Para ele, uma boa arquitetura dura a vida toda. Se é ruim, é demolida. Mas Lopes acredita que há uma retomada do caminho da sustentabilidade: Não preciso de um caixote de vidro no Brasil, o que torna um prédio uma estufa. O ar-condicionado, por exemplo, é a pior tecnologia do século 20, diz. Ou se avança nessa tecnologia, de forma a não prejudicar a saúde, ou se bane o equipamento, radicaliza.
O arquiteto lembra que tem conseguido alguns avanços, como por exemplo, o novo prédio da instituição de ensino Cotemig, no Barroca, Região Oeste de BH, projetado por ele, que tem um sistema de ventilação natural. Agregada ao pé-direito alto e a alguns materiais, a ventilação é fundamental para a climatização de um prédio. O edifício foi projetado com uma planta no formato de leque, semelhante a um semicírculo. Essa estrutura elimina as quinas dos espaços internos, tornando-se mais acolhedora, aproximando as pessoas e facilitando a visão e interatividade de alunos e professores dentro das salas de aula e laboratórios.
Denomina-se sustentável a arquitetura adequada ao meio ambiente. O iglu do esquimó, por exemplo, é sustentável porque no Polo Norte não tem terra, tijolo, pedra, areia ou árvore
VALORES Nos países árabes, por exemplo, a arquitetura é uma questão de sobrevivência. Lá se consegue, sem energia elétrica, fazer uma casa quente à noite, quando há inversão térmica grande, e fresca durante o dia.
Na Espanha, palácios e residências são adequados ao meio ambiente. A evolução da arquitetura bioclimática mostra a ventilação permanente da sua sala, o pé-direito alto, um pátio avarandado. São valores que tínhamos na nossa arquitetura colonial e que se perderam.
Um arquiteto francês, na década de 1940, fez o pé-direito baixo, com 2,40m, e, logicamente, a indústria e o mercado imobiliário abraçaram o estilo, porque possibilita a construção de mais andares em um prédio e a redução de custos.