Naquela época, moradias precárias, sem infraestrutura e em áreas de risco eram alguns dos problemas encontrados no São Marcos. Devido ao déficit habitacional em Belo Horizonte, muitas famílias ocuparam áreas impróprias para construção. A situação começou a mudar em 1984, quando o bairro recebeu redes de água e de esgoto.
O serralheiro Silas Madeira dos Santos se lembra desse período. Morador do bairro desde 1973, ele conta que não havia asfalto nas ruas nem luz elétrica quando se mudou para o São Marcos. Também não havia muitas moradias
Como não havia pavimentação nas ruas, até o acesso a pé era difícil. "Para pegar um ônibus, os moradores tinham de ir até o trevo de Sabará", lembra Silas Madeira. Atualmente, a situação é diferente, de acordo com ele. "Hoje há a linha 3501B (Ouro Preto 3ª Gleba/Bairro Ipê) e oito opções que passam pela Avenida José Cândido da Silveira, que fica próxima ao bairro", acrescenta o serralheiro.
Hoje também podem ser encontradas opções de comércio e ensino. "Há padarias e supermercado. Além disso, o bairro tem uma escola municipal (José Calazans), uma praça (Miguel Arcanjo) e uma igreja (São Judas Tadeu), onde às vezes há festas", completa Silas Madeira.
Há 36 anos no São Marcos, o serralheiro gosta da tranquilidade do local, que, segundo ele, não tem muito barulho. O desenvolvimento de bairros vizinhos, como o São Paulo, completa as melhorias relacionadas à infraestrutura à disposição dos moradores
LOTEAMENTO
Apesar de terem surgido muitas casas desde que o serralheiro Silas Madeira dos Santos se instalou no São Marcos, não é fácil encontrar imóveis para venda ou aluguel no bairro, que é composto essencialmente por casas. "Os vizinhos são antigos e não há mais lotes para comprar", observa.
A pesquisa Mercado Imobiliário de Belo Horizonte, feita pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG), apurou os valores médios praticados na região para comercialização de apartamentos no segundo semestre de 2009. Os valores são os mesmos praticados para a venda de casas, de dois a cinco quartos, avaliadas, em média, em R$ 240 mil.
O bairro é apontado pela Fundação Ipead/UFMG como bairro de padrão popular. Essa classificação leva em consideração a renda média mensal na região, que é inferior a cinco salários mínimos, segundo os pesquisadores.