O premiado designer Fernando Prado, conhecido por peças que aliam design e funcionalidade, aposta no bem-estar proporcionado pela luz. “O grande desafio da iluminação é valorizar o espaço da melhor maneira possível”, diz o especialista. Para dar conta do recado, entram em cena arquitetos, engenheiros e um outro expert, pouco conhecido: o light designer. “É ele quem compõe com luz e sombra os ambientes. Como se decorasse com luz aquilo que o designer de interiores faz com os móveis da casa”, explica Ebenézer Marques, profissional da área.
Quando clientes procuram Marques para um projeto de iluminação de jardim, ele logo explica: o primeiro passo é dialogar com o paisagista. O projeto de um, aliás, está atrelado ao do outro, uma vez que, a partir do paisagismo, torna-se possível identificar quais caminhos deve percorrer a fiação. Os suportes onde estarão armazenadas as lâmpadas também devem permanecer invisíveis. “Além disso, é preciso investir em materiais de qualidade e lâmpadas apropriadas para cada espécie de planta iluminada”, destaca
Por isso, nos projetos de iluminação de jardim, deve-se estar atento à qualidade da lâmpada. O tipo escolhido deve reproduzir uma cor próxima à da luz do sol. Nada de jardim fluorescente. Em alguns casos, mesclam-se pontos de luz halógenos, de LED e de vapor metálico. “Além disso, as lâmpadas e luminárias não podem ofuscar a visão de quem passeia pelo jardim”, destaca Marques. “Use também luminárias com vedação contra água e corrente de energia em 12 Watts, para não dar choque em ninguém. Outro cuidado é com o consumo de energia
Saiba diferenciar
Lâmpadas halógenas: As do tipo bipolar palito são usadas em jardins para iluminação geral ou de alguma árvore. São as que mais se aproximam da luz solar, mas, atenção: elas consomem muita energia. Ainda se usa o tipo par 38 e par 20 embutidos como luz uplight, ou seja, de baixo para cima, nas plantas. Isso porque essas são lâmpadas refletoras de certo grau cênico, que servem como luz de destaque.
Lâmpadas de vapor metálico: As do tipo HQI são muito usadas para iluminar palmeiras altas. O gasto de energia desse tipo de iluminação é menor que o das halógenas, mas como o vapor metálico necessita reator e ignitor, ele pode demorar até cinco minutos para atingir o ápice de iluminação.
LEDs: Com esse tipo é possível conseguir os mesmos efeitos das fontes halógenas e de vapor metálico. Por exemplo, um LED de 30W pode substituir uma halógena de 500W e reproduzir o efeito uplight no lugar do vapor metálico. Embora esse tipo de iluminação não simule bem a luz natural e o custo inicial seja caro, é considerado o mais econômico a longo prazo. Outra vantagem é que não aquece a planta iluminada, evitando danos.
Fique ligado
LED de 7W embutido pode durar 35 mil horas. Custo médio: R$ 400
Par 20 de lâmpadas halógenas embutidas pode durar duas mil horas. Custo médio: R$ 160
Moldando a luz
A light designer Flávia Andrade destaca alguns cuidados necessários para quem vai investir na iluminação do jardim:
- Contrate um bom profissional: em um projeto de iluminação, o especialista deve verificar o dimensionamento da carga usada;
- Faça os cálculos antes de fechar o projeto: o que acontece com frequência é que o cliente opta por lâmpadas inadequadas por uma questão de custo e, no fim do mês, o resultado pesa no bolso;
- Preste atenção em quem vai executar o serviço: o profissional deve saber a fiação adequada para não haver sobrecarga;
- Não descuide da manutenção: o jardim é algo dinâmico, ou seja, quando a planta cresce sobre a luminária, é preciso fazer ajustes.