a realidade é outra, como conta o professor. "Hoje a Avenida Guarapari, principal via de acesso do bairro, é um point para os moradores. Nela há muitos restaurantes, ponto de encontro dos jovens e duas praças", diz. Também há muitas opções de comércio e serviços. "No Santa Amélia há dois supermercados, cinco padarias, três açougues, várias farmácias, posto de gasolina, agência dos Correios, casa lotérica, loja de móveis e imobiliárias", enumera Antônio Calazans.
"Aumentou muito o número de prédios e casas de dois pavimentos e de planta baixa desde que me mudei" - Antônio Calazans, professor - Foto:
Outro aspecto do bairro que melhorou, segundo ele, foi a tranquilidade. Um dos motivos, de acordo com o professor, foi a passagem do movimento do aeroporto da Pampulha para Confins
. "Além disso, o bairro está muito policiado, contando com um posto de atendimento à comunidade", conta.

De fácil acesso pelas avenidas Antônio Carlos, Cristiano Machado e Carlos Luz, e com uma população estimada em 6,5 mil pessoas, segundo dados do IBGE, o único aspecto do bairro que precisa melhorar, segundo o professor, é o transporte. Apesar de o bairro ser assistido pelas linhas 2212 A (Jardim Atlântico), 2212 C (Copacabana), 1207 (Santa Mônica/Betânia) e S55 (Santa Mônica/Minas Shopping), Antônio Calazans diz que, por não ter uma linha específica para o local, os ônibus estão sempre cheios.

IMÓVEIS ESCASSOS

Com a melhoria da qualidade de vida no Santa Amélia, atualmente é difícil encontrar imóveis disponíveis para venda ou aluguel, conforme observa Antônio Calazans. "Aumentou muito o número de prédios e casas de dois pavimentos e de planta baixa desde que me mudei, mas não tenho verificado muitas ofertas", diz.

Estudos feitos na capital, por meio da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG), classificam o Santa Amélia como de classe alta. Essa classificação é obtida a partir da renda média dos chefes de família do bairro, que é igual ou superior a 14,5 salários mínimos.

De acordo com a pesquisa, realizada em fevereiro, os valores médios de aluguel na região são de R$ 665 para apartamento de três quartos com um banho e R$ 942, com dois banhos. No mercado de compra e venda, apartamentos de três quartos foram avaliados entre R$ 105 mil e R$ 402 mil.