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Um projeto cuidadoso de iluminação é capaz de emprestar ao jardim ares de obra de arte

Quem gosta de fazer da área externa um local para receber amigos e fazer festas deve reservar recursos especialmente para tal finalidade

Maria Júlia Lledó
No ambiente criado por Ebenézer Marques, mescla de lâmpadas e suportes brinca com efeitos de luz variados, próprios para cada planta - Foto: Divulgação
Quebrar paredes, reformar banheiros, trocar pisos. Esses são alguns investimentos de quem decide arregaçar as mangas para dar outra cara ao lar. Mas, e quando o jardim é o espaço que demanda cuidados? Quem gosta de fazer da área externa um local para receber amigos e fazer festas deve reservar recursos especialmente para tal finalidade. Nesse caso, um projeto de iluminação assegura que o jardim será um espaço seguro e bonito também à noite.

O premiado designer Fernando Prado, conhecido por peças que aliam design e funcionalidade, aposta no bem-estar proporcionado pela luz. “O grande desafio da iluminação é valorizar o espaço da melhor maneira possível”, diz o especialista. Para dar conta do recado, entram em cena arquitetos, engenheiros e um outro expert, pouco conhecido: o light designer. “É ele quem compõe com luz e sombra os ambientes. Como se decorasse com luz aquilo que o designer de interiores faz com os móveis da casa”, explica Ebenézer Marques, profissional da área.

Quando clientes procuram Marques para um projeto de iluminação de jardim, ele logo explica: o primeiro passo é dialogar com o paisagista. O projeto de um, aliás, está atrelado ao do outro, uma vez que, a partir do paisagismo, torna-se possível identificar quais caminhos deve percorrer a fiação. Os suportes onde estarão armazenadas as lâmpadas também devem permanecer invisíveis. “Além disso, é preciso investir em materiais de qualidade e lâmpadas apropriadas para cada espécie de planta iluminada”, destaca
.

A cor púrpura cria um clima cênico para um recanto do jardim iluminado por Ebenézer Marques - Foto: DivulgaçãoDiretor de uma loja responsável por vendas e projetos de iluminação, o engenheiro Rafael Andrade enfatiza: o barato sai caro sim, senhor. Hoje, a tendência é o uso de LED (Light Emitting Diodes), não exatamente uma lâmpada, mas sim um diodo emissor de luz. A procura por esse tipo de iluminação, mesmo que mais cara que outras, responde por uma economia de energia, durabilidade e nenhum resíduo químico na natureza. “No entanto, a maior parte do que é comercializado no país é de qualidade duvidosa e não possui selo de certificação”, adverte o engenheiro.

Por isso, nos projetos de iluminação de jardim, deve-se estar atento à qualidade da lâmpada. O tipo escolhido deve reproduzir uma cor próxima à da luz do sol. Nada de jardim fluorescente. Em alguns casos, mesclam-se pontos de luz halógenos, de LED e de vapor metálico. “Além disso, as lâmpadas e luminárias não podem ofuscar a visão de quem passeia pelo jardim”, destaca Marques. “Use também luminárias com vedação contra água e corrente de energia em 12 Watts, para não dar choque em ninguém. Outro cuidado é com o consumo de energia
. Algo que deve ser bem pensado”, acrescenta

Saiba diferenciar

Lâmpadas halógenas: As do tipo bipolar palito são usadas em jardins para iluminação geral ou de alguma árvore. São as que mais se aproximam da luz solar, mas, atenção: elas consomem muita energia. Ainda se usa o tipo par 38 e par 20 embutidos como luz uplight, ou seja, de baixo para cima, nas plantas. Isso porque essas são lâmpadas refletoras de certo grau cênico, que servem como luz de destaque.

Lâmpadas de vapor metálico: As do tipo HQI são muito usadas para iluminar palmeiras altas. O gasto de energia desse tipo de iluminação é menor que o das halógenas, mas como o vapor metálico necessita reator e ignitor, ele pode demorar até cinco minutos para atingir o ápice de iluminação.
Tanto o jardim quanto a piscina da casa ganharam destaque com iluminação de LED, no projeto de Flávia e Rafael Andrade - Foto: Divulgação
LEDs: Com esse tipo é possível conseguir os mesmos efeitos das fontes halógenas e de vapor metálico. Por exemplo, um LED de 30W pode substituir uma halógena de 500W e reproduzir o efeito uplight no lugar do vapor metálico. Embora esse tipo de iluminação não simule bem a luz natural e o custo inicial seja caro, é considerado o mais econômico a longo prazo. Outra vantagem é que não aquece a planta iluminada, evitando danos.

Fique ligado

LED de 7W embutido pode durar 35 mil horas. Custo médio: R$ 400
Par 20 de lâmpadas halógenas embutidas pode durar duas mil horas. Custo médio: R$ 160
Nesta intervenção de Flávia e Rafael Andrade, é possível observar como os feixes de luz direcionais podem realçar tanto o jardim quanto a calçada - Foto: Divulgação
Moldando a luz

A light designer Flávia Andrade destaca alguns cuidados necessários para quem vai investir na iluminação do jardim:

- Contrate um bom profissional: em um projeto de iluminação, o especialista deve verificar o dimensionamento da carga usada;
- Faça os cálculos antes de fechar o projeto: o que acontece com frequência é que o cliente opta por lâmpadas inadequadas por uma questão de custo e, no fim do mês, o resultado pesa no bolso;
- Preste atenção em quem vai executar o serviço: o profissional deve saber a fiação adequada para não haver sobrecarga;
- Não descuide da manutenção: o jardim é algo dinâmico, ou seja, quando a planta cresce sobre a luminária, é preciso fazer ajustes.