Mercado aquecido

Venda de imóveis continua em alta e estimula novos investimentos. Diante disso, especialistas do setor acreditam que cenário é propício para pesquisar preços e formas de pagamento

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postado em 22/04/2010 11:16 Humberto Siqueira /Estado de Minas
Lúcio Delfino, diretor da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH) - Beto Novaes/EM/D. A Press" title="Beto Novaes/EM/D. A Press" /> "Se não houver um índice balizador, muitos proprietários correm o risco de ter uma dívida maior que o valor do bem" - Lúcio Delfino, diretor da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH)
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) e o Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB) são usados pela indústria para balizar seus custos. E são muito úteis. No entanto, não existe um indicador oficial que possa oferecer ao consumidor uma referência para medir o crescimento do mercado imobiliário e, por sua vez, do valor dos imóveis.

Segundo Lúcio Delfino, diretor da Associação Brasileira dos Mutuários da Habitação (ABMH), "se não houver um índice balizador, muitos proprietários correm o risco de ter uma dívida maior que o valor do bem e, na forma como está hoje, os maiores prejudicados seriam os mutuários". Isso porque, diferentemente dos americanos, desde 2007, por meio da Lei nº 11.481, foi autorizada a utilização da alienação fiduciária como garantia dos saldos devedores dos financiamentos habitacionais.

Lúcio explica que o indicador deveria obedecer a requisitos objetivos (metragem, localização, idade, entre outros) e ser elaborado em conjunto pelo Banco Central, Conselho Monetário Nacional e Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) ou outra entidade com representatividade nacional do setor. "O indicador traria um limite que não necessariamente deveria ser seguido por particulares, mas pelos bancos sim", esclarece.

BEM-VINDA

Para Daniel Furletti, economista do Sinduscon-MG, a ideia de criar um indicador é bem-vinda, mas precisa ser avaliada com cuidado. "O mercado imobiliário lida com variáveis fluidas. O mesmo imóvel construído em bairros distintos teria preços diferentes. Não é como um carro, que, independentemente do local onde for montado, custará o mesmo em termos de produto, variando apenas o frete. Um imóvel tem variável até cultural. Se uma celebridade importante já morou em um apartamento, isso por si só altera o valor", avalia.

Ainda segundo ele, a valorização dos imóveis se deu por uma questão mercadológica. "Esse aquecimento já é sustentável e é bem-vindo. A cadeia produtiva da construção civil representa 10% do PIB brasileiro. Gera muitos empregos. Cerca de 50% do custo de uma obra é com salários, o que faz girar a economia. Os benefícios gerados pelo setor são como uma pedra que se atira no lago e vai criando ondas e se espalhando", frisa.

Apesar da valorização expressiva nos preços dos imóveis, Lúcio acredita que ainda é um bom momento para adquirir um. "O comprador pode negociar com base em preços de outros apartamentos vendidos nos últimos anos no prédio e na região e solicitar uma avaliação de um corretor imobiliário. E, com isso, aproveitar as melhores condições de financiamento dos últimos 20 anos. Vale lembrar ainda que o comprador pode escolher a hipoteca como garantia do saldo devedor, modalidade que garante mais proteção. Se o banco negar, ele pode reclamar no Procon", aconselha.
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