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Planejamento evita problemas com a transferência do imóvel

Na hora de comprar a cobiçada casa própria, é bom estar preparado para todas as despesas inerentes ao processo, para que não haja surpresas desagradáveis e desfalque no orçamento

Celina Aquino
"A gente juntou R$ 20 mil para a entrada, mas esqueceu completamente do resto" - Fabrícia Santos Soares, auxiliar administrativa - Foto: Jackson Romanelli/EM/D.A.Press

Enfim, você encontra a tão sonhada casa própria. A localização não poderia ser melhor. Comporta confortavelmente toda a família. O preço se encaixa no orçamento, basta seguir os planos: usar a poupança como entrada e recorrer a um financiamento. Na hora de assinar o contrato, a surpresa. É nesse momento que você descobre que não guardou dinheiro para pagar os custos da transferência do imóvel.

A auxiliar administrativa Fabrícia Santos Soares Sant'Ana levou esse susto quando pensou que estava tudo resolvido. Depois de muito procurar, ela e o marido encontraram o apartamento dos sonhos no Bairro Candelária, Região de Venda Nova, em Belo Horizonte. O valor estava um pouco acima do esperado, mas eles negociaram até o preço cair e fecharam o negócio em R$ 150 mil. Assim que assinaram o contrato do financiamento, veio a cobrança da transferência do imóvel. “A gente juntou R$ 20 mil para a entrada, mas esqueceu completamente do resto”, conta Fabrícia. “Olhei para a cara do meu marido e pensei: e agora?” A solução foi pedir dinheiro emprestado a um amigo, já que era preciso pagar R$ 3.750 à vista.

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Registro da escritura pública é passo importante na transferência do imóvel

O casal se mudou para a nova casa há um mês
. Agora, vai ter que esperar um bom tempo para fazer as reformas planejadas. “Tenho que pagar o empréstimo primeiro para depois fazer as melhorias no apartamento. Ainda quero mudar o piso, colocar gesso e mandar fazer alguns móveis”, lamenta a auxiliar administrativa, que diz ter aprendido a lição. Da próxima vez, vai reservar o dinheiro para esse gasto.

SEGURANÇA

Advogado especializado em direito imobiliário, Marcelo Fonseca e Silva defende o conceito de comprador consciente. É aquela pessoa que, quando vai calcular se pode adquirir um imóvel, prevê, inclusive, os custos da transferência. Ou seja, para um apartamento que vale R$ 100 mil, sabe que precisa ter, pelo menos, mais R$ 5 mil disponíveis para que possa fechar o negócio. Em média, esse gasto equivale a 5% do valor do imóvel. “Mesmo que seja alto o preço, o processo visa dar segurança aos envolvidos”, pontua Silva. Caso contrário, é dor de cabeça na certa.