"Não dá para pensar em habitação sem pensar em mobilidade e saneamento. Uma coisa está ligada à outra. Se fazemos um conjunto habitacional, que geralmente fica na periferia, temos que pensar em como fazer com que o morador chegue ao local de trabalho. Se resolvermos um problema isoladamente, corremos o risco de criar outros em outras áreas. Queremos ajudar as pequenas e médias cidades para que cresçam sem criar os problemas que as grandes enfrentam atualmente. Precisamos pensar em construir casas e criar alternativas de transporte coletivo. As ciclovias, por exemplo, são uma ótima solução", avalia Erika Mota, coordenadora do projeto
A partir da experiência nas primeiras cidades, que serão mineiras, a intenção é criar modelos de atuação. "Queremos e precisamos replicar as experiências de uma cidade para outras que tenham as mesmas dificuldades. Pensar em soluções. A ideia é criar ferramentas que sirvam a todas elas", propõe Erika. "Vamos incentivar a participação da população. Se elas tomarem frente nas decisões de quais obras devem ser feitas, o legado será da sociedade e não de um prefeito. E todas ajudarão a fiscalizar e a exigir a finalização das obras", completa Valter Frigieri, gerente nacional de Desenvolvimento de Mercado da ABCP.
No caso da habitação, a falta de moradia é mais grave entre as famílias cuja renda familiar mensal vai até três salários mínimos. Por meio de parcerias entre todos os interessados e da integração articulada das ações, têm surgido iniciativas inovadoras e a continuidade de investimentos sociais, sem que, para isso, o setor público aumente seu endividamento. A obtenção desses recursos, porém, exige dos municípios projetos bem estruturados, uma vez que a análise da proposta e do proponente, antes da contratação da operação, é bastante criteriosa.
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Além das linhas de crédito apropriadas, um programa habitacional precisa contar com tecnologias construtivas adequadas em qualidade, custos, velocidade, durabilidade e segurança. A ABCP aposta em sistemas construtivos à base de cimento
A ABCP aposta em quatro modelos de sistemas construtivos. A alvenaria estrutural com blocos de concreto elimina pilares e vigas, reduzindo o uso de armaduras e formas. Permite emprego da mão de obra local, faz pouco entulho e possibilita produção em pequena, média ou grande escalas. Nas casas construídas com paredes e lajes de concreto, estas são moduladas por formas montadas e preenchidas com concreto no próprio local do imóvel. O sistema é altamente industrializado, permitindo a produção em grande escala e rapidez.
O sistema concreto-PVC é constituído por painéis de PVC preenchidos com concreto. Eles servem de forma e de acabamento para as paredes, podendo eliminar a pintura ou outros revestimentos. Trata-se de um sistema modular e industrializado. Por fim, o sistema de pré-fabricados de concreto têm peças pré-fabricadas que são levadas prontas para a montagem na obra. A vantagem desse sistema é seu alto grau de industrialização e a possibilidade de planejar a produção e o estoque sem alterar o ritmo da obra. É rápido e sem entulhos. "O cenário que se desenhou no Brasil reforça a necessidade de medidas integradas de desenvolvimento urbano urgentes", conclui Valter.