Naquela época, o Santa Amélia era um dos poucos bairros da Pampulha que ainda tinham oferta de lotes vagos. A partir daí, surgiram vários edifícios de dois e três andares ao lado de casas de alto padrão arquitetônico.
O resultado da especulação imobiliária na região foi a boa infraestrutura com que conta hoje o Santa Amélia. Segundo o professor Antônio Calazans, que mora no bairro desde 1981, nem sempre foi assim. "Quando me mudei, havia muita terra nas ruas, porque não havia calçamento, e pouco comércio. Havia somente bares, uma mercearia e uma farmácia", lembra.
Agora a realidade é outra, como conta o professor. "Hoje a Avenida Guarapari, principal via de acesso do bairro, é um point para os moradores. Nela há muitos restaurantes, ponto de encontro dos jovens e duas praças", diz. Também há muitas opções de comércio e serviços. "No Santa Amélia há dois supermercados, cinco padarias, três açougues, várias farmácias, posto de gasolina, agência dos Correios, casa lotérica, loja de móveis e imobiliárias", enumera Antônio Calazans.
Outro aspecto do bairro que melhorou, segundo ele, foi a tranquilidade. Um dos motivos, de acordo com o professor, foi a passagem do movimento do aeroporto da Pampulha para Confins
De fácil acesso pelas avenidas Antônio Carlos, Cristiano Machado e Carlos Luz, e com uma população estimada em 6,5 mil pessoas, segundo dados do IBGE, o único aspecto do bairro que precisa melhorar, segundo o professor, é o transporte. Apesar de o bairro ser assistido pelas linhas 2212 A (Jardim Atlântico), 2212 C (Copacabana), 1207 (Santa Mônica/Betânia) e S55 (Santa Mônica/Minas Shopping), Antônio Calazans diz que, por não ter uma linha específica para o local, os ônibus estão sempre cheios.
IMÓVEIS ESCASSOS
Com a melhoria da qualidade de vida no Santa Amélia, atualmente é difícil encontrar imóveis disponíveis para venda ou aluguel, conforme observa Antônio Calazans. "Aumentou muito o número de prédios e casas de dois pavimentos e de planta baixa desde que me mudei, mas não tenho verificado muitas ofertas", diz.
Estudos feitos na capital, por meio da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG), classificam o Santa Amélia como de classe alta. Essa classificação é obtida a partir da renda média dos chefes de família do bairro, que é igual ou superior a 14,5 salários mínimos.
De acordo com a pesquisa, realizada em fevereiro, os valores médios de aluguel na região são de R$ 665 para apartamento de três quartos com um banho e R$ 942, com dois banhos. No mercado de compra e venda, apartamentos de três quartos foram avaliados entre R$ 105 mil e R$ 402 mil.