A história do Bairro Dom Bosco, na Região Noroeste de Belo Horizonte, começou com a subdivisão de parte da Fazenda do Pastinho, aprovada em 1950. Uma das grandes propriedades que compunham a cidade no seu início, a propriedade pertencia ao coronel Júlio Murta, um dos homens mais ricos e influentes da nova capital. Com uma ocupação tipicamente rural no início de Belo Horizonte, o Dom Bosco estava em uma área completamente desvinculada do ambiente urbano que era conhecida como Ressaca.
Pequeno povoado pertencente ao município de Contagem, a Ressaca foi constituída para apoiar as fazendas de gado, principal produto da região. O povoado recebeu esse nome devido ao Córrego da Ressaca e a uma fazenda que existia no local. Naquela época, para chegar a Belo Horizonte, era necessário passar pela Estada Velha da Ressaca, atual Avenida Abílio Machado, e pela antiga Rua Contagem, que hoje tem o nome de Padre Eustáquio. Por elas é que passavam carroças transportando alimentos para as regiões de Sabará e Santa Luzia e, mais tarde, para a capital.
O cenário começou a mudar a partir da década de 1940, quando surgiram na cidade, especialmente na região da Ressaca, vários loteamentos clandestinos que não foram totalmente ocupados de imediato. Moradora desde 1962, a aposentada Maria Izabel de Faria Mendes conta que o bairro também pertenceu ao bilionário Antônio Luciano Pereira Filho, que, devido às invasões, o loteou e vendeu.
Segundo ela, que é casada com um policial civil, foi a partir daí que a situação melhorou. As construções ficaram mais modernas e as casas foram ampliadas. Mesmo assim, quando Maria Izabel Mendes se mudou para o bairro, ele carecia de infraestrutura. Antigamente a rua não tinha asfalto, não havia luz e a água era da cisterna.
Antigamente a rua não tinha asfalto, não havia luz e a água era da cisterna - Maria Izabel de Faria Mendes, aposentada
Dona da primeira escola do bairro, o Jardim Cirandinha Dom Bosco, que funcionou entre 1965 e 1975 atendendo a crianças de 3 a 6 anos, Maria Izabel Mendes lembra que até para estudar era difícil. As crianças tinham de pular o córrego que passava atrás da minha casa
A situação melhorou também no que diz respeito ao acesso a serviços e ao comércio. Temos supermercado, casa lotérica, sacolão, farmácia, escolas e a Praça Orlando Silva, em frente à Paróquia São João Bosco, que foi ampliada, conta a aposentada. Aliás, são as festas da igreja um dos principais motivos para a integração dos moradores. Tem Festa Junina, do Dia das Mães, baile no salão paroquial e outras, exemplifica.
A Paróquia São João Bosco fica na principal via do bairro, a Avenida Ivaí. Mas o Dom Bosco também tem a Brigadeiro Eduardo Gomes, outra importante avenida da região. Por elas passam os ônibus 9407 (Alto Vera Cruz/Dom Bosco), 4034 (Novo Dom Bosco/Savassi via Padre Eustáquio), entre outros.
MERCADO
Formado basicamente por casa e prédios de três pavimentos, o Dom Bosco não tem muitas opções de imóveis para venda ou aluguel. Mas, segundo estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis (Fundação Ipead/UFMG), em abril os valores praticados para aluguel de casas e apartamentos de dois quartos no bairro eram de R$ 490 e R$ 480, respectivamente.
Os valores foram obtidos de acordo com o Mapa da Classificação da Renda em Belo Horizonte, que considera o Bairro Dom Bosco como de padrão popular. A classificação é obtida considerando-se a renda média mensal na região, que, no local, é inferior a cinco salários mínimos.